Ulver




Há bandas versáteis, que experimentam diversas sonoridades nos diversos álbuns que vão compondo, muitas acabam vulgarmente por ser apelidadas de “vendidas” e outros epítetos que tais. E da Noruega, vieram os Ulver. Os Ulver são, provavelmente, uma das bandas cuja metamorfose é a mais agradável e rica quando sujeita a exploração. Ao longo dos seus quase quinze anos de carreira, os Ulver propuseram-se a experimentar um pouco de tudo o que havia para experimentar. Se não, vejamos: numa fase inicial, entre 1994 e 1997 os Ulver eram conhecidos como uma banda de black metal, tendo editado três álbuns neste período. O ponto de viragem dá-se com o álbum conceptual Theme’s From William Blake’s The Marriage Of Heaven And Hell (1998), onde a banda se apresentou numa abordagem muito mais experimental, avant-garde. Os trabalhos que se seguiram foram limando cada vez mais esta predisposição para a experiência e os Ulver enveredaram por caminhos tão distintos do inicial black metal como o trip-hop e a electrónica ambiental. [hiddentrack.net]

Se há algo a que os Ulver nos habituaram desde sempre foi a esperar o inesperado. O percurso desta entidade é tão peculiar e singular que se torna redundante tentar compará-los a outros projectos ou tentar enquadrá-los dentro de algum género. Têm sido exímios exploradores de diversas paletes sonoras e artífices de ambientes envolventes e intrigantes... [amplificasom]

"Deve-se dizer neste ponto que não é fácil fazer uma review deste concerto de Ulver: não há (ainda) ponto de comparação; não havia qualquer tipo de expectativas em relação à escolha dos temas, a não ser que, qualquer que ela fosse, ficaria àquem das mesmas expectativas; sobrando para quem escreve a mera função de dizer ao mundo: “Ulver tocou ao vivo. Finalmente aconteceu. Afinal é possível passar aqueles temas para o vivo!” O que é muito mais do que algum dia pensei vir a fazer." [erodetheperson]


"This music is for the stations before and after sleep. Headphones and darkness recommended"

\Não tem o que falar. Melhor cd do ano, melhor banda do mundo.

p.s: Novo link em 320 kbps.



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[2011] Wars of the Roses

01 - February MMX
02 - Norwegian Gothic
03 - Providence
04 - September IV
05 - England
06 - Island
07 - Stone Angels

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[2010] Klub Studio Live (Audience Bootleg)

1 - Eos
2 - Let The Children Go
3 - Little Blue Bird
4 - Rock Massif
5 - For the Love of God
6 - In The Red
7 - Operator
8 - Funebre
9 - Silence Teaches You How To Sing
10 - Plates 16-17
11 - Hallways Of Always
12 - Porn Piece Or The Scars Of Cold Kisses
13 - Like Music
14 - Not Saved


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[2009] The Wall Re-Built

03 - Ulver - Another Brick in the Wall


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[2009] Maihaugsalen Live (Audience Bootleg)

01 - [ladies and gentlemen]
02 - Little Blue Bird
03 - Rock Massif
04 - Funebre
05 - Let The Children Go
06 - Everybody's Been Burned (The Byrds cover)
07 - Silence Teaches You How To Sing
08 - Porn Piece Or The Scars Of Cold Kisses
09 - Plates 16-17
10 - In The Red
11 - Like Music
12 - Not Saved
13 - [thank you all]


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[2000] Perdition City


1 - Lost In Moments
2 - Porn Piece Or The Scars Of Cold Kisses
3 - Hallways Of Always
4 - Tomorrow Never Knows
5 - The Future Sound Of Music
6 - We Are The Dead
7 - Dead City Centres
8 - Catalept
9 - Nowhere/Catastrophe

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Explosions in the Sky



Texas, USA. O ano é 1999. Nasce, assim, o motivo do post de hoje, Explosions in the Sky. Fundada por quatro rapazes recém-chegados à cidade de Austin, começaram cedo a se entrosarem e semear ideias musicais, colhendo o seu primeiro fruto ainda no mesmo ano, nomeado "How Strange, Innocence". Lançado como um modesto CD-R, a banda consegue chamar atenção de muita (muita é maneira de dizer, blz?) gente nos meios alternativos undergrounds daqueles aeons, atraindo logo de primeira aqueles admiradores de bandas como o Mogwai, Godspeed You! Black Emperor e Sigur Rós, 4 bandas em plena ascenção. Não demorou muito ao EITS (não confundir com a sigla deste belo blog aqui, pfv) juntar-se ao grupo e tornar-se o quarto alicerce do Post-Rock, gênero que a banda ajudou a desenvolver e difundir junto com os outros três supracitados.

Seu segundo trabalho, Those Who Tell The Truth Shall Die, Those Who Tell The Truth Shall Live (eita nome difícil) veio à luz em 2001, ampliando ainda mais o raio de atenção e ainda mais enriquecido de inspiração e criatividade. Todas as músicas ali eram de encher os olhos, melhor, ouvidos, e levar o ouvinte a uma dimensão insondável do cosmo interno - isso senão o externo também, ao menos sob as vias da imaginação - valendo destacar o trabalho de bateria, por ora fazendo uso - e muito bem - de ritmos militares, conferindo matizes antes inéditos no mundo post-rocker. Polemicamente, a banda envolveu-se em algumas rumores acerca dos atentados de 11/ 9 daquele ano, devido a uma frase infeliz contida na sua frase, onde aparecia um avião colidindo seguido de uma frase "This plane will crash tomorrow".
Mindfuck, não? Nada melhor que a seta do tempo para apagar tais rumores. Em 2004, a banda ressurge com o album que pode ser considerado sua obra-prima, The Earth Is Not A Dead Cold Place. Harmonias siderais eclodem a cada segundo de suas 5 músicas, embarcando o ouvinte numa nave espacial a traçar trajetórias espirais por galáxias, wormholes e quasares, fazendo escala em supernovas incandescentes de explosões melódicas (agri)doces...

Além deste, temos ainda o Friday Nights Live, soundtrack da série homônima na qual o EITS deu contribuição, 21: The Rescue, de 2006, onde a banda compôs 8 músicas, cada uma num dia diferente, seguidamente, e o All of a Sudden, I Miss Everyone, este de 2007. Todos tem seus momentos de brilho e transcendência, embora não superassem a sublimidade do "The Earth...".

Enfim, depois de quase 4 anos de silêncio, a banda retorna com o "Take Care, Take Care, Take Care, ", lançado em meados de Fevereiro mas que, por via do acaso, só descobri hoje de manhã. Só o escutei duas vezes, sendo uma delas a caminho do Observatório Nacional, onde me encontro agora, mas não há como não notar e admirar a belíssima peça sonora que os rapazes fizeram, mais uma vez. Em alguns momentos, ecos do "those who tell the truth..." emergem dos headphones, em outros, fantasmas do trabalho mais recente é que divagam pela nossa mente. Se é um novo "The Earth..."? Só o tempo dirá. A primeira impressão é que, infelizmente, aquele parece ter sido um momento de inspiração único, que raramente acontece e dificilmente voltará a acontecer. Mas e daí? É um álbum, de todo modo, incrível, mostrando a várias bandinhas meia-boca da "cena" como se faz Post-rock de verdade.

Depois de tudo isso, só resta-me repetir as mesmas palavras de sempre: enjoy it! ;)


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[2011] Take Care, Take Care, Take Care,

01 - Last Known Surroundings
02 - Human Qualities
03 - Trembling Hands
04 - Be Comfortable, Creature
05 - Postcard From 1952
06 - Let Me Back In


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Truly



A origem da banda postada hoje, Truly, remete-nos aquela saudosa primeira metade dos 90. Foi fundada por Robert Roth, Mark Pickerel (ex-Screaming Trees) e Hiro Yamamoto (ex-Soundgarden) na cidade de Seattle (surpresa?) e, apesar de conectados a bandas famosas da cidade e da época, o Truly nunca ascendeu ao estrelato ou mesmo um reconhecimento cult na época. Lançou dois full-lengths, sendo eles Fast stories... From Kid Coma (1995) e Feeling You Up (1997), além de uma coletânea de raridades Twilight Curtains, original de 2000, (sendo este que consta no link de download), com a banda já extinta. E assim fez-se sua história...

Mais precisamente, sua abóbada sonora é calcada nos firmamentos Grunge que eclodiam e exalavam por todos os vértices de Seattle (e de rádios, micro systems e K7 players do mundo) naqueles idos. Mas defini-los assim é vago demais, pra não dizer injusto, pois há muito mais coisa aí. Para começar, suas estruturas musicais, por muitas vezes, fogem da simplicidade típica do gênero, sendo bem mais ricas e dinâmicas do que a média dele. Depois, a banda parece ter encharcado suas linhas harmônicas de cogumelos, mescalina, peyote, ácido, etc. em muitos momentos, pois a vibe psicodélica que ressoa delas é digna do que havia de melhor nos early '70. Reparem nas músicas Aliens on Alcohol, bem como a faixa que fecha o CD, Mellotronica Symphonica e saberão do que estou falando. Algumas músicas em um apelo mais pop, tipo Leatherette Tears II e um cover, Our Lips Are Sealed, mas mesmo essas são deleitosas e agradabilíssimas de se ouvir a qualquer hora, longe de ser um pop pausterizado e imbecil como o veiculado por aí desde aquela época. Já Wait 'Til The Night e I Hit Ignition remetem mais diretamente ao que se fazia na cidade natal dos caras, soando mais diretas e simples, mas ainda assim excelentes pra se ouvir naquela hora que desejamos exorcizar alguns demônios internos. Em suma, um belo, belíssimo álbum, uma pérola esquecida na poeira e nas colheres queimadas dos 90...

Aí vem a questão crucial desse post: Por que diabos eles nunca tiveram sucesso nenhum? Alguns podem responder "falta de incentivo e apelo comercial, falta de divulgação, etc." e são motivos plausíveis. Mas acho que a questão é um pouco mais profunda e vaga do que isso. Algumas bandas simplesmente não emplacam. Não há razão lógica para isso, muitas vezes. A banda pode não sofrer de nenhuma deficiência técnica, pode até ser talentosa ao extremo, diferenciada, etc. mas por uma série de motivos burocráticos (como os citados anteriormente) ou simples conspiração cósmica, nada dá certo para eles e ficam relegados ao oblívio. A internet ajuda um pouco nesse quesito, de uns 10 anos pra cá, pois permite um raio de divulgação sem precendentes. Porém, nada que possa determinar um sucesso e reconhcimento devidamente proporcionais ao talento musical de alguém, né. Infelizmente, o Truly cai neste caso dito logo acima, e com ênfase no "infelizmente", pois a banda é "truly amazing" (não resisti ao trocadilho, mais uma vez).

Imagino que qualquer fã das bandas daquela geração, bem como fãs de um Roque bem feito iria curtir e muito o conteúdo do link logo abaixo. Enjoy!


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[2000] Twilight Curtains

01 - Twilight Curtains
02 - Leatherette Tears II
03 - Aliens On Alcohol
04 - Wait 'Til The Night
05 - I Hit Ignition
06 - Our Lips Are Sealed
07 - Girl Don't Tell Me You'll Write
08 - Queen Of Girls
09 - 20th Century Voluntary Slaves
10 - Mellotronic Symphonica


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Grails



Procurando aqui algumas referências a fim de servir como ponto de partida para fazer minha mais nova resenha, me deparei com algo que condensa todo o significado da música do Grails, motivo deste post. Ei-lo:

"In some pieces there is the brightest most powerful and vibrant feelings and then some contain foggy, draft and dark drenched cascading parts swirled in tragedy. It’s an emotional rollercoaster, a voyage of human experience and the opening of the higher states of conciousness. This record swirls and shifts around in the mix as if magic is being conjured up from the residency of another dimension."

Em essência, temos aqui definido do que se tratam. Vindos de Portland, do estado de Oregon, US, e tendo em seu line-up o baterista do Om, posso dizer com segurança que o Grails é algo diferenciado em meio ao mar profundo de copycats atual. Sua base Post-Rock fornece o esqueleto necessário para arquitetarem suas atmosferas hipnóticas, transcendentes e apimentadas com um toque místico oriental que não poderia vesti-mas de melhor forma. Podemos compará-los ao próprio Om, Sleep, EARTH, enfim, todo o Stoner/Drone e simpatizantes em muitos momentos, pois a "vibe" de suas músicas, em muitos momentos, é compartilhada fielmente com a das bandas supracitadas. Mas o Grails vai além disso, é certo. Não tem vergonha de pedir emprestado aqueles matizes sonoros já esquecidos na névoa de naftalina e psicoativos made in '71 , puxando nomes como Popol Vuh, Can e aquela vertente "dark" do Prog da época, tipo King Crimson e Van Der Graag Generator. O saldo final de tudo isso são álbuns que podiam muito bem ser trilha sonora de um filme dirigido por algum Jodorowsky da vida.

Disponho aqui para vocês o mais novo trabalho dos Grails, intitulado Black Tar Prophecies Vol. IV, sendo ele composto por 5 faixas razoavelmente curtas que deixam um sabor de incompletude na boca de cada um que resolve degustá-lo. Se não é o melhor álbum já feito por eles até o momento presente, certamente deixa a vontade de conhecê-los melhor e saber o que eles já deixaram por aí, ao longo da trilha do tempo. Pois bem, espero que gostem!

"Spread the gift of Grails to your friends, family and anyone into the harmony of solitude and quite areas of this earth where the energy flow is strong from a lack of disbursed qualities that city life incurs. These are really amazing songs, pieces of art that stand out and take shape as head music; music for thought, contemplation and study. Grails comes from Portland but their sound reaches far into the depths of contemporary music and the essence of knowledge itself. Black Tar Prophecies is a stunning series, Vol 4 is a mind altering serene gift, a planting of a seed for a standard in one of the modes of expression in modern culture. Vol 4 is a look to the past, the future and of course something that is completely in the now. ~ Erik Otis"

//Ressuscitando o tópico para postar-vos o novo trampo da banda, Deep Politics. O amálgama de Post-Rock, Doom Metal, Stoner, Dark Ambient, Psychedelic, Folk, whatever continua perfeitamente coeso e temperado, aliás, diria até que nunca esteve melhor. Os rapazes refinam seu cosmo sonoro a cada trabalho de uma maneira sensacional e incrível. Quem não baixar (ou não curtir) esse novo CD vai merecer um belo cascudo! LOL. Enjoy it!


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[2011] Deep Politics

01. Future Primitive
02. All The Colors Of The Dark
03. Corridors Of Power
04. Deep Politics
05. Daughters Of Bilitis
06. Almost Grew My Hair
07. I Led Three Lives
08. Deep Snow


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[2010] Black Tar Prophecies Vol. IV

A1 - I Want A New Drug
A2 - Self-Hypnosis
B1 - A Mansion Has Many Rooms
B2 - New Drug II
B3 - Up All Night


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