Blindead



A banda Blindead foi formada em 1999 na polônia pelo ex-guitarrista do Behemoth, Havoc. Ao contrário de sua antiga banda e de grande parte da nova safra do metal polonês o som dos caras basicamente é o que hoje é conhecido como post-metal/sludge,afinal a polônia vai muito além do brutal death metal. Impossível não citar Neurosis como a principal influência dos Blindead, mas eles conseguem fazer algo que vão além de uma simples cópia, o som dos rapazes tem identidade própria. Você poderá ouvir elementos de doom tradicional, de death metal e até mesmo de industrial.

Esse cd é o segundo trabalho da banda, e o sucessor do Devouring Weakness, lançado em 2006. Composto por 7 faixas, dividas em 4 fases, o cd facilmente entra na minha lista de melhores do ano no gênero. cada faixa tem sua particularidade, que pode se tornar desolador em alguns momentos e vibrantes em outros, sem contar a capacidade musical que cada membro do grupo possui, que fazem a atmosfera das músicas ficarem unicas, as vezes até surpreendente.
Com o lançamento desse cd, o Blindead tem tudo pra figurar dentro de muito pouco tempo entre os grandes nomes do estilo. Esse ano eles ja abriram o concerto do Cult of Luna e agora em agosto terá a missão de abrir para os Neurosis na turnê que passará na Polônia, e abrir um show do Neurosis é um presente divino, sinal que esses caras merecem.
Acho melhor ninguem levar em conta o que eu tento escrever, pois quase nunca consigo passar o que eu realmente sinto ao ouvir, mas esse cd vale muito a pena ser ouvido.

/ Mais de um ano depois, os poloneses do Blindead trazem para nós o maisnovo full-lenght.
Enyoy!


[official website] | [last.fm] | [myspace]




[2010] Affliction XXIX II MXMVI

01 - Self-consciousness Is Desire and
02 - After 38 Weeks
03 - My New Playground Became
04 - Dark and Gray
05 - So, It Feels Like Misunderstanding When
06 - All My Hopes and Dreams Turn Into
07 - Affliction XXVII II MMIX


[purchase]


[download]





[2009] Impulse [ep]

01 - Impulse
02 - Between
03 - Distant Earths



[download]




[2008] Autoscopia/Murder in Phazes


01 - Phaze I: Enlightenment
02 - Phaze I: Abyss
03 - Phaze II: Symmetry
04 - Phaze II: Phenomena
05 - Phaze III: Blood Bond
06 - Phaze III: A Nice Night For A Walk
07 - Phaze IV

[purchase]

[download]

Failure




Pré-post: Peço desculpas a todos que passam o mouse por essas bandas pela escassez de posts durante o mês de novembro. Meu tempo comprimiu-se com o final do período (e o final da graduação), logo, sobrou pouco tempo e energia para caçar bandas e coisas interessantes por aí. Espero que todos compreendam, amém (?)

Voltemos ao post em si. Failure é uma banda estadunidense que esteve andarilhando por aí de 1990 a 1997. Então, acho que é desnecessário dizer que eles flertavam com o Grunge, que se encontrava em plena ascenção na época, não é? Exacto! Mesmo sendo originária de L.A., California, compartilham a mesma vibe daquela galera de Seattle. Seu primeiro álbum saiu no final de 1992, em meio a ebulição grunge, saindo em turnê com o Tool, outra banda que começava a dar o ar de sua graça na época. Depois do debut, vieram o Magnified em 1994 e o Fantastic Planet, este que vos deixarei, já em 1996. Pouco tempo depois, a banda dissolveu-se alegando aquelas famosas diferenças pessoais, criativas, ideológicas, e mimimi afins.

Apesar de não ter alcançado o mainstream absoluto e não ser um nome familiar aos ouvidos dos fãs mais casuais do gênero, parecem ter adquirido um status cult atualmente, provavelmente devido as facilidades da internet (pra variar, né). Seu grande diferencial em relação aos colegas flanelados é um maior cuidado em sua estruturação musical e um flerte muito interessante com temática espacial e sideral, injetando influências de Pink Floyd e Space Rock como um todo em suas peças, conferindo um sabor ainda mais alucinógeno a suas letras já regadas a heroína e congêneres.

Enfim, o saldo final é nada menos do que excelente. Penso que esses rapazes mereciam muito mais reconhecimento do que aquela galera aproveitadora do chamado post-grunge, tipo os Bushs, Nixons e outros muito inferiores ao Failure que só fizeram pegar carona na maré do Nirvana, Pearl Jam e resolveram ganhar uma bela grana em cima disso. Para efeito de curiosidade, Greg Edwards, guitarrista do Failure, é hoje vocal/guitarrista do Autolux, banda postada aqui a algum tempinho. E a 13ª faixa do CD, The Nursed Who Love Me, foi coverizada pelo A Perfect Circle no seu Thirteenth Step (2002), afinal, vale lembrar que eles eram buddies do pessoal do Tool, com quem saíram em turnê lá em 92. Pessoalmente, a versão original é bem melhor do que a do APC, cuja reestruturação ao meu ver não ficou legal como talvez pudesse ser.

Pois bem... já foi dado o recado (e a dose de indignação de sempre). Enjoy it!


[last.fm] | [myspace]





[1996] Fantastic Planet

01 - Saturday Saviour
02 - Sergeant Politeness
03 - Segue 1
04 - Smoking Umbrellas
05 - Pillowhead
06 - Blank
07 - Segue 2
08 - Dirty Blue Balloons
09 - Solaris
10 - Pitiful
11 - Leo
12 - Segue 3
13 - The Nurse Who Loved Me
14 - Another Space Song
15 - Stuck On You
16 - Heliotropic
17 - Daylight



[review in english]


[purchase]


[download]

Steve Von Till













Steve Von Till é vocalista, guitarrista e talvez o homem forte do Neurosis, provavelmente a banda mais citada nesse blog, porém, poucos sabem da existência de seus trabalhos solos ou mesmo outros projetos, portanto é meu dever trazer aqui os três albuns que ele lançou sob sua própria assinatura, diferente do Harvestman, seu outro projeto que confesso ainda não ter ouvido com a merecida atenção.

De forma geral os álbuns seguem um padrão, com canções de estrutura semelhante tendo em seu núcleo forte o som do violão e a grave e rouca voz de Von Till, ora acompanhados de sintetizadores, ora de cellos, órgãos e violinos, dando apenas o tom de forma discreta em algumas músicas. De forma geral podemos enquadrá-los sob as asas do folk, traçando paralelos com obras como as de Nick Drake, com um aspecto visivelmente mais sombrio e próximo aos cantores de country, como não podia deixar de ser. Os cover escolhidos neste último registro atribuem nomes mais claros a essas influências, temos quatro canções que permeiam entre a linha do folk e do country, com direito ao já citado Nick Drake, com 'Clothes Of Sand', Townes Van Zandt, com a excelente 'The Spider Song', bem como, Lyle Lovett e Mickey Newberry, respectivamente com 'Promises' e 'Willow Tree'.

Não acredito que sejam registros que agradarão a todos, principalmente por se tratar de um nome consolidado no mundo do metal, as músicas seguem um caminho muitas vezes distante do que aquilo que é apresentado no Neurosis e podem soar monotonas aos mais desavisados. Em linhas gerais, o pessoal do Amplificasom conseguiu em menor espaço dar valiosa pista do que vocês encontrarão nestes registros:

"Steve dispensa apresentações, é um dos nossos pais musicais desde que começamos a ouvir música a sério. Nunca desilude. Impulsionado pelos tons da sua guitarra, a sua vontade de desabafar e a sua voz cheia de alma, Von Till regressa ao seu mundo sombrio, mais folk e acústico do que os seus Neurosis, mas igualmente pesado. Aliás, apesar da sua natureza acústica pode ser doloroso ouvir um álbum destes: o vozeirão (não vos lembra Mark Lanegan?) de Steve num formato tão nu e cru a recitar as suas letras feridas é como um murro no estômago. Um murro profundo… Está longe de ser um substituto para os Neurosis mas mais longe está de ser uma nota de roda pé. Tirando o facto de o considerar um pouco longo para o ouvir todo de uma vez, o álbum é perfeito. É um álbum cheio de vida, perto da morte."
- André [Amplificasom]


[last.fm] | [official site]















[2008] A Grave Is A Grim Horse

01 - A Grave Is A Grim Horse
02 - Clothes Of Sand
03 - The Acre
04 - Willow Tree
05 - Valley Of The Moon
06 - The Spider Song
07 - Looking For Dry Land
08 - Western Son
09 - Brigit's Cross
10 - Promises
11 - # Gravity

[review in english]


[purchase]


[download]





[2002] If I Should Fall To The Field

01 - Breathe
02 - To The Field
03 - My Work Is Done
04 - Hallowed Ground
05 - This River
06 - Running Dry
07 - The Wild Hunt
08 - Am I Born To Die
09 - Dawn
10 - The Harpy

[review in english]


[purchase]


[download]
//link updated!















[2000] As The Crow Flies

1 - Stained Glass
2 - We All Fall
3 - Remember
4 - Warning Of A Storm
5 - Twice Born
6 - Midheaven
7 - Shadows To Stone

[review in english]


[purchase]


[download]

Arktika



Alguém segura 2010 e seus lançamentos, porque desse jeito não será possível fazer um top 10-15-20 no final do ano. E olha que já estamos no final do ano e ainda teremos cds do Star of Ash, Vanessa Van Basten, Mothlite e outros.

Lembro que em algum ponto no ano passado ouvi um EP com apenas duas músicas de uma banda desconhecida, e apesar da produção ainda "amadora", foi uma porrada na orelha o som que esses alemães proporcionaram. A partir dai não tive mais noticias da banda, até que algumas semanas atrás fiquei sabendo do lançamento de seu primeiro full-lenght, intitulado At Zero.

Formado em Cologne (Alemanha) a banda foi criada em 2008 e gravou seu primeiro EP no mesmo ano que foi distribuido pela Narshardaa Records. Com algum reconhecimento a banda teve a oportunidade de fazer tour com algumas bandas como o Envy, Long Distance Calling e outras.

Composto de 7 músicas, o cd em si não apresenta nenhuma novidade do praticado pelas bandas de post-metal/sludge em geral, porém com o básico que eles fazem conseguiram gravar um dos melhores cds do gênero em 2010 (ao lado do Rosetta e do Vestiges).

Recomendado.

Arktika has five members: Marc (vocals), Jürgen (guitars), Jan (bass), Tim (guitars) and Jürgen (drums).


[official site] | [myspace] | [last.fm]


[2010] At Zero

01 - We Live Our Lives In Black
02 - A Fire To Everything
03 - Interlude
04 - Vowbreaker
05 - Diorama
06 - Johnny Castle
07 - At Zero

[purchase]


[download]

Agalloch




Agalloch foi formado por John Haughm e Shane Breyer em Portland, Oregon, EUa, em 1996, após a frustação de seus projetos musicais anteriores, tendo lançado seu primeiro full-length em 1999, chamado Pale Folklore. Diferente das demos e trabalhos promocionais anteriores, que emanavam uma influência de Black Metal predominante, o Pale Folklore já apresentava elementos marcantes de folk e música clássica e sinfônica, com um uso bem ponderado de bandolins, violino, expandindo largamente seus horizontes sonoros.

Sua música em si é caracterizada, também, pelas letras que sempre abordam temas introspectivos e obscuros, como a melancolia, solidão e misantropia, mas com uma forte ligação com elementos da natureza no geral, especialmente sobre paisagens no outono/inverno, o pôr-do-sol, florestas, etc. como se, de alguma forma, tentassem transpor através deles seus estados pessoais num certo momento ou puro e simplesmente falar sobre a beleza e as sensações que eles causam. Essa conexão tão forte com a natureza é notada desde o nome da banda em si, Agalloch, que é o nome de uma árvore de resina aromática chamada Aquilaria agallocha, e inclusive uma edição especial do Pale Folklore numa caixa de madeira.

Depois do Pale folklore, a banda lançou dois full-lengths, The Mantle (2002) e Ashes Against The Grain (2006), além de alguns EPs como o Of Stone, Wind And Pillor (2001), contendo material antigo da banda junto com um cover do Sol Invictus, e o The White (2008). Apesar da banda manter praticamente o mesmo estilo em todos os álbuns, repara-se que eles exploram de maneira diferente os temperos que constituem seu prisma sonoro, às vezes se focando no lado acústico e folk, em outras no lado mais Doom/Progressive Metal e até mesmo no Post-Rock.

Particularmente, acho incrível a maneira como o Agalloch consegue articular tantos elementos sonoros aparentemente dispersos de forma tão coesa e criar atmosferas harmônicas intrigntes que transmitem frieza, desolação e serenidade, ao mesmo tempo, além de retratar a beleza simples da natureza que muitas vezes nem percebemos, ainda mais aqueles que vivem em grandes cidades, como eu por exemplo. Por isso, é um das bandas que mais me impressiona e me intriga, dentre todas que conheço.

//Aproveito a deixa da postagem de outubro do ano passado para deixar-lhes um álbum deles gravado ao vivo na Bélgica neste ano de 2009. O setlist é um bom apanhado de toda a sua primorosa carreira e a qualidade de som se mostra bem nítida, captando bastante da energia do show da banda. Sortudos são aqueles que puderam comparecer a este show e presenciar tal qualidade sonora produzida pela banda.

Bem, aproveitem-o!

//Em um ano com repleto de lançamento foda como o Rosetta, Celeste, Unearthly Trance, Electric Wizard entre outros, fica até dificil dizer qual será o melhor cd de 2010. Porém algumas bandas sempre serão melhores do que as demais: Ulver, Neurosis e o caso em questão agora, o Agalloch.

Quando você tem a notícia de que sua banda preferida irá lançar um cd novo, suas expectativas são sempre as maiores possíves, porém um certo medo de decepção ainda te incomoda. Mas o legal de adorar certas bandas é que você mesmo tendo esse medo, no final das contas você acaba gostando ainda mais do que você achava que ia gostar, esse é o caso do Agalloch.
Sou suspeito pra falar de Agalloch, pois a banda esta está no meu top 3 bandas mais fodas de sempre desde 2005, e nada do que os caras fizerem irá me decepcionar.

Agalloch - Marrow of the Spirit. Melhor lançamento de 2010 de longe, e como esse ano não tem Ulver e Neurosis, a primeira posição no top 2010 já está garantida para os deuses de Portland.

Banda perfeita, músicos perfeitos, atmosfera perfeita, cd perfeito. Nem precisa falar que esse cd é essencial.

[edit by: pedro]


[official site] | [myspace] | [last.fm]




[2010] Marrow of the Spirit

01 - They Escaped the Weight of Darkness
02 - Into the Painted Grey
03 - The Watcher's Monolith
04 - Black Lake Nidstång
05 - Ghosts of the Midwinter Fires
06 - To Drown


[english review]


[purchase]


[download]


[2009] The Silence Of Forgotten Landscapes

01 - Limbs
02 - Falling Snow
03 - As Embers Dress The Sky
04 - Dead Winter Days
05 - I Am The Wooden Doors
06 - In The Shadow Of Our Pale Companion
07 - Not Unlike The Waves
08 - Bloodbirds


[download]





[1999] Pale Folklore

01 - She Painted Fire Across The Skyline (part 1)
02 - She Painted Fire Across The Skyline (part 2)
03 - She Painted Fire Across The Skyline (part 3)
04 - The Misshapen Steed
05 - Hallways Of Enchanted Ebony
06 - Dead Winter Days
07 - As Embers Dress The Sky
08 - The Melancholy Spirit


[review in english]



[purchase]


[download]

Brian Eno




Nascido como Brian Peter George St. John le Baptiste de la Salle Eno em Woodbrish, UK, no ano de 1948, eis um dos nomes mais influentes ainda vivos e ativos na, digamos, música alternativa. Seu legado começou com o Roxy Music, lá nos early 70's, que se propunha em fazer algo que viria a ser chamado de Glam Rock futuramente (sem qualquer relação com Poisons, Cinderellas e porcariadas afins), se assemelhando a gente como o David Bowie. Com a dissolução do RM, Brian Eno partiu para novos horizontes sonoros, se tornando o maior expoente, talvez, da tal Ambient Music, onde predominam paisagens sônicas abstratas, sem chão nem teto, preenchidas apenas com vácuo cósmico e alegorias amorfas e surreais que por vezes se transformam em tempestades de decibéis.

Parte de sua fama não vem somente de seu trabalho como músico, mas sim daqueles como produtor, já tendo em sua bagagem gente como U2, Talking Heads e mais recentemente, Coldplay. Além disso, já teve colaborações com gente não menos influente que ele, como o Robert Fripp (King Crimson), Harold Budd (outro ícone da música ambiente), dentre outros que minha memória falha em lembrar (ou porque simplesmente não conheço). Com certeza, essa habilidade como produtor deve ter ajudado, e muito, em sua empreitada como músico em si, ajudando a moldar o som a seu bel prazer. Isto se ele não investiu em produção justamente com esse intuito.

Pois bem, seu novo trabalho, intitulado Small Craft On A Milk Sea, já pode ser encontrado logo abaixo. Nele, podemos ver um pouco do Eno antigo, como no Plateaux Of Mirrors, porém enxerga-se também toques de eletrônica mais furiosa, digamos, presentes em algumas faixas, bem como toques aqui e acolá de Math/Post-Rock. Se não é um clássico definitivo do Eno, certamente é um álbum que mostra que o cara, já sessentão, continua com ímpeto e criatividade afiados, o que já o coloca num patamar acima de muita gente que parece cair aos pedaços com 20, talvez 30 anos a menos.

Bom, tá dado o recado. Aproveitem!


[last.fm] | [fanpage]





[2010] Small Craft On A Milk Sea

01 - Emerald and Lime
02 - Complex Heaven
03 - Small Craft on a Milk Sea
04 - Flint March
05 - Horse
06 - 2 Forms of Anger
07 - Bone Jump
08 - Dust Shuffle
09 - Paleosonic
10 - Slow Ice, Old Moon
11 - Lesser Heaven
12 - Calcium Needles
13 - Emerald and Stone
14 - Written, Forgotten
15 - Late Anthropocene



[review in english]


[purchase]


[download]