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Navel



Podem acusar de hipster e o escambau, mas uma "tendência" atual MUITO boa que percebo cada vez mais forte e pulsante nesses tempos é essa coisa de "Retro Rock". Nomes como Black Mountain, Wolf People, Tame Impala, Eagles of Death Metal, The Black Angels tem sido alguns dos responsáveis por ela. Sei que não trazem nada de (muito) novo, ainda mais em relação ao que era feito à 30/40 anos atrás, mas em nenhum aspecto isso deixou de ser foda. Então, surge mais um nome com potencial mais que suficiente para juntar-se à lista acima: Navel.

O nome um tanto simplório - e pouco criativo, devo adicionar - só faz esconder o poderio artístico que os rapazes (?). Toda aquela psicodelia incandescente made in '69 se faz presente, mas dessa vez carregada com muita coisa igualmente interessante. Há um toque Bluesy em todas as 14 faixas que compõe seu álbum (Neo Noir), tornando tudo mais spicy - ainda! - e, como se não fosse o bastante, invocam aquele espírito lamacento e despojado do Garage Rock que nos assombra a pelo menos 40 anos. E mais ainda, por que não invocar, também, o alternativo 90's made in Seattle? Pois é, tem tudo disso aqui. Provavelmente o elemento mais diferencial do Navel em relação aos colegas vintage contemporâneos é o ritmo da maioria de suas músicas. Não tem dó de botar o pé (ou dedos) no acelerador e compor músicas recheadas de uma urgência pouco visto nos idos modernos, soando verdadeiras descargas sônicas em muitos momentos. De quebra, ainda temos um cover do Neil Young, Rockin' In The Free World. Não poderia ser melhor escolhido, jamais.

Se alguma pessoa resolveu botar esse CD pra tocar e ficar entediado, é porque o cidadão está morto ou tá com sérios problemas auditivos, só pode. Recomendado fortemente pra qualquer um interessado, além das bandas do primeiro parágrafo, em gente tipo BRMC, The Vines, Mudhoney, QOTSA, Black Keys, Dead Weather, etc.

Degustem-no!


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[2011] Neo Noir

01 - Can't Feel A Thing
02 - Speedbox
03 - Black Days
04 - Acid Queen
05 - It's The Road That Makes The Song
06 - Free Land
07 - Invisible
08 - Kobra The Killer
09 - Rockin' In The Free World
10 - Hunger Child Blues
11 - Come Into My Mind
12 - Blues On My Side
13 - Rule To Follow
14 - Waiting Travelling Thinking


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Dax Riggs




Dax Riggs, estadunidense nascido no estado de Louisiana no ano de 1973, é um nome (infelizmente) pouco familiar aos ouvidos do povo, mesmo àqueles mais ligados no cosmos underground da música. Apesar de ter um background memorável, por algum motivo, suas bandas e seus projetos nunca eclodiram ou obtiveram o reconhecimento merecido. No entanto, isso não apaga de modo algum seus méritos como compositor e o legado que vem deixando desde os inícios dos 90's, já digo o por quê.

Seu primeiro e possivelmente mais marcante trabalho foi com o Acid Bath, banda que goza até hoje de um relativo status cult desde a época de sua existência (1991 até 1997, mais ou menos), lançando dois álbuns que são verdadeiras descargas sonoras, cuja base Sludge/Stoner mesclam-se a matizes Grunge, Death/Doom Metal, Folk, Post-Punk e muitos outros, sem definir-se exatamente por um destes gêneros. Alguns mais desavisados logo pensariam: "Nossa, isso parece Alice In Chains! Mas tá esquisito", ao ouvir alguma de suas músicas. Com o encerramento de suas atividades, Mr. Riggs fundou o Agents of Oblivion, banda que já estrelou nas páginas deste blog, vide link. Segue uma linha bem próxima ao AB, embora possuído de uma veia obscura e mórbida mais grossa do que o antecessor, e que infelizmente lançou apenas um álbum antes de sua dissolução, o self-titled de 2000. Depois disso, ouviu-se do Dax num outro projeto, Deadboys and Elephantman, que conheço muito pouco, admito. Lembro de ter ouvido algo lá nos idos de 2006/2007, época em que ainda era recente, e lembro que seguia uma linha mais light, algo que poderia ser chamado de Alternative Rock (mas que nada tem a ver com os Strokes e Kings Of Leon's da vida, felizmente).

Nesta mesma época, veio o seu primeiro álbum solo. We Sing Of Only Blood And Love. Apesar do nome parecer ter sido retirado de algum poeminha gótico de uma adolescente de 15 anos fã do Evanescence, nele, o lado mais metálico de sua música parece ter dissipado de vez, restando apenas o feeling psicodélico, bluesy, obscuro, banhado com tons de Southern Gothic de outrora. Se não é nada transcendental, é certamente algo muito bem feito e instigante de se ouvir, qualidades também atribuídas ao seu novíssimo solo, intitulado We Say Goodnight To The World. Aqui, sua verve negra e alucinógena parece ter ganhado outros contornos e núcleo, estando mais pulsantes e profundas do que nunca, tendo momentos que o aproximam muito de nomes lendários como Jeff Buckley e Nick Cave.

Para quem conheço o trabalho do cidadão, é um prato cheio. Para os outros, uma boa chance de conhecê-lo e degustá-lo como se deve. Uma ótima pedida para madrugadas de sexta-feiras solitárias, for sure! Enjoy it.


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[2010] We Say Goodnight The World

01 - Say Goodnight To The World
02 - I Hear Satan
03 - You Were Born To Be My Gallows
04 - Gravedirt On My Blue Suede Shoes
05 - Like moonlight
06 - No One Will Be A Stranger
07 - Heartbreak Hotel
08 - Sleeping With The Witch
09 - Let Me Be Your Cigarette
10 - See You All In Hell Or New Orleans


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Townes Van Zandt




















Townes Van Zandt é mais um daqueles músicos que, apesar de se tornarem estandartes de determinado gênero, é desconhecido dos grandes públicos. E como grande parte desses artistas, ele também teve uma carreira conturbada, principalmente devido a sua psicose maníaco depressiva e problemas com drogas e alcoolismo. Apesar de nunca ter feito sucesso com as massas, como dito anteriormente, Townes tem fãs de peso, como Bob Dylan, Robert Plant e Steve Von Till, sendo que todos esses fizeram cover de alguma de suas músicas.

Seu som é calcado no mais tradicional folk americano, sem muito mistério, com uma pitada no country e no blues que acentua sua distinção frente aos músicos britânicos de folk. Apesar de sua musicalidade fundamentalmente simples, e não poderia ser diferente, suas letras são dotadas de grande complexidade, colocando em cheque o posto de Dylan como o 'poeta do folk', ainda que muitas vezes a temática dos dois distoem. Outro aspecto que chama a atenção é seu tom de voz, que de longe foge a doçura de Nick Drake, levando sua música a um patamar de densidade muito maior, contribuindo para uma imersão total ao seu universo sonoro (momento Carlos), que torna sua audição uma experiência completamente introspectiva.

Texas Troubadour é um box com quatro discos que dão cabo dos sete vinis lançados por ele durante os anos 60 e 70, mais oito músicas gravadas ao vivo, com direito a um pequeno livreto colorido com biografia + música a música comentada, um ótimo presente para quem vos escreve, tá?















Texas Troubadour - Box Set [2001]













CD 1 - [1968] For The Sake Of The Song + [1969] Our Mother The Mountain

01 - For The Sake Of The Song
02 - Tecumseh Valley
03 - Many A Fine Lady
04 - Quicksilver Daydreams Of Maria
05 - Waitin' Around To Die
06 - I'll Be Here In The Morning
07 - Sad Cinderella
08 - The Velvet Voices
09 - All Your Young Servants
10 - Talkin' Karate Blues
11 - Sixteen Summers, Fifteen Falls
12 - Be Here To My Love
13 - Kathleen
14 - She Came And She Touched Me
15 - Like A Summer Thursday
16 - Our Mother The Mountain
17 - Second Lover's Song
18 - St. John The Gambler
19 - Tecumseh Valley
20 - Snake Mountain Blues
21 - My Pround Mountains
22 - Why She's Acting This Way
















CD 2 - [1969] Townes Van Zandt + [1971] Delta Momma Blues

01 - For The Sake Of The Song
02 - Columbine
03 - Waitin' Around To Die
04 - Don't Take It Too Bad
05 - Colorado Girl
06 - Lungs
07 - I'll Be Here In The Morning
08 - Fare The Well, Miss Carousel
09 - (Quicksilver Daydreams Of) Maria
10 - None But The Rain
11 - F.F.V.
12 - Delta Momma Blues
13 - Only Him Or Me
14 - Turnstyled, Junkpiled
15 - Tower Song
16 - Come Tomorrow
17 - Brand New Companion
18 - Where I Lead Me
19 - Rake
20 - Nothin'
















CD 3 - [1972] High, Low And In Between + [1972] The Late Great Townes Van Zandt

01 - Two Hands
02 - You Are Not Needed Now
03 - Greensboro Woman
04 - Highway Kind
05 - Standin'
06 - No Deal
07 - To Live Is To Fly
08 - When He Offers His Hand
09 - Mr. Mudd And Mr. Gold
10 - Blue Ridge Mountains
11 - High, Low And In-between
12 - No Lonesome Tune
13 - Sad Cinderella
14 - German Mustard (a Clapalong)
15 - Don't Let The Sunshine Fool Ya
16 - Honky Tonkin'
17 - Snow Don't Fall
18 - Fraulein
19 - Pancho And Lefty
20 - If I Needed You
21 - Silver Ships Of Andilar
22 - Heavenly Houseboat Blues
















CD 4 -
[1978]
Flyin' Shoes +
[1972-1973]
Studio Outtakes + Live Songs From 1973

01 - Loretta
02 - No Place To Fall
03 - Flyin' Shoes
04 - Who Do You Love
05 - When She Don't Need Me
06 - Dollar Bill Blues
07 - Rex's Blues
08 - Pueblo Waltz
09 - Brother Flower
10 - Snake Song
11 - The Spider Song
12 - Upon My Soul
13 - Buckskin Stallion Blues
14 - At My Window
15 - Two Girls (Live)
16 - Fraternity Blues (Live)
17 - White Freight Liner Blues (Live)
18 - Talking Thunderbird Blues (Live)
19 - Nine Pound Hammer (Live)
20 - Chauffeur's Blues (Live)
21 - Cocaine Blues (Live)
22 - Only Him Or Me (Live)





Clutch











Antes de mais nada, não teria outra forma de começar esse post sem antes agradecer aos membros do blog, especialmente o Carlos, mas sem esquecer dos outros, por mantê-lo tão vivo enquanto eu me descabelava, com os poucos fios que ainda me restam, nesse turbulento fim de semestre, mas para felicidade do povo e alegria geral da nação (ou não) eu estou de volta, e agora, parcialmente de férias vou me dedicar mais ao blog. Não poderia passar sem deixar de agradecer a galera que tem visitado o blog e fazendo a máquina funcionar também do outro lado, tem sido massa chegar em alguns rolês e ouvir que estamos fazendo um bom trabalho, é verdade que quase nunca falam bem dos meus posts especificamente, mas tudo bem, ainda amo vocês, um pouco menos, é verdade.

Clutch é mais uma daquelas bandas que eu conheci por acidente, nas andanças em busca de uma banda que fizesse Stoner Rock sem repetir a tão saturada forma que a maioria insiste em seguir deliberadamente. Encontrei-os internet afora, encarnando mecânicos em uma foto nesses sites gringos e a partir daí, a tal banda chamada 'embreagem' passou a chamar minha atenção (por favor, não achem que eu tenho tara por mecânicos, vocês entenderam). Seu som traz uma química interessante entre o Stoner Rock, Blues e uma pitada de Southern Rock, de modo que, com a evolução da banda ao longo do tempo, o Punk Rock e o Hardcore que marcaram seu início deram lugar a poderesosas cargas de groove e feeling maiores a cada álbum lançado, aproximando a sonoridade da banda ao Blues. Segundo alguns sites, inclusive a wikipedia (ainda que seja vergonhoso assumi-lá publicamente como uma referência), a banda nunca estourou realmente, apesar de ter assinado com a Columbia Records para lançar o grande Elephant Riders, em 1999, seu público continuou restrito a sua base de fãs, que se ampliou um pouco com o lançamento de Pure Rock Fury em 2001, mas nada como as grandes e nem sempre tão boas, bandas americanas de hoje em dia.

From Beale Street To Oblivion foi lançado em 2007 e me coloca num dilema entre elegê-lo como o melhor álbum deles ou cometer o crime de ter que dá-lo o segundo lugar frente ao não menos grandioso Robot Hive/Exodus de 2005. O álbum foi produzido por Joe Barresi (Kyuss, Tool) e é marcado pela total imersão da banda no Blues, segundo Fallon, "Não se trata de um revivalismo ou uma cena retro, trata-se sim de despir a música até aos seus elementos mais básicos, eliminando tudo o que esteja a mais". Sua primeira música de trabalho Electric Worry figura entre as melhores músicas que a banda fez, guiado por um riff que deixa as influências de blues mais claras do que nunca e acompanhado por uma gaita que traz pra si toda a atenção no ponto alto da música, é um bom resumo do que podemos encontrar de melhor neste CD. When Vegans Attack é a melhor representante do conteúdo humorístico e bizarro marcante nas letras da banda, um apontamento crítico do vocalista Neil Fallon acerca do fenômeno vegan-way-of-life que toma cada vez mais espaço na cena em geral. Enfim, o que temos aqui se trata de um grande disco de mais puro rock, calcado em clássicos como Deep Purple e ZZ Top mas sem soar como mais uma banda oportunista que apenas fica ruminando aquilo que já foi feito em outro momento da história da música. Altamente recomendado.


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[2007] From Beale Street To Oblivion

01 - You Can't Stop Progress
02 - Power Player
03 - The Devil & Me
04 - White's Ferry
05 - Child Of The City
06 - Electric Worry
07 - One Eye Dollar
08 - Rapture Of Riddley Walker
09 - When Vegans Attack
10 - Opossum Minister
11 - Black Umbrella
12 - Mr. Shiny Cadillackness

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