Unearthly Trance




Para terminar 2008 em grande estilo posto aqui o álbum que desde o primeiro segundo de blog eu desejei postar, mas nunca tive culhões o suficiente pra falar sobre ele. Unearthly Trance é mais uma das bandas, senão a melhor delas, do catálogo da Relapse Records, e nos traz um som calcado no Doom Metal com altas doses de Sludge e porque não uma presente influência de algumas raízes do Black Metal. A sonoridade da banda já vinha surpreendendo em seu penúltimo CD, The Trident, mostrando esta ser uma das novas apostas americanas para nortearam o que de melhor vem se fazendo no estilo, um Doom Metal moderno, mas isso não significa eletrônico, com uma roupagem Sludge muito bem servida, influenciada pelos grandes momentos de Neurosis, e riffs que remontam a Venom e Celtic Frost, além de claras referências ao Hardcore, formando um complexo quebra cabeças em que a densidade de determinados momentos e a velocidade e brutalidade de outros se encaixam com perfeição.

Em Electrocution, o prato de entrada é Chaos Star, uma das faixas que eles disponibilizaram no Myspace antes mesmo de sua chegada, e que me fez acreditar que este seria um dos melhores lançamentos de 2008. Poderia até falar mais dela por aqui, quem sabe se tivese escrito este review logo que ouvi o álbum pela primeira vez, mas a presença de God Is A Beast logo após faz parecer com que tudo que se ouviu antes não é poderoso o suficiente, nesta música o Doom Metal e o Sludge se fazem presentes com uma poderosa densidade que culmina no encontro entre a guitara e bateria ditando uma mesma linha dando lugar ao puro silêncio no meio da música, transformando 5 segundos em uma infindável eternidade, como se naquele momento até seu coração se recusasse a bater. Não só a isso se resume o álbum, Diseased vêm com muito peso e grandes momentos de Ryan Lipynsky fazendo vocais limpos. Já a segunda metade do CD deve em qualidade a primeira, não apresentando tanta genialidade ou ousadia na mistura musical, com destaque maior para Distant Roads Overgrown e seus quase 13 minutos, com alguns memoráveis riffs e novamente uma participação mais marcante dos vocais, mas como dito anteriormente, frente a músicas como God Is A Beast, essas deixam a desejar, longe de serem ruins, que fique claro.

Por fim, Electrocution certamente foi um dos melhores, senão o melhor, lançamento de 2008, mostrando uma nova forma de se fazer Sludge e até mesmo Doom Metal sem precisar repetir a velhas bandas, mas também sem precisar abrir mão de suas influências, uma sonoridade encorpada e caótica que coloca Unearthly Trance no panteão das melhores bandas dessa década no estilo.

\ Quase dois anos depois do post do Paulo, eis que surge mais uma perfeição musical composta por esse trio americano. V é o novo trabalho do Unearthly Trance e na minha humilde opinião o trabalho mais consistente e arrebatador da banda até hoje, colocando os rapazes em níveis de gente grande, ficando pertod e nomes grandes da cena como Neurosis e YOB.
Certamente é um dos melhores lançamentos de 2010 e com certeza irá figurar no topo da lista de muita gente no final do ano, inclusive no meu.

O Castro com certeza é a pessoa mais apropriada pra comentar sobre esse álbum, visto que ele acompanha a tragetória da banda a mais tempo que eu, sendo assim ele pode dar uma opinião mais consistente sobre o V, principalmente levando em conta os trabalhos anteriores. ou seja, aguardem a posição dele sobre este trabalho fenomenal em breve. [edit: pedro]

OBRIGATÓRIO!!!

[myspace]
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[2010] V

01 - Unveiled
02 - The Horsemen Arrive In The Night
03 - Solar Eye
04 - Adversaries Mask 1
05 - Adversaries Mask 2
06 - The Tesla Effect
07 - Sleeping While They Feast
08 - Submerged Metropolis
09 - Current
10 - Physical Universe Distorts
11 - Into A Chasm
12 - The Leveling
13 - Untitled

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[2008] Electrocution

01 - Chaos Star
02 - God Is A Beast
03 - The Dust Will Never Settle
04 - Diseased
05 - The Scum Is In Orbit
06 - Religious Slaves
07 - Burn You Insane
08 - Distant Roads Overgrown

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fingerspit



Com o advento da internet, temos uma melhor capacidade de divulgação e um número bem maior megabytes a serem trocados por unidade de tempo ao alcance dos nossos dedos. Melhor capacidade e número de megabytes que crescem aceleradamente com o passo crescente do tempo, claro. E isso nos traz muitas vantagens e coisas boas para nós ao mesmo tempo que muitas desvantagens e porcariadas, claro. Dentre as porcariadas, cito somente as mais óbvias: um overflow gigantesco de informações por segundo, no qual somos obrigados aconsumir muito antes de digeri-las, fato esse que acaba por distorcê-las e deturpá-las ao extremo, futilidade

Enquanto isso, temos aqui o fingerspit. Trata-se de mais um one-man project oriundos de terras espanholas que se dedica a um amálgama de Post-Rock, Ambient e música eletrônica desenhado com temática sideral e harmonias estelares. Nada de muito novo no front, ou o suprassumo da originalidade e genialidade musical, mas garante um bom punhado de minutos com uma audição agradabilíssima, leve, fácil, e encantadora em sua beleza cósmica.

Tá, e o que tem a ver isso com o assunto do parágrafo antecessor? Pois respondo: você acha que 99.99998% das pessoas aqui chegaria a ouvir este projeto se não fosse o crescimento das world wide web, social networks e afins? Talvez só o próprio encabeceador do projeto e seus amigos, ou talvez aqueles mais ligados ao gênero e conhecidos de produtoras do ramo, e isso sendo bem otimista. Vivendo na América do Sul, ou seja, fora do eixo Europa-América do Norte-Japão, dificilmente teríamos acesso a tais bandas e projetos. Poderíamos até conhecê-los em algum zine ou revista, porém muito dificilmente chegaríamos a tê-los ao alcance dos nossos ouvidos. E isto, pelo menos para mim (vejam bem, opinião puramente pessoal, o que não quero dizer que representa necessariamente a opinião geral), é a maior vantagem que essa expansão da rede virtual nos proporciona. O fácil acesso ao conhecimento, e facilidade de divulgação antes nunca vistos.

Por isso mesmo que sempre critico aquelas bandas que criticam a divulgação virtual. Ok, sei que artistas precisam comer e ter algum lugar para dormir também, e que gravadoras, especialmente aquelas majors, pressionam por demais para que artistas X, Y e Z atinjam um certo número de vendas. Mas aqueles undergrounds, munidos de talento e criatividade mas não de recursos, só tem a ganhar com todo essa revolução do mundo da informação que vivenciamos aqui, em plenos 2000's. E sortudo serão aqueles que fizerem um bom uso desta tecnologia, ao invés de se digladiarem inutilmente contra ela como alguns fazem (*cof Metallica cof*)

Bom, o post já ficou demasiadamente longo. Disponibilizo aqui as demos compiladas do fingerspit. Enjoy it!


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[2010] space (demos)

01 - Intro
02 - Across The Sky
03 - Last Minutes On Earth
04 - Up And Ahead
05 - Space Years
06 - Burning Ocean
07 - Inside Venus
08 - A Galaxy Rise
09 - Outro


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ps: There is a "buy now" option in the project's bandcamp, in case you wish to purchase a copy of his work.

Consecration




Emergindo de terras sérvias, mais precisamente da cidade de Beograd, eis o Consecration, material da minha mais recente postagem. Lembro de ter ouvido seu debut album no ano passado e ter ficado atordoado consideravelmente com a energia e densidade sônica de suas músicas, mais especialmente a faixa que fecha o álbum, Mercury Room, mas pouco ouvi deles além disso. E então, percebo o quão idiota eu sou. Explico o motivo:

Seu ponto de partida data do já longíquo ano 2000, o marco zero do novo milênio. Sua formação inicialmente era instável, e pouco ou nenhum registro desses primeiros aeons da banda sobrou, pelo menos para nós, ouvintes. Parece que um dos poucos membros remanescentes é o Danilo Nikodinovski, vocalista/guitarrista. Apesar de já ter 10 anos na estrada, seu debut, aux, nasceu tão somente no ano de 2008, cujas faixas foram escritas num curso de 6 anos, pelo menos. Pelo jeito, a paciência dos cidadãos valeu e muito a pena, pois o que vemos (ou ouvimos) aqui é um álbum maduro, inteligente, bem desenhado, texturizado, etc. evocando uma gama de nomes que abrangem os trabalhos mais recentes do Opeth, Katatonia, Oceansize, gente como Tool, Faith No More, *shels e simpatizantes, sem contar influências tímidas, mas potentes, de Neurosis, Isis e cia. Ou seja, peso, atmosferas obscuras e sufocantes, devidamente ornamentada de melancolia são codinomes certeiros para suas músicas, se são.

Tendo colocado o aux para download gratuito em sua páginae lançado também uma gravação ao vivo, o Consecration consegue chamar a atenção de mídia/público, todos eles rasgando elogios e votos de confiança para a banda. Não mais do que merecido, certamente. E em maio deste ano, vemos o seu segundo trabalho, intitulado .avi, dando sinal de vida também. Aqui, nota-se que a banda decidiu explorar ambiências post-rockeiras com mais afinco, incorporando momentos à la Sigur Rós, Slowdive, Explosions In The Sky e seus amigos à base já antes existente. Se freia um pouco o ímpeto furioso do antecessor, ganha em riqueza de ambientação técnica e psicológica.

Ainda assim, me surpreendo com seus menos de 42k plays no last.fm. Talvez o fato de virem de um país obscuro dificultem a divulgação. Ou mesmo o mau gosto generalizado das pessoas pelos 4 vértices do mundo *cof cof*. Para quem anda de saco cheio do repeteco que virou a esfera do Post-Rock/Post-Metal/whatever, estes álbuns aqui são um puro deleite. Pois bem, acho que não resta nenhuma desculpa mais para não baixá-los. Enjoy'em all!


[last.fm]
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[2010] .avi

01 - Aligator
02 - .avi
03 - Cisterna
04 - Somna
05 - Idiot Glee
06 - Djavo Nije Urban


[review in english]


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[2008] aux

01 - Aimless
02 - Rinasek
03 - Passage (aux)
04 - Cliffhangers
05 - Absinthe
06 - Shelter_me
07 - Mercury Room


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When Day Descends




Dono com um nome simples porém poético, When Day Descends, ou simplesmente WDD, emerge das longíquas terras australianas. Mas precisavamente, da ilha da Tasmânia, localizada ao sul da ilha-mãe, conhecida mundialmente graças a Looney Tunes e seu personagem Taz. (?)

Cultura inútil a parte, WDD surgiu das mãos de Dave Caswell, noa ano de 2001, com o intuito de explorar ambiências, texturas sônicas, etc. injetadas com um feeling nostálgico, auto-reflexivo, de fragrância outonal. Seu primeiro trabalho oficial veio à luz em 2006, uma bela coletânea de dez composições criadas no curso destes 4 anos, chamada de Transcend, onde predomina um Prog rock instrumental de corte acústico recheado com o feeling que descrevi mais acima. Depois de 4 anos de silêncio, vem o seu sucessor self-titled, onde nota-se uma mudança de direcionamento. Gravado não mais no modo solo, observamos aquele Prog Rock mais intimista transformar-se em algo mais grandioso e elaborado, metálico, e não mais instrumental, evocando nomes como Opeth, Dark Suns, dredg e Kayo Dot nos ouvidos de cada um. Ainda assim, sendo capaz de trazer-nos aquele mesmo feeling com cheiro de pôr-do-sol (when day descends, hãhã), brisa batendo no rosto, folhas caindo e migalhas de versos no papel ao lado.

Deixo-lhes aqui o st. e, assim que a net deixar de palhaçada e eu deixar de procrastinar, postarei o Transcend. Enjoy it!


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[2010] When Days Descend

01 - New Bell
02 - A Fragile Disguise
03 - When Trees Die alone
04 - White Feathers
05 - Comrade


[interview]



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The Timeout Drawer



"But this is what you do when you’ve grown up in an overly-comfortable suburb: you feel the pain and invent the riot. The founding members of the band, Chris Eichenseer and Jason Goldberg, have done that most of their lives - from breakdancing together in the 5th grade to starting punk and metal bands in middle school, to spending most of high school in experimental bands with midi chains that could choke a baby elephant, noodling around before IDM and post-rock were properly coined. It was natural when their interests led them to the instrumental rock outfit they found themselves inventing in the summer of 1999 - The Timeout Drawer."


Descrições de bandas de Post-Rock são sempre divertidas, não acham? Pois bem, acho que já denunciei de quem falarei aqui, do Timeout Drawer. Como também aponta o parágrafo acima, o duo (que alguns anos depois tornou-se um quarteto) mergulha de cabeça nas águas mais etéreas do Post-Rock, pintando com corais Ambient, IDM e eletrônicos suas praias sonoras. Até aí, nada de muito surpreendente, várias bandas apresentadas neste espaço fazem algo similar. Porém, é notável que existe algum combustível a mais aqui: talento.

Suas músicas fluem fácil pelos auto-falantes, docemente, evocando atmosferas de começo de noite nublados, talvez sob uma leve chuva, num recanto solitário e suburbano, no qual podemos observar da janela do 27º andar as luzes da cidade iluminando a arritimia incessante do vai-e-vém de pessoas apressadas e cansadas, as luzes de prédios vizinhos se acendendo com a chegada de várias destas pessoas, motores rugindo palavras de estresse mecânico, TVs ligadas no noticiário ou no seriado do momento, crianças contando sobre as artimanhas na mesa do jantar, panelas e fumaça exalando pelos vitrais da janela... são imagens que vem imediatamente ao degustar deste álbum aqui, o último deles, batizado de Nowonmai. Nowonmain que absorve todo o feeling dessa fotografia citadina, polvilhada de uma melancolia sutil, de uma ansiedade por dias melhores e expectativa pelo próximo nascer do sol.

Acho que os dois últimos parágrafos já são mais do que suficientes para entenderem o que se passa. Só acho triste ver a página do last.fm deles, por exemplo, tão abandonada e a banda ter pouco reconhecimento (e conhecimento), como vejo aqui. Uma pena, pois ao meu ver, temos uma pedra preciosa sonora aqui.

Então, cabe a mim tentar reverter esse panorama. Nowonmai encontra-se logo abaixo. Enjoy it.


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[2005] Nowonmai


01 - I Fall So Far And I Fall So High
02 - Bursting With Tears, I Comit To Destroying You
03 - There Is So Much Love
04 - This Narrow Room Is World Enough
05 - Nothing Can Stop Me
06 - Blue eyes And Filled With Horror
07 - Take a Look At Me Now
08 - What Looked Like The Morning Was The Beginning Of The Endless Night



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A Swarm of the Sun




O A Swarm of the Sun é um duo sueco de Estocolmo. O primeiro release da banda foi o aclamado EP The King of Everything lançado em 2007. E eis que então chega até nós ouvintes, o tão esperado full-lenght intitulado, Zenith.

A forte base do som do duo é o post-rock/metal, porém o diferencial é o uso de outras vertentes musicais como algumas paisagens eletrônicas e até mesmo elementos do indie rock. Outro ponto é o uso único e exclusivamente de vocais limpos, e diga-se de passagem, vocais belissimo. O som do duo se assemelha bastante ao praticado pelos seus conterrâneos do Aoria, Lingua, Kausal e Come Sleep.

Recomendado para fãs de Tool, Isis, Nine Inch Nails, Rosetta, Oceansize e das bandas citadas acima, o A Swarm of the Sun é uma ótima pedida para os apreciadores do post-rock/metal, indie, alternativo e todas as vertents da boa música.

"a bit like a heavier, swedish version of 65daysofstatic with vocals."

Highly Recommended


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[2010] Zenith

01 – Lifeline
02 – This One Has No Heart
03 – Refuge
04 – The Stand
05 – Zenith
06 – Repeater
07 – The Worms Are Out
08 – Lifeproof Houses
09 – I Fear The End
10 – Reaper

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[english review]


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