A Place to Bury Strangers



A Place To Bury Strangers, ou simplesmente APtBS, é um trio originário de NYC cujas atividades se iniciaram no ano de 2003 e que já leva dois full-lengths e um punhado de boas críticas, uma tour pela Europa e UK e um público bem razoável na sua bagagem, sendo o mais novo deles o que deixarei aqui, batizado docemente de Exploding Head.

Não é difícil ver porque a banda já conseguiu tal status em não muito tempo. Tendo em sua formação Oliver Ackermann, membro do Skywave (uma banda razoavelmente cult do período pós-MBV e Slowdive), APtBS segue uma veia sônica similar embora ainda mais refinada de sua predecessora: Shoegaze arquitetado com camadas e mais camadas noisy e droners que encobrem, lá no fundo, uma melodia pegajosa e agradável, por vezes melancólica, lembrando (e bastante) um dos percussores do estilo em que eles mesmos se calcaram, o Jesus & Mary Chain, mais precisamente em sua fase mais áurea. Além disso, pode-se perceber vários elementos de Space rock, psicodelia e post-punk a la The Cure em começo de carreira devidamente fundidos e condensados em seu universo musical, conferindo um gosto ainda mais refinado a seus trabalhos.

Apesar de só ter tido chance de ouvi-lo ontem, já digo que acho um dos melhores (senão o melhor) álbum de shoegaze de 2009. Me surpreendeu bastante e muito positivamente, pois o que eu lia sobre a banda não me fazia pensar em algo diferente de mais uma banda indie pseudocult hypada pela mídia "alternativa e open-minded". Felizmente, queimei a língua e fiquei feliz por tê-la deixado em brasas.

Talvez esta seja a última postagem do exhalethesound no ano de 2009, então... deixo aqui meus desejos antecipados de feliz 2010 a todos que passarem por aqui desde já! E claro, desfrutem bem do link logo abaixo. ;)

//Ressucitando o post aqui para divulgar o novo trabalho dos nova-iorquinos, o EP chamado Onwards To The Wall. Coisa finíssima, um verdadeiro ataque sônico, insano, de microfonia incandescente a conduzir melodias über-soturnas que parecem diretamente extraídas dos primeiros trabalhos do The Cure, do Joy Division e, obviamente, do clássico Psychocandy (JAMC). IMO, é uma das top 3 bandas de Shoegaze contemporâneas, pelo menos.

Enjoy it!



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[2012] Onward To The Wall

01 - I Lost You
02 - So Far Away
03 - Onward To The Wall
04 - It'll Be Alright
05 - Drill It Up

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[2009] Exploding Head

01 - It Is Nothing
02 - In Your Heart
03 - Lost Feeling
04 - Deadbeat
05 - Keeping Slipping Away
06 - Egodeath
07 - Smile When You Smile
08 - Everything Always Goes Wrong
09 - Exploding Head
10 - I Lived My Life To Stand In The Shadows Of Your Heart


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Crippled Black Phoenix




Formado inicialmente em 2004 quando o baterista Justin Greaves (Electric Wizard, Teeth Of Lions Rule The Divine, Iron Monkey e curto período no Borknagar) gravou de forma precária o que tinha em mente já há muito tempo com a ajuda de seu amigo Dominic Aitchison (Mogwai). As idéias que destoavam de qualquer coisa que Greaves já teria feito em seus outros trabalhos, juntamente com a experiência dentro do post-rock de Dominic formaram a essência do CBP. A dupla acabou se unindo com alguns outros artistas, dentre eles nomes de grandes bandas como Kostas Panagiotou e Andy Semmens (ambos Panthiest), Nial McGaughey (3D House of Beef) e o songwriter solo folk Joe Volk (também Gonga). A variação de estilos, habilidades e influências dos membros da banda é o que destaca o CBP das outras bandas de post-rock. Além disso, essa mistura de diferentes vertentes musicais também é refletida nas letras das músicas que a banda chama por "Endtime Ballads".

Em 2006 é iniciada a gravação do debut album em Bristol no Invada Records (Portishead’s Geoff Barrow). O resultado foi uma coleção de "endtime ballads" em A Love Of Shared Disasters. Esse é o primeiro trabalho de uma trilogia, que conta histórias trágicas da literatura combinadas com histórias pessoais dos membros de amores, perdas e redenção. O que eu posso sentir claramente quando ouço o CBP - e isso raramente acontece - é o que a psicanálise freudiana chama por catarse; a constante lembrança ou reprodução proposital de conflitos e experiências traumáticas ou ainda na literatura, a forma de purificar sentimentos reprimidos deixando pra tras o fracasso e a dor.

O CBP acabou sendo rotulado como "Stoner-Prog" passando pelo "Freak-Folk" e até mesmo o "Doom". Usando uma mistura de equipamentos modernos e da era Victoriana, a banda produz um som único e cativante, que soa moderno e arcáico ao mesmo tempo. A Resurrectionists/Night Raider foi lançado como box duplo contendo as canções de 200 Tons of Bad Luck, juntamente com um uma variedade de bonus.

/Editando o post da nossa querida Cibele, trago para vocês o novo cd de uma das bandas mais sensacionais de todos os tempos. [by:pedro]

//Editando o post de nosso querido Pedro para trazer o mais novo trabalho do fênix negro aleijado. Sob o nome de (Makind) The Crafty Ape, temos aqui o que creio ser um dos melhores álbuns da banda, trazendo-nos uma diversidade sonora ainda mais rica e criatividade cravada na estratosfera, flertando com domínios intrincados do Rock Progressivo mais do que nunca. Divido em 3 capítulos ao longo de dois CDs, já nasce como candidato a melhor álbum de 2012.

Enjoy!

[edit by: Carlos]


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[2012] (Mankind) The Crafty Ape

Disc 1:

Chapter I - A Thread:
01 - Nothing (We Are-)
02 - The Heart Of Every Country
03 - Get Down And Live With It
04 - A Letter Concerning Dogheads
05 - The Brain / Poznan

Chapter II - The Trap:
06 - Laying Traps
07 - Born In A Hurricane
08 - Release The Clowns
09 - (What?)

Disc 2:

Chapter III - The Blues Of Man
01 - A Suggestion (Not A Very Nice One)
02 - (Dig, Bury, Deny)
03 - Operation Mincemeat
04 - We Will Never Get Out This World Alive Faced With Complete Failure, Utter Defiance Is The Only Response

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[purchase] (will be released on February 7th)


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[2010] I, Vigilante

01 - Troublemaker
02 - We Forgotten Who We Are
03 - Fantastic Justice
04 - Bastogne Blues
05 - Of A Lifetime
06 - Burning Bridges (Hidden Track)

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[2009] Tons of Bad Luck

01 - Burnt Reynolds
02 - Rise Up and Fight
03 - Time of Ye Life/Born for Nothing/Paranoid Arm of Narcoleptic Empire
04 - Wendigo
05 - Littlestep
06 - Crossing the Bar
07 - Whissendine
08 - A Real Bronx Cheer
09 - 444
10 - A Hymn for a Lost Soul
11 - A Lack of Common Sense
12 - I Am Free Today I Perished

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[2009] The Resurrectionists

01 - Burnt Reynolds
02 - Rise up and Fight
03 - Whissendine
04 - Crossing the Bar
05 - 200 Tons of Bad Luck
06 - Please do not Stay Here
07 - Song For the Loved
08 - A Hymn For a Lost Soul
09 - 444
10 - Little Step
11 - Human Nature Dictates the Downfall of Humans

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[2009] Night Raiders

01 - Time of ye Life/Born for Nothing/Paranoid Arm if Narcoleptic Empire
02 - Wendigo
03 - Bat Stack
04 - Along Where the Wind Blows
05 - Onward Ever Downwards
06 - A Lack of Ccommon Sense
07 - Trust no One
08 - I am Free, Today I Perished

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[2006] A Love Of Shared Disasters

01 - The Lament of the Nithered Mercenary
02 - Really, How'd It Get This Way?
03 - The Whistler
04 - Suppose I Told The Truth
05 - When You're Gone
06 - Long Cold Summer
07 - Goodnight, Europe
08 - You Take the Devil Out of Me
09 - The Northern Cobbler
10 - My Enemies I Fear Not But, Protect Me from My Friends
11 - I'm Almost Home
12 - Sharks & Storms / Blizzard of Horned Cats

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ps: I intend to re-upload the broken links soon.

Comunicado

[portuguese]
Estou usando um servidor diferente agora para hospedar os arquivos, um servidor brasileiro chamado sharex. [http://sharex.xpg.com.br/]. Não sei se ele é realmente bom, mas pelo menos não tem tido problemas com o FBI até agora. Se tiverem problemas fazendo download com eles, ou os downloads forem muito lentos, só falarem, que eu procuro outro servidor.

Carlos.


[english]
I'm using a different server now in order to host the files, a brazilian one called sharex. [http://sharex.xpg.com.br/]. I don't know if it's really good, but at least it's not been bothered by the FBI stuff until now. If you have problems to download with it or the downloads are too slow, just tell me, I'll search for another host.

Carlos.

Vinyl Williams





Fruto da mente criativa de Lionel Williams, um californiano nascido em Março de 1990, temos o Vinyl Williams, que, posso dizer com segurança, foi uma das descobertas musicais mais felizes que fiz nos últimos meses sem qualquer gota de dúvida. Não sei bem sobre a história do projeto em si, mas percebo que a maioria das músicas parecem vir de 2010 e 2011, tendo dois full-lengths lançados até o momento, Naked Sanctuary, o mais antigo, e Lemniscate o mais recente. Serão estes que eu postarei logo abaixo, neste espaço, incrementados de algumas músicas "unreleased" em cada um deles.

Sua arte sonora, como muitos das bandas e projetos que deixo por aqui, é bem difícil de categorizar. Algo que não gosto muito de fazer, devo admitir, mas procuro realizar mesmo assim em prol de uma melhor compreensão do que se trata o trabalho do povo. Aqui, temos um belíssimo Shoegaze, doce e etéreo como convem, vestido com os melhores tecidos Krautrock feitos em muito tempo. Todas as músicas evocam uma aura mística exuberante e transcendente, evocando espíritos e espectros vagantes a muito adormecidos, ou simplesmente viagens siderais sem caminho de volta por galáxias desconhecidas e recantos obscuros da imensidão cósmica, algo que era realizado com maestria suprema por gente que atendia por Can, Popol Vuh e Neu! a um bom número de décadas atrás. Esta curiosa alquimia que rendeu a curiosa tag de "Shoegroove", ou "Spacebeat", como dito no last.fm.

Pois bem, a parte de rótulos e yadda yadda, temos aqui dois digníssimos trabalhos que, no mínimo, colocam o VW (não confundir com Volkswagen, kids) no patamas de bandas extremamente promissoras e "to check out in the near future". São gente como o Lionel que me faz perceber que a criatividade musical não arrefeceu-se de vez no limbo de gente derivativa e vazia que polui o mundo a fora. Recomendado ao extremo para quem gosta da galera tipo Have a Nice Life & cia. (Afterlife, Giles Corey), Menace Ruine, e Shoegaze como um todo...

Degustem!

ps: O rapaz mentor do projeto ainda faz pinturas, e muito bem, obrigado. A quem interessar, aqui.


[last.fm] | [bandcamp]





[2011] Lemniscate

01 - Tokyo -> Sumatra
02 - Higher Worlds
03 - Stellarscope
04 - Who Are You?
05 - Grassy
06 - Objects of the Source
07 - Inner Space
08 - Open Your Mind
09 - Follow In Your Dreams

Unreleased:
?? - Haunted!
?? - SpiritualT Visions BayB


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[2010] Naked Sanctuary

01 - 100
02 - Freshly Picked Diamonds
03 - Zeal Biotics
04 - Spiral Galaxy
05 - Psychic Shine

Unreleased:

?? - Emporium
?? - Gold
?? - Ooh Aah
?? - The Inner Kingdom


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Kayo Dot




Kayo Dot é uma banda multinacional, formada em 2003 por Toby Driver pelas cinzas de um grupo memorável chamado maudlin of the well. Disse multinacional pela diversidade étnica dos integrantes da banda, tendo americanos, europeus, asiáticos e afro-americanos em sua formação.

Mas essa diversidade não se reflete somente na origem étnica dos integrantes do conjunto, mas também em sua sonoridade. Ela abrange uma gama muito rica de subgêneros, atmosferas e estruturas em sua composição, que vão desde a música erudita do século XX à la Stravinsky e Penderecki a grupos de Post-Metal/Sludge como Neurosis e Godflesh, passando ainda por Sigur Rós, Pink Floyd, Radiohead e pinturas impressionistas (!), regada ainda a toques de psicodelia e jazz, que assim formam os ingredientes necessários para a sua alquimia sonora densa e hermética, ainda que envolvente, do Kayo Dot.

Choirs Of The Eye é o primeiro álbum da banda, e na minha opinião é o melhor lançado até agora, ainda que os outros só fiquem atrás dele no quesito qualidade por centésimos de segundo, ou talvez menos. Imagino que não seja um álbum tão acessível e assimilável para todos, mas eu asseguro que vale muito a pena ouvi-lo, mesmo que seja por mera curiosidade. Enjoy it. ;)


//Quase dois anos depois, deixo-lhes aqui o novo trabalho da banda, batizado simplesmente de Coyote. Dessa vez, parece que os rapazes ouviram um bocado de Univers Zero, Art Zoyd e toda aquela galerë Prog/Psychedelic/Kraut-Rock/whatever dos anos 70, pois é notável o distanciamento de sua verve Post-Rock dos trabalhos anteriores em prol de um aprofundamento nessa outra, que já se fazia presente desde os tempos do maudlin, deve-se dizer. Apesar de achar que este seria um álbum ainda melhor se fosse puramente instrumental (o vocal parece um pouco deslocado em alguns momentos - e o instrumental ficou simplesmente genial em várias passagens ao longo do álbum), é ainda um trabalho excelente, senão o melhor desde o debut Choirs of the eye.

Bom, chega de enrolar. Sirvam-se a vontade, and enjoy it well! ;)

//update: Novo trabalho do Kayo Dot chegando na área. Apesar da capa, digamos, desprovida de qualquer arte maior, sua música continua exuberante e extremamente rica, passeando por mundos psicodélicos e quiméricos com incrível destreza e desenvoltura. Aqui, temos músicas um pouco mais cruas, digamos, e que evocam as harmonias mais agressivas e rústicas, roçando os domínios do Metal extremo, que ajudaram a caracterizar o som da banda-mãe, o maudlin of the Well. Se isso é algo positivo ou não, bom, é a gosto de vocês. Eu achei curioso e inesperado da forma mais saudável possível.

Aproveitem-no!


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[2011] Gamma Knife

01 - Lethe
02 - Rite of Goetic Evocation
03 - Mirror Water, Lightning Night
04 - Ocellated God
05 - Gamma Knife


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[2010] Coyote

01 - Calonyction Girl
02 - Whisper Ineffable
03 - Abyss Hinge 1: Sleeping Birds Sighing In Roscolux
04 - Abyss Hinge 2: The Shrinking Armature
05 - Cartogram Out Of Phase


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[2003] Choirs Of The Eye

01 - Marathon
02 - A Pitch Of Summer
03 - The Manifold Curiosity
04 - Wayfarer
05 - The Antique

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Junius




Quase sempre os Estados Unidos me surpreende com bandas de qualidade , visto por exemplo os todo poderosos Agalloch e Neurosis e Isis (atendendo a calorosos pedidos ;p) . E eis que em 2006 eu conheço outra pérola oriunda dos EUA, o Junius. Desde a primeira audição do Blood is Bright (primeiro full-lenght da banda) eu fiquei impressionado com tamanha qualidade encontrada nesse cd.
Desde então sempre acompanho o trabalho da banda, e quando fiquei sabendo do novo lançamento, The Martrydom of a Catastrophist, sempre que era possível dava uma garimpada na internet atrás do mesmo. E agora que achei, venho dividir com todos os nossos amigos do blog, mais uma obra de arte composta por estes rapazes, que com toda certeza ganhou um lugarzinho especial nos melhores de 2009.

Classificar a banda dentro de um gênero é uma tarefa muito difícil, visto que a banda aderiu várias caracteristicas de outros estilos e moldou tudo dando origem a uma sonoridade única e própria. É notável a influência fortissíma do post-punk do Joy Division e do The Cure, e do post-rock mais épico de bandas como Explosions in the Sky e Godspeed You! Black Emperor e até mesmo do progressive-rock de um Oceansize ou dredg.
Desde então a banda é vista pela crítica especializada como um dos grandes nomes do rock/metal atual, capaz de inovar sem soar clichê e cansativo, e alvo de criticas super positivas, como por exemplo a da revista Disclosure Magazine que declarou sobre a banda: "one of the most engaging Dark Rock albums to come out since Joy Division last graced a stage."

The Martrydom of a Catastrophist é um álbum conceitual, inspirado na vida e nas teorias do polêmico/controverso escritor russo, Immanuel Velikovsky. Citações reais a partir de entrevistas e palestras são intercaladas entre as músicas, dando um sentido de narrativa para o processo. O álbum foi gravado por Kevin Mills e Syrowski Tom (Weezer, AFI) e masterizado por Dave Collins (Danny Elfman, Black Sabbath).

Como eu disse ali em cima, definir o que os ouvintes irão encontrar aqui é uma tarefa complicada, então o melhor a ser feito é cada um tirar suas próprias conclusões. Mas já adianto que as chances de arrependimento beira os 0%. Registro excencial na coleção de qualquer pessoa.

"This darkly lush epic is the best soundtrack for reveling in the melancholy of actually living since My Bloody Valentine's Loveless." - Alternative Press

"This fiery Boston quartet displays the potential to emerge as the bridge between post-grunge and the future of alternative rock." - Amplifier Magazine

"Breathtaking atmospherics and dark sensibilities deserved of being likened to The Cure's Disintegration... With high energy emanating out of a pensive sound, Junius punctures each track with unshakable singularity until it turns into something addictive and encompassing." - Exclaim! Magazine

//Update: Ressucitando o tópico para deixar aqui o novíssimo trabalho dos barbudos, intitulado Reports From The Threshold Of Death. Distanciando-se um pouco das texturas shoegazers de outrora, o direcionamento agora segue uma linha mais Deftones-like, algo percebido com mais força pelas linhas adotadas por Joseph Martinez. Não só o vocal, mas muitas linhas sônicas das músicas evocam o quarteto liderado pelo Chino Moreno, de fato. Tudo aqui soa catártico, dream-like e assombroso, cujas letras novamente contam uma historinha bacana, resumida como "a jornada da alma no pós-morte".

Desde antes da primeira ouvida, pensei: é um dos melhores CDs de 2011. Não tinha como errar, né?

Sem mais, aproveitem-no!


update by: Carlos.


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[2011] Reports From The Threshold Of Death

01. Betray The Grave
02. All Shall Float
03. Dance On Blood
04. A Universe Without Stars
05. Haunts For Love
06. The Meeting of Pasts
07. (Spirit Guidance)
08. A Reflection On Fire
09. Transcend The Ghost
10. Eidolon & Perispirit


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[2009] The Martyrdom of a Catastrophist

01 - Birth Rites By Torchlight
02 - The Antediluvian Fire
03 - (turning to the spirits of the hours...)
04 - A Dramatist Plays Catastrophist
05 - Ten Year Librarian
06 - Stargazers And Gravediggers
07 - (...he fell before her)
08 - Elisheva, I Love You
09 - Letters From Saint Angelica
10 - The Mourning Eulogy


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Link



[2007] Junius

01 - [Elan Vitale]
02 - Hiding Knives
03 - From The Isle Of The Blessed
04 - [Elan Fatale]
05 - Forcing Out The Silence
06 - [The Annunciation]
07 - Blood Is Bright
08 - A Word Could Kill Her
09 - In The Hearts Of Titans
10 - At The Age Of Decay


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Alcest




Alcest, nome de uma personagem mitológica da Grécia, é a filha de de Pélias cuja mão em casamento é prometida para quem for de encontro a ela num carro puxado com leões e javalis, tarefa realizada por Adento que, logo após a tarefa, acaba adoecendo. Para salvá-lo, alguém precisa ser sacrificado em seu lugar, missão que Alceste se incubiu de fazer. Quando as forças de Adento foram se recuperando, as de Alceste diminuíam cada vez mais, até quase seu encontro fatal com a Morte que, no entanto, não veio a acontecer devidoà intervenção de Hércules. Assim, Alceste pode se recuperar junto de Adento e ambos viveram casados.

Historinha bonita, não? Pois este mesmo nome batiza uma das bandas (one-man band, na verdade) que talvez seja a mais influente e eclética dentro do universo do Black Metal no fim da década de 00's. Sua fundação data do ano de 1999, pelas mãos de Neige, que já foi (ou ainda é) integrante de bandas importantes do BM francês tais quais Peste Noire, Mortifera, Valfunde, Amesoeurs, além de nomes de outros países como Lantlôs e Forgotten Woods, na qual até 2002/2003 tinha a colaboração de Famine e Argoth, pessoas também importantes na tal cena.

Tendo lançado sua primeira demo ainda em 2001, chamada Tristesse Hivernale, apresentando ainda um Black Metal bastante cru, ríspido e gélido, bem ao estilo das outras bandas da região, o Alcest no entanto parece ter tomado outros caminhos desde então, começando a absorver influências sonoras diversas e incomuns ao gênero, a ponto de tornar sua música mais acessível sem no entanto perder a quintessência que marca a ferro e fogo a roupagem do Black Metal. Já desenvolvendo esta linha, saiu o EP Le Secret, em 2005, contendo duas músicas, sendo uma delas um poema musicado de Charles Baudelaire, chamado Elévation.

Desde esse EP, já pode-se perceber ecos do que o Alcest viria a lapidar num futuro próximo. Influências de Post-Rock e Shoegaze, antes totalmente dissociados do BM, ressoavam aqui e acolá durante o EP, trazendo um feeling com sabor nostálgico e docemente melancólico as músicas, abrandando um pouco a crueza comum do gênero mas, como disse, mantendo ainda todos os elementos dignos de fazer a felicidade de todo fã dele. Dois anos depois, veio ao mundo um álbum que, na minha opinião (e destaco isso em negrito, itálico e letras vermelhas, para que fique bem claro), mais revolucionou o universo BM nessa década que findou há pouco, o Souvenirs D'un Autre Monde. Nele, a fusão de Black Metal, Post-Rock e Shoegaze atinge sua evolução completa, tecendo um álbum recheado de melancolia nostálgica e árcade, que evoca uma espécie de sensação no ouvinte que o faz remeter a tempos distantes e remotos, onde as coisas pareciam mais fáceis e a vida mais agradável, crescendo assim uma tristeza serena e confortante em seu âmago.

Depois de ter se envolvido em toda a confusão da banda "prima" do Alcest, o Amesoeurs, que levou ao fim da mesma, desde 2009 o Neige começou a traçar o que viria a se tornar, hoje, o segundo full-length do Alcest, vindo sob o nome de Écailles De Lune (Escalas da Lua, em português). Fãs, admiradores e amantes do Souvenirs ficarão felizes com este trabalho, pois nele se faz presente todos os elementos que marcaram e tornaram-lhe um dos álbuns mais geniais dos últimos anos. Talvez a maior diferença aqui, no Écailles, seja uma tonalidade mais voltada ao Black Metal do que no Souvenirs, além de músicas mais longas e com certa influência progressiva, especialmente nas duas primeiras. Se ele é um álbum que vai romper barreiras e paradigmas e, além disso, vai superar a qualidade e importância do antecessor, só o curso do tempo dirá. A minha primeira impressão, ainda bem crua, é de que se trata, sim, de um álbum primoroso, fortíssimo candidato desde já ao melhor álbum de 2010, mas que não conseguiu cumprir a missão de igualar o nível de qualidade do anterior. Talvez isso torne este CD menos atraente aos olhos dos fãs mais ardorosos da banda, mas isto seria um gravíssimo erro, em minha sincera opinião. Digo-lhes, escutem este CD como se fosse a primeira vez que escutam algo do Alcest e deliciem-se, pois uma pérola sônica assim é difícil de se ver por aí, a qualquer hora.

Well, that's all folks, enjoy it!

//Emergindo o tópico para deixar aqui o novíssimo trabalho da banda (?). Batizado de Les Voyages De L'Âme, continuamos aqui a desfrutar das belíssimas paisagens sônicas do nosso querido amigo Neige, recheadas de um bucolismo nostálgico revigorante. De distinto, noto alguns tons mais claros emanados das 8 canções que compõe o álbum, carregados de sentimentos mais positivos (menos negativos, vamos dizer assim...), mostrando que existem sim, dias de sol nas pastagens desoladas da Alceste. Para começar bem 2012, não há coisa melhor.

Enjoy!


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[2012] Les Voyages De L'Âme

01. Autre Temps (Album Version)
02. Là Où Naissent Les Couleurs Nouvelles
03. Les Voyages De L'Âme
04. Nous Sommes L'Emeraude
05. Beings Of Light
06. Faiseurs De Mondes
07. Havens
08. Summer's Glory


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[2010] Écailles De Lune

01 - Écailles De Lune (Pt. 1)
02 - Écailles De Lune (Pt. 2)
03 - Percées De Lumière
04 - Abysses
05 - Solar Song
06 - Sur L'Océan Couleur de Fer

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Asteroid #4



Asteroid #4 não se trata apenas do asteroide mais brilhante do nosso sistema solar (Vesta), mas também de uma bela banda estadunidense que vem rodando meus players e meus headphones nos últimos três meses. Poucas informações históricas existem por aí sobre eles (me custou uns 15 minutos para saber que são da Philadelphia), e sua primeira aparição para o mundo ocorreu num tributo ao Spacemen 3, no qual o sexteto coverizou Losing Touch With My Mind com louvor, lá nos idos de 1997. Um ano depois, sai o seu debut album, Introducing The Asteroid No. 4, onde percebe-se que a participação no tributo não foi aleatória; influências do citado Spacemen 3 se fazem latentes, bem como ecos de Jangle Pop, Psychedelic '69, etc.

Sinceramente não ouvi os álbuns que se sucederam do Introducing... até o álbum que vos posto, These Flowers Of Ours: A Treasure Of Witchcraft and Deviltry e poucas informações obtive sobre eles. Mas vi alguns elogios rasgados a evolução da banda justo neste álbum. Sobre o álbum em si, tais elogios não são nada menos do que merecidíssimos, pois os rapazes (e a moça tecladista) alcançaram aqui uma alquimia alucinógena entre os citados Shoegaze, Psychedelic Rock e Jangle Pop com Garage Rock, Folk, Gothic Americana e, por que não, Britpop que encheria o querido Syd Barrett (RIP) de orgulho pelo seu legado. Todas as músicas evocam um sentimento etéreo de paz entermeado por paisagens surreais temperadas com o doce sabor de verde pastoril e tapeçarias de estrelas queimando no céu noturno sem se preocupar em disputar atenção com as luzes de hidrogênio e neônio dos centros urbanos.

Bem, tá dado o recado. Aparentemente, eles estão escrevendo novas músicas, logo, este mesmo post pode emergir muito em breve, quem sabe? Enjoy!


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[2008] These Flowers Of Ours: A Treasure Of Witchcraft and Deviltry

01 - My Love
02 - Let It Go
03 - Hold On
04 - I Look Around
05 - She's All I Need
06 - War
07 - Flowers Of Ours
08 - Hei Nah Lah
09 - She Touched The Sky
10 - All Fall Down
11 - Empty Like A Little Child


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Second Come




Ressucitando o blog depois de tantos meses em stand-by, posto aqui uma das melhores descobertas que eu fiz nos últimos meses. Como já disse antes, não costumo postar muita coisa brazuca neste blog, mais pela ignorância minha acerca das bandas que vem de terras tupiniquins mesmo. Poucas até então haviam me chamado atenção positivamente, ou se encaixariam na proposta que tenho com este espaço virtual aqui, mas ultimamente venho tentando reverter esse quadro e conhecer mais sobre as pedras preciosas que nascem por aqui e que, logicamente, ficam relegadas a obscuridade e ao oblívio devido a falta de incentivo de mídia, público, yadda yadda. Nesse nicho, encontra-se a banda que vos posto, chamada Second Come.

Fundada na virada dos anos 80 para os 90 nas ensolaradas terras cariocas, desde o começo se destacavam das demais bandas brasileiras pela proposta que abraçaram: Rock sujo e direto, infestado de distorção wah-wah e conduzido por riffs fuzzy, com letras em inglês, o que os distanciava muito dos seguidores de Legião Urbana e congêneres. Desde então, batalharam arduamente pelos circuitos undergrounds do RJ, SP e onde mais pudessem jorrar sua barulheira em ouvidos alheios e tirar um troco com isso, mas, como sabemos, a internet na época estava ainda em fase criogênica e a divulgação em larga escala como temos hoje era apenas ficção científica. No entanto, o reconhecimento de seu talento já existia, tanto da parte da mídia nacional quanto dos undergrounders aficcionados e sim, de gente de fora do país também. Não obstante, gente do calibre do Dave Grohl, então baterista do Nirvana, talvez a banda mais aclamada daqueles aeons, lançou elogios rasgados a banda! Gente como Jack Endino, da lendária gravadora Sub Pop, bem como o jornalista Everett True, chamado por muitos do "descobridor" do Grunge, também fizeram críticas mais do que positivas para o SC. Lançadas algumas demos e dois full-lengths, sendo o último deles produzido pelo Dado Villa-Lobos, a banda finda suas atividades por volta de 1994 devido ao desgaste por culpa do grande esforço e pouco reconhecimento de seu esmero. Depois, cada integrante tomou seu rumo pela vida a fora, sendo que o vocalista/guitarrista da banda, Fábio Leopoldino já se encontra falecido desde 2009, vítima de um enfarto. Sei que teve um show de reunião no último Setembro aqui no RJ, porém, só conheci a banda duas semanas depois do tal show, logo, não pude comparecer. Ironias da vida...

Sobre o que interessa mesmo, que é a música, muito já foi dito nas linhas anteriores. Poderiam ser enquadrados tranquilamente ao chamado Grunge e bandas Sub Pop-based, porém, suas influências vão muito além, evocando gente como Jesus and Mary Chain, Sonic Youth, Husker Dü, Ride e, principalmente, Pixies. Se lembrarmos que eles levavam esta vibe já em 1990, antes da febre do Nevermind e da avalanche Grunge Seattlista (e de outros lugares, posteriormente...) por volta de 1-2 anos depois, é algo digno de muito respeito e consideração, afinal, pouquíssimos seres vivos aqui no Brasil deviam saber quem era Kurt Cobain, Layne Stanley e Mark Arm nesses idos. Não duvidaria que, caso os cidadãos do SC fossem nascidos nos EUA ou no UK, alcançariam um status cult no mínimo equivalente ao já citado Ride ou de alguém como o Screaming Trees, porém, em plena América do Sul, e a vinte anos atrás...

Enfim, ficaram os registros da época para podermos desfrutar até os dias de hoje e divulgarmos a quem interessar, como eu faço agora.


[last.fm]



[1994] Superkids, Superdrugs, Supergod and Strangers

01 - High High
02 - Interference
03 - Airhead
04 - Aircraft and Boots
05 - My Cancer
06 - Scrap
07 - Wait
08 - Little Friend
09 - She Could Melt The Sun
10 - Grapes
11 - Looking Smiles
12 - Gas Head
13 - (Astronaut)
14 - Airplane Ticket
15 - Fever Dream Trip
16 - Nur Nur
17 - It's Wrong Wrong
18 - (Buzzing)


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[1993] You

01 - Feel Like I Don't Know What I'm Doing
02 - Ten Fingers
03 - Run, Run
04 - Hurricane Age
05 - 704
06 - Perfidiousness
07 - God And Me
08 - Justify My Love (Madonna Cover)
09 - Sedative Distortion
10 - Shower
11 - You
12 - Shoes
13 - Ega Enacirrrunh


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