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Junius




Quase sempre os Estados Unidos me surpreende com bandas de qualidade , visto por exemplo os todo poderosos Agalloch e Neurosis e Isis (atendendo a calorosos pedidos ;p) . E eis que em 2006 eu conheço outra pérola oriunda dos EUA, o Junius. Desde a primeira audição do Blood is Bright (primeiro full-lenght da banda) eu fiquei impressionado com tamanha qualidade encontrada nesse cd.
Desde então sempre acompanho o trabalho da banda, e quando fiquei sabendo do novo lançamento, The Martrydom of a Catastrophist, sempre que era possível dava uma garimpada na internet atrás do mesmo. E agora que achei, venho dividir com todos os nossos amigos do blog, mais uma obra de arte composta por estes rapazes, que com toda certeza ganhou um lugarzinho especial nos melhores de 2009.

Classificar a banda dentro de um gênero é uma tarefa muito difícil, visto que a banda aderiu várias caracteristicas de outros estilos e moldou tudo dando origem a uma sonoridade única e própria. É notável a influência fortissíma do post-punk do Joy Division e do The Cure, e do post-rock mais épico de bandas como Explosions in the Sky e Godspeed You! Black Emperor e até mesmo do progressive-rock de um Oceansize ou dredg.
Desde então a banda é vista pela crítica especializada como um dos grandes nomes do rock/metal atual, capaz de inovar sem soar clichê e cansativo, e alvo de criticas super positivas, como por exemplo a da revista Disclosure Magazine que declarou sobre a banda: "one of the most engaging Dark Rock albums to come out since Joy Division last graced a stage."

The Martrydom of a Catastrophist é um álbum conceitual, inspirado na vida e nas teorias do polêmico/controverso escritor russo, Immanuel Velikovsky. Citações reais a partir de entrevistas e palestras são intercaladas entre as músicas, dando um sentido de narrativa para o processo. O álbum foi gravado por Kevin Mills e Syrowski Tom (Weezer, AFI) e masterizado por Dave Collins (Danny Elfman, Black Sabbath).

Como eu disse ali em cima, definir o que os ouvintes irão encontrar aqui é uma tarefa complicada, então o melhor a ser feito é cada um tirar suas próprias conclusões. Mas já adianto que as chances de arrependimento beira os 0%. Registro excencial na coleção de qualquer pessoa.

"This darkly lush epic is the best soundtrack for reveling in the melancholy of actually living since My Bloody Valentine's Loveless." - Alternative Press

"This fiery Boston quartet displays the potential to emerge as the bridge between post-grunge and the future of alternative rock." - Amplifier Magazine

"Breathtaking atmospherics and dark sensibilities deserved of being likened to The Cure's Disintegration... With high energy emanating out of a pensive sound, Junius punctures each track with unshakable singularity until it turns into something addictive and encompassing." - Exclaim! Magazine

//Update: Ressucitando o tópico para deixar aqui o novíssimo trabalho dos barbudos, intitulado Reports From The Threshold Of Death. Distanciando-se um pouco das texturas shoegazers de outrora, o direcionamento agora segue uma linha mais Deftones-like, algo percebido com mais força pelas linhas adotadas por Joseph Martinez. Não só o vocal, mas muitas linhas sônicas das músicas evocam o quarteto liderado pelo Chino Moreno, de fato. Tudo aqui soa catártico, dream-like e assombroso, cujas letras novamente contam uma historinha bacana, resumida como "a jornada da alma no pós-morte".

Desde antes da primeira ouvida, pensei: é um dos melhores CDs de 2011. Não tinha como errar, né?

Sem mais, aproveitem-no!


update by: Carlos.


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[2011] Reports From The Threshold Of Death

01. Betray The Grave
02. All Shall Float
03. Dance On Blood
04. A Universe Without Stars
05. Haunts For Love
06. The Meeting of Pasts
07. (Spirit Guidance)
08. A Reflection On Fire
09. Transcend The Ghost
10. Eidolon & Perispirit


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[2009] The Martyrdom of a Catastrophist

01 - Birth Rites By Torchlight
02 - The Antediluvian Fire
03 - (turning to the spirits of the hours...)
04 - A Dramatist Plays Catastrophist
05 - Ten Year Librarian
06 - Stargazers And Gravediggers
07 - (...he fell before her)
08 - Elisheva, I Love You
09 - Letters From Saint Angelica
10 - The Mourning Eulogy


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[2007] Junius

01 - [Elan Vitale]
02 - Hiding Knives
03 - From The Isle Of The Blessed
04 - [Elan Fatale]
05 - Forcing Out The Silence
06 - [The Annunciation]
07 - Blood Is Bright
08 - A Word Could Kill Her
09 - In The Hearts Of Titans
10 - At The Age Of Decay


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Second Come




Ressucitando o blog depois de tantos meses em stand-by, posto aqui uma das melhores descobertas que eu fiz nos últimos meses. Como já disse antes, não costumo postar muita coisa brazuca neste blog, mais pela ignorância minha acerca das bandas que vem de terras tupiniquins mesmo. Poucas até então haviam me chamado atenção positivamente, ou se encaixariam na proposta que tenho com este espaço virtual aqui, mas ultimamente venho tentando reverter esse quadro e conhecer mais sobre as pedras preciosas que nascem por aqui e que, logicamente, ficam relegadas a obscuridade e ao oblívio devido a falta de incentivo de mídia, público, yadda yadda. Nesse nicho, encontra-se a banda que vos posto, chamada Second Come.

Fundada na virada dos anos 80 para os 90 nas ensolaradas terras cariocas, desde o começo se destacavam das demais bandas brasileiras pela proposta que abraçaram: Rock sujo e direto, infestado de distorção wah-wah e conduzido por riffs fuzzy, com letras em inglês, o que os distanciava muito dos seguidores de Legião Urbana e congêneres. Desde então, batalharam arduamente pelos circuitos undergrounds do RJ, SP e onde mais pudessem jorrar sua barulheira em ouvidos alheios e tirar um troco com isso, mas, como sabemos, a internet na época estava ainda em fase criogênica e a divulgação em larga escala como temos hoje era apenas ficção científica. No entanto, o reconhecimento de seu talento já existia, tanto da parte da mídia nacional quanto dos undergrounders aficcionados e sim, de gente de fora do país também. Não obstante, gente do calibre do Dave Grohl, então baterista do Nirvana, talvez a banda mais aclamada daqueles aeons, lançou elogios rasgados a banda! Gente como Jack Endino, da lendária gravadora Sub Pop, bem como o jornalista Everett True, chamado por muitos do "descobridor" do Grunge, também fizeram críticas mais do que positivas para o SC. Lançadas algumas demos e dois full-lengths, sendo o último deles produzido pelo Dado Villa-Lobos, a banda finda suas atividades por volta de 1994 devido ao desgaste por culpa do grande esforço e pouco reconhecimento de seu esmero. Depois, cada integrante tomou seu rumo pela vida a fora, sendo que o vocalista/guitarrista da banda, Fábio Leopoldino já se encontra falecido desde 2009, vítima de um enfarto. Sei que teve um show de reunião no último Setembro aqui no RJ, porém, só conheci a banda duas semanas depois do tal show, logo, não pude comparecer. Ironias da vida...

Sobre o que interessa mesmo, que é a música, muito já foi dito nas linhas anteriores. Poderiam ser enquadrados tranquilamente ao chamado Grunge e bandas Sub Pop-based, porém, suas influências vão muito além, evocando gente como Jesus and Mary Chain, Sonic Youth, Husker Dü, Ride e, principalmente, Pixies. Se lembrarmos que eles levavam esta vibe já em 1990, antes da febre do Nevermind e da avalanche Grunge Seattlista (e de outros lugares, posteriormente...) por volta de 1-2 anos depois, é algo digno de muito respeito e consideração, afinal, pouquíssimos seres vivos aqui no Brasil deviam saber quem era Kurt Cobain, Layne Stanley e Mark Arm nesses idos. Não duvidaria que, caso os cidadãos do SC fossem nascidos nos EUA ou no UK, alcançariam um status cult no mínimo equivalente ao já citado Ride ou de alguém como o Screaming Trees, porém, em plena América do Sul, e a vinte anos atrás...

Enfim, ficaram os registros da época para podermos desfrutar até os dias de hoje e divulgarmos a quem interessar, como eu faço agora.


[last.fm]



[1994] Superkids, Superdrugs, Supergod and Strangers

01 - High High
02 - Interference
03 - Airhead
04 - Aircraft and Boots
05 - My Cancer
06 - Scrap
07 - Wait
08 - Little Friend
09 - She Could Melt The Sun
10 - Grapes
11 - Looking Smiles
12 - Gas Head
13 - (Astronaut)
14 - Airplane Ticket
15 - Fever Dream Trip
16 - Nur Nur
17 - It's Wrong Wrong
18 - (Buzzing)


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[1993] You

01 - Feel Like I Don't Know What I'm Doing
02 - Ten Fingers
03 - Run, Run
04 - Hurricane Age
05 - 704
06 - Perfidiousness
07 - God And Me
08 - Justify My Love (Madonna Cover)
09 - Sedative Distortion
10 - Shower
11 - You
12 - Shoes
13 - Ega Enacirrrunh


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The Black Angels



Da série "bandas cujo nome começam com Black [insira aqui alguma coisa obscura, ocultista e/ou de vibe retrô]", temos aqui mais um exemplar: The Black Angels. Mais uma a fazer companhia anomes tipo Black Mountain (já postado aqui a alguns meses), Black Rebel Motorcycle Club não só em sua alcunha inicial, mas também em sua proposta musical: Rock puro, cru e simples, impulsionado por rotores psicodélicos, bad trips, xamãs de tribos ancestrais e rituais ocultistas. Soa interessante, não?

Desde o nome adotado pelos texanos, retirado de uma música do Velvet Underground, "The Black Angel's Death Song" percebe-se a influência daquela época saudosa (e nebulosa), que situa-se entre os 3 últimos anos da década de 60 e os 4 primeiros dos 70. Além da turma encabeçada por Nico e Lou Reed, percebemos muitos ecos de seus contemporâneos, como The Doors, Stooges, Black Sabbath, Mountain, bem como contemporâneos do próprio TBA, como os citados 'black brothers', sem contar gente do calibre de The Warlocks, Asteroid #4, Dead Meadow, The Blue Angel Lounge, todos dedicados a ressucitar e reverberar aqueles riffs e harmonias de aura lisérgica, elameada e transcendente que rondava o cosmos por volta de 40 anos (terrestres) atrás e nos guiava a domínios insondáveis de caos primordial e paisagens astrais da mais pura demência psicotrópica.

Aproveitando o gancho da apresentação da banda no SWU, no New Stage do dia 14, deixo aqui seus três full-lengths. Os dois primeiros são marcados por um grau maior de experimentalismo, flertando por algumas vezes com o Krautrock e invocando atmosferas pagãs, sob tonalidades que parecem vindas diretamente de um pesadelo provocado por alguma bad trip poderosa, obra de cogumelos sorridentes que dançam nas estrelas e flores ancestrais que escorrem pela terra. Já o terceiro trabalho, Phosphene Dreams, já invoca uma atmosfera um pouco menos enevoada e um pouco mais linear e upbeat, mas sem perder o pique deixado dos trabalhos antecessores. É ainda uma viagem catártica por reinos oníricos e acidamente malignos, porém, não soa tanto como uma "bad" trip. Uma "trip", somente, e das boas.

Degustem-nos!


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[2010] Phosphene Dreams

01 - Bad Vibrations
02 - Hunting At 1300 McKinley
03 - Yellow Elevator #2
04 - Sunday Afternoon
05 - River Of Blood
06 - Entrance Song
07 - Phosphene Dream
08 - True Believers
09 - Telephone
10 - The Sniper


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[2008] Directions To See A Ghost

01 - You On The Run
02 - Doves
03 - Science Killer
04 - Mission District
05 - 18 Years
06 - Deer-Ree-Shee
07 - Never/Ever
08 - Vikings
09 - You In Color
10 - The Return
11 - Snake On The Grass


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[2006] Passover

01 - Young Men Dead
02 - The First Vietnamese War
03 - The Sniper At The Gates Of Heaven
04 - The Prodigal Sun
05 - Black Grease
06 - Manipulation
07 - Empire
08 - Better Off Alone
09 - Bloodhounds On My Trail
10 - Call To Arms


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Navel



Podem acusar de hipster e o escambau, mas uma "tendência" atual MUITO boa que percebo cada vez mais forte e pulsante nesses tempos é essa coisa de "Retro Rock". Nomes como Black Mountain, Wolf People, Tame Impala, Eagles of Death Metal, The Black Angels tem sido alguns dos responsáveis por ela. Sei que não trazem nada de (muito) novo, ainda mais em relação ao que era feito à 30/40 anos atrás, mas em nenhum aspecto isso deixou de ser foda. Então, surge mais um nome com potencial mais que suficiente para juntar-se à lista acima: Navel.

O nome um tanto simplório - e pouco criativo, devo adicionar - só faz esconder o poderio artístico que os rapazes (?). Toda aquela psicodelia incandescente made in '69 se faz presente, mas dessa vez carregada com muita coisa igualmente interessante. Há um toque Bluesy em todas as 14 faixas que compõe seu álbum (Neo Noir), tornando tudo mais spicy - ainda! - e, como se não fosse o bastante, invocam aquele espírito lamacento e despojado do Garage Rock que nos assombra a pelo menos 40 anos. E mais ainda, por que não invocar, também, o alternativo 90's made in Seattle? Pois é, tem tudo disso aqui. Provavelmente o elemento mais diferencial do Navel em relação aos colegas vintage contemporâneos é o ritmo da maioria de suas músicas. Não tem dó de botar o pé (ou dedos) no acelerador e compor músicas recheadas de uma urgência pouco visto nos idos modernos, soando verdadeiras descargas sônicas em muitos momentos. De quebra, ainda temos um cover do Neil Young, Rockin' In The Free World. Não poderia ser melhor escolhido, jamais.

Se alguma pessoa resolveu botar esse CD pra tocar e ficar entediado, é porque o cidadão está morto ou tá com sérios problemas auditivos, só pode. Recomendado fortemente pra qualquer um interessado, além das bandas do primeiro parágrafo, em gente tipo BRMC, The Vines, Mudhoney, QOTSA, Black Keys, Dead Weather, etc.

Degustem-no!


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[2011] Neo Noir

01 - Can't Feel A Thing
02 - Speedbox
03 - Black Days
04 - Acid Queen
05 - It's The Road That Makes The Song
06 - Free Land
07 - Invisible
08 - Kobra The Killer
09 - Rockin' In The Free World
10 - Hunger Child Blues
11 - Come Into My Mind
12 - Blues On My Side
13 - Rule To Follow
14 - Waiting Travelling Thinking


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Yuck



Yuck tem suas origens na famosa e cosmopolita cidade de London, Inglaterra, em algum momento de 2009, das cinzas do Cajun Dance Party. Depois de lançar alguns EPs e demos durante o ano passado, resolveram investir num full-length, self-titled, lançado a aproximadamente seis meses atrás (21/2). Desde então, o perfil da banda já aparece com mais de 85 mil ouvintes (até 4/9/11), com pelo menos 2000 ouvintes por faixa em cada semana. Sacaram o que tá acontecendo?

Entoces, os rapazes (e a mocinha baixista) estouraram, pode-se dizer assim, e tem se tornado objeto de culto mundial. Não me admiraria de estar pipocando nas rádios e MTVs pelo mundo a fora (não vejo/escuto nenhum dos dois a séculos, daí estou totalmente desinformado) e isso seria mais do que merecido. Assim que o CD começa a rodar, fazemos a pergunta: "Esse CD é mesmo de 2011? Jura que não é algum K7 perdido e remasterizado de alguma banda dos early-90 que nunca chegou a ver a luz da fama e algum fã fanático resolveu jogá-la na net, dizendo que é coisa nova, com uma trollface estampada no lugar do rosto?!". Pois é. A inspiração noventista deles é mais do que latente, sorvendo o que havia de melhor naqueles idos já tão remotos e encobertos de flanelas e VCRs mofados. Pixies, Dinosaur Jr., Sonic Youth, Pavement, Nirvana, Sebadoh, Yo La Tengo, My Bloody Valentine, dentre muitos outros, certamente estariam orgulhosos desse "filhote". Mas seria um erro dizer que é um plágio puro e descarado desse pessoal citado acima. É notável também uma forte dosagem Post-Rocker ressoando em toda faixa, bem como ecos Shoegazers deliciosamente microfonados, conferindo aquele sabor introspectivo e nebuloso que muitos adoram até hoje, e torço que continuem a gostar.

Claro que existem arestas a serem aparadas, mas o talento deles é reverberantemente incandescente e pulsante. Tem tudo pra ser um dos melhores nomes "alternativos" dos anos 10s, se souberem como desenvolver esse poderio como devem. A falta de uma originalidade mais marcante e a "datação" de sua sonoridade incomodará alguns, sei bem, mas quem é realmente original/transcendental atualmente, afinal? Ao menos aqui existe um grande potencial de cresciment. Deixo um destaque para as três primeiras faixas e especialmente para a última, Ruber. Se alguém não pensar em jesu assim que ouvi-la, devem estar com problemas nos tímpanos, só pode. São as mesmas guitarras densas e lentas carregadas de melancolia e introspecção abissal lançando flechas de agonia para tudo quanto é canto, premiada inclusive um com (belo) clipe.

Por isso não pude deixar de postar essa belezinha aqui para vós.
Enjoy!


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[2011] Yuck

01 - Get Away
02 - The Wall
03 - Shook Down
04 - Holing Out
05 - Suicide Policeman
06 - Georgia
07 - Suck
08 - Stutter
09 - Operation
10 - Sunday
11 - Rose Gives A Lilly
12 - Rubber

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Loomer




Bandas brasileiras nunca tiveram muito espaço aqui no blog, reconheço. Seja pelo pouco conhecimento e gosto pela música tupiniquim da minha parte (e dos resto do staff), ou pela qualidade no mínimo duvidosa de algumas. Claro que sempre existiram e virão a existir bandas boas, mas não é fácil encontrá-las, pois estão sempre soterradas pelos ruídos que infestam as rádios locais (sim, ruído, música por definição é que não é) ou por bandinhas alternativas pretensiosas e, na sua maioria, modorrentas. Mas esta aqui certamente vale, e muito, um espacinho aqui.

Loomer teve sua fundação em 2008, na capital gaúcha. Pelo nome das banda, os experts no assunto já devem ter sacado do que se trata. Claro, Shoegaze a escorrer pelas veias e artérias. Já nos primeiros segundos da primeira faixa, ou melhor, só pelo nome dela, já sabemos que os guris (e a guria) devem ter ouvido muito My Bloody Valentine e tem uma foto do Kevin Shields no guarda-roupa de cada um. No entanto, óbvio que não é uma copiazinha mixuruca dos gênios da microfonia. Percebe-se, também, influências latentes e pulsantes de gente do calibre de um Swervedriver e Ride, e não por menos daquela galera um pouco menos "noisy", mas também influente: Dinosaur Jr,, Sonic Youth, Pixies, Sebadoh, só para citar alguns. De resto, temos tudo que faz a felicidade (sic) de contempladores de sapatos. Aquelas melodias adocicadas temperadas com alguma microfonia cortante e reluzante, vozes femininas distantes e sussurradas que, no caso deles, encontra-se contrastada com voz masculina em algumas faixas (Nightmare Daydream, por ex., que é minha faixa favorita), baixo/bateria trippy, mas seguras e presentes quando necessárias, tudo tocado naquela velocidade média que, devido as densas camadas sônicas, parecem chegar até nós com um certo Efeito Doppler, parecendo-nos mais lentos ainda que não passe de miragem...

Bom, a dica tá dada. Aproveito também o gancho do post pra falar do show deles aqui em terras do RJ, no Audio Rebel (Botafogo), no próximo dia 13/8 no festival de nome "Microfonia É Noise". É raro ver eventos dessa espécie em nossa terra, então, taí uma chance não menos do que imperdível de entupir os tímpanos com distorção de (alta) qualidade.

Degustem!


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[2010] Coward Soul


01 - Rocket Fuzz
02 - Across The Clouds
03 - All Gone
04 - Nightmare Daydream
05 - Coward


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Sprinkler




Imagino que o nome Sprinkler não seja familiar na mente da maioria dos passantes aqui, nem de leve. Pudera, pois pelo que pesquisei, a banda possui apenas 646 ouvintes no last.fm até a data de 9 de julho de 2011. E isso porque existem pelo menos mais dois artistas compartilhando o mesmo nome com eles! Pois bem, algumas bandas simplesmente não emplacam ou nem sequer alcançam um reconhecimento cult enquanto vivem, e taí um exemplo claro e gritante disso. Falemos mais sobre o dito cujo...

Sprinkler formou-se no ano de 1992, mais precisamente na cidade de Portland. Talvez pela "proximidade" com Seattle, o quarteto encabeçado pelos irmãos Susarenko, Steven Birch e Emrick Swaine embarcou na maré Grunge que assolava os EUA, América Latina, Europa, Ásia, Lua, Saturno, e tudo mais, naqueles aeons. Assim, lançou seu primeiro e único full-length, More Boy Less Friend ainda em 92 e um EP, Peerless, já em 93 - ambos figurando logo abaixo - pelo famoso selo Sub-Pop, responsável pela divulgação da maioria das bandas emergentes de Seattle enquanto a tal "cena Grunge" não passava de um bando de moleques flanelados bêbados brincando com suas guitarras e amplificadores baratos. Talvez pela explosão ensandecida que tornou-se o tal Grunge naquele ano, o selo acabou por auto-implodir-se e a banda ficou com pouquíssima a nenhuma divulgação, afundada no oblívio da poeira do tempo e das estrelas, sem nenhum conhecimento e reconhecimento. Triste isso, pois, se não tinha o nível das superestrelas da época ou mesmo bandas de culto como Mudhoney, Tad, Gruntruck, dentre outros, possuía sim um potencial mais do que notável e tudo para agradar os fãs ávidos da época: guitarras distorcidas até o lépton, recheadas de tons sludge, bateria marcante mas cuidadosamente desleixada, além de toda uma atmosfera "sappy" deliciosa e perniciosa, seguindo aquela fórmula 'quiet/soft verse-loud/hard chorus' tão comum a época e ao gênero. Os vocais remetem logo ao finado Cobain, mas nada que chegue ao nível de um copycat vagabundo, pois tem sim uma boa dose de personalidade e uma perfomance muito boa, tanto em momentos calmos quanto naqueles mais ríspidos.

Pode não ser a 8ª maravilha do mundo, tampouco algo que iria atingir a estratosfera da fama com esses trabalhos, mas os rapazes teriam, sim, capacidade pra chegar muito mais longe sem muita dificuldade, dado o tempo e oportunidade corretas. Mesmo com estes álbuns, faixas como Wide Zero, Jr. Loaded e Landlord mereciam virar hits, e poderiam ter tornado-se sem dificuldades, mas, como já disse nessas páginas antes, nem sempre a vida é justa, coisas ruins acontecem na hora e lugar errado, mimimi. Agora com a internet oferecendo-nos chance de divulgar e conhecer muito mais do que sonharíamos há 19 anos atrás, nada mais justo do que aproveitar, right?

Enjoy!


[last.fm]





[1994] Peerless

01 - Peerless
02 - Kent
03 - Drag
04 - Landlord


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[1992] More boy Less Friend

01 - Wide Zero
02 - Jr. Loaded
03 - Blind
04 - Ulcer
05 - Doyle
06 - Flood
07 - Sandbox
08 - Personality Doll
09 - Sibling
10 - Landlord


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Meat Puppets



Talvez a banda motivo desse post, de nome Meat Puppets, ressoe familiar na cabeça de alguns passantes. Não por menos, pois três músicas de um dos seus álbuns mais clássicos, Meat Puppets II (1983), foram coverizadas pelo Nirvana em seu show acústico no já longíquo ano de 1993, tendo participação dos próprios integrantes nos covers. Isso rendeu uma certa evidência a banda, algo nunca antes ocorrido, mesmo já tendo vários álbuns na bagagem e trabalhos inovadores, criativos e não por menos acessíveis. Mas ainda assim não foi o suficiente para alavancá-los ao status pelo menos de banda 'coadjuvante' no cenário Rocker mundial, tornando-se mais um nome obscuro e objeto de culto para uma meia dúzia de curiosos e desocupado pelos sete mares. Seria isso justo?

Bom, sua carreira iniciou-se a mais de 30 anos, mais precisamente em 1980 em Phoenix, pelos irmãos Kirkwood (Curt, vocal/guitarra e Cris, baixista) além de Derrick Bostrom, responsável pelas baquetas. Inicialmente, sua proposta era um Punk Rock feroz e selvagem, com vocais quase ininteligíveis, mas já pincelados com o humor refinado e um ar Folk, que veio a acompanhá-los ao longo de sua carreira. No já mencionado MP II, a banda bota o pé no freio e trabalha um pouco mais as suas músicas, trazendo a tona essa veia folk que vem a conferir um sabor totalmente único as suas músicas. A mescla da fúria punk com tais atmosferas folk de matiz psicodélico dava uma certa aura fantástica e assombrosa as suas músicas, capturando a essência desértica de sua cidade natal, reforçadas ainda mais pelas letras. Vejam a letra de Lake of Fire e Plateau para terem melhor ideia do que falo. Já nos álbuns subsequentes, durante asegunda metade dos anos 80, a banda continua a trabalhar mais o som e dar mais ênfasea psicodelia western, seu som convergindo mais para um 70's Hard Rock do que o Punk.

Depois de um hiato de 3 anos, a banda retorna com o Too High to Die, álbum de maior sucesso comercial da banda até hoje. Ajudado pela associação da banda com o Nirvana, claro, mas ainda assim com méritos. Infelizmente a banda passa por um período muito irregular de 96 até 06, devido ao vício do vocalista Curt (e também de seu irmão Cris) em heroína, no qual o último até passou um tempo no xadrez devido a uma tentativa de assalto. Esse limbo deve ter feito bem a eles, pois, recuperados, decidem retomar com os pups, embora sem o batera original. Resolvem também cair na estrada, e compuseram três álbuns desde então, sendo o mais recente, Lollipop, que será postado logo abaixo.

Certamente aquela energia e gana explosivas de quase 30 anos atrás não estão presentes mais nesse álbum, mas sim aquela fragrância folk psicodélica, que imerge o ouvinte na atmosfera de uma cidade abandonada no meio do deserto do Arizona. É um álbum simples, maduro e de fácil audição, bem grudento, feito por gente que realmente entende do riscado e que deveriam, sim, ser bem mais lembrados e valorizados do que são. Claro que nem sempre a sorte ou o público sorri para certas bandas, como aconteceu com a banda que os homenageou nos early 90s, então, cabe a gente como nozes aqui do blog postar essas obscuridades cults deliciosas que ficam perdidas pela poeira do tempo ou marés do oblívio.

Enjoy!


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[2011] Lollipop

01. Incomplete
02. Orange
03. Shave It
04. Baby Don’t
05. Hour of the Idiot
06. Lantern
07. Town
08. Damn Thing
09. Amazing
10. Way That It Are
11. Vile
12. The Spider and the Spaceship


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Boris & Ian Astbury




O post de hoje é um daqueles que participariam sem nenhum problema da sessão "parcerias inusitadas". Primeiro, temos o cidadão que atende por Ian Astbury, nome conhecido por muita gente que viveu os 80's (ou que admira e aprecia o que foi feito nessa época) que, para quem não sabe, é vocalista da lendária banda chamada The Cult e foi o encarregado das cordas vocais da nova encarnação do Doors. Se este último é algo positivo ou não, não vem ao caso no momento. O fato é que o Cult marcou a segunda metade daquela década com um Hard Rock devidamente inspirado nos próprios Doors, Led Zeppelin, e na cena emergente do Gothic Rock britânico. Emplacaram um hit lá pelis idos de 1986 com a poderosa She Sells Sanctuary, aparecendo depois com nomes como Love Remove Machine e mais recentemente com Painted On My Heart.

Já o Boris, embora bem menos famoso (de um modo mainstream), se enquadra melhor no nicho dos artistas que postamos neste espaço. Surgiu em 1992, na capital nipônica, explorando o nicho do Drone/Noise com maestria e fúria antimusical poucas vezes vista na história, especialmente com seu debut Absolutego (1995). Tendo depois seguido uma linha menos "insana", mas sem perder a veia criativa e nem o gosto pela experimentação, lançou vários e vários álbuns nestes últimos 15 anos, onde cada um deles apresentava uma sonoridade diferente em relação aos demais, orbitando entre as mais estranhas latitudes do Stoner, Sludge, Psychedelic, Shoegaze, Punk, Ambient, Dream Pop, etc. etc. e outros et ceteras, com o mérito de, ainda assim, soar coeso e sem perder seu senso de identidade. Dentre estes, destacaria o poderoso Sludge/Drone do Amplifier Worship (1998), o psicodélico Akuma No Uta (2003) e o shoegazeriano Pink (2005).

Tá, então... nessa colaboração, intitulada BXI, devemos imaginar algo tipo uma mistura de Hard Rock oitentista com Sludge/Drone/whatever? Nem tanto. Claro que a loucura musical do Boris foi arrefecida e encontra-se aqui na linhagem mais comum que pode se esperar deles, o que não necessariamente significa algo indigno de nota. As músicas giram em torno de um Stoner barulhento, se valendo de psicodelias siderais sob efeitos de paredes sônicas, mas que, não por acaso, ganham contornos mais "rockers" com a presença do Mr. Astbury.

Li numa resenha, num outro blog, que este álbum lembra algo como um The Cult aditivado de Neurosis/Isis. Por mais inimaginável que isso possa parecer, nao fui capaz de pensar em algo melhor para descrevê-los. Trata-se de um EP curto, 6 faixas apenas, mas recheado de surpresinhas e curiosidades que só mesmo escutando em claro e bom som para entendê-las em sua magnitude. Enfim, aproveitem!

//Passando aqui de volta para deixar-vos, com MUITO atraso, os mais novos recentes trabalhos do trio nipônico: Attention Please! e Heavy Rockes. O primeiro é bem focado na Wata, e a mocinha nos entrega músicas com um acento mais "rock n' roll" e despojada, com uma vibe meio "sexy" (risos) desfilando influências psicodélicas e eletrônicas aqui e acolá. Já o Heavy Rocks faz jus ao nome: pesado, abrasivo, profundo, delicioso. Bem como o diabo gosta, e bem como o Boris faz com toda a maestria.

Diria eu que eles são, hoje, uma das bandas mais criativas do mundo. Nos entregam vários e vários álbuns num intervalo de 1 ano, cada um com uma "faceta" diferente da banda (ou todas mescladas simultaneamente...). Então... degustem!


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[2011] Heavy Rocks

01 - Riot Sugar
02 - Leak -Truth,yesnoyesnoyes-
03 - Galaxians
04 - Jackson Head
05 - Missing Pieces
06 - Key
07 - Window Shopping
08 - Tu, La La
09 - Aileron
10 - Czechoslovakia


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[2011] Attention Please!

01 - Attention Please
02 - Hope
03 - Party Boy
04 - See You Next Week
05 - Tokyo Wonder Land
06 - You
07 - Aileron
08 - Les Paul Custom '86
09 - Spoon
10 - Hand in Hand


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[2010] BXI

01 -Teeth And Claws
02 - We Are Witches
03 - Rain
04 - Magickal Child
05 - The End (Live)


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Morphine




O que podemos falar do Morphine? Vejamos... eles foram formados em 1990 em Massachusetts, USA, por Mark Sandman (vocal/baixo), Dana Colley (sax barítono/base) e Jerome Dupree (bateria) - sendo que este último cedeu lugar a Billy Conway a partir de 1992 - isto soa bizarro e estranho, não? Pois a estranheza não pára por aí...

Sua proposta pode ser simplificada da seguinte forma: amálgama de Jazz com Rock. Nada relacionado ao Jazz-Fusion praticado nos '70, mas literalmente a união de matizes Jazz num formato Rocker, mais precisamente ao Rock dito "alternativo" que estava começando a surgir por aquela época e viria a ser difundido por gente tipo Radiohead e Placebo. E o resultado é simplesmente... brilhante! Licks e versos grudentos, temperados com um sax apimentado e ritmos que fluem como o vento em meio a uma noite amarga de outono. Ainda assim, soa extremamente divertido de se ouvir, ainda mais se acompanhar as letras com as harmonias. O tom altamente irônico imprimido nelas torna tudo ainda mais magnâmino.

Como os caras conseguem fazer algo desse tipo e ainda assim soarem coesos, naturais e de fácil assimilação, e não um frankenstein sônico? Só me vem uma palavra a mente: talento! Talento devidamente abastecido de uma criatividade exuberante. Só isto pode descrever o que o trio faz, ou melhor, fez ao longo de seus quase 10 anos de carreira, pois infelizmente o Mr. Sandman faleceu em pleno palco em 1999, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Não há muita gente por aí que os conheça, infelizmente, mas certamente o legado e o status cult estão aí. E tenho certeza que gente tipo o John Zorn e Mike Patton devem curtir muito essa banda e tê-las como inspiração para seus trabalhos, bem como muita gente do mundo Trip-hop e do Avant-garde Metal por aí a fora (Subterranean Masquerade, postado aqui a 2 anos e meio, lembram-se? Agora eu sei bem de onde eles extraíram suas influências).

Enfim, deixo-vos o álbum mais famoso deles, Cure For Pain. Só resta-me dizer agora, aproveitem!


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[1994] Cure For Pain

01 - Dawna
02 - Buena
03 - I'm Free Now
04 - All Wrong
05 - Candy
06 - A Head With Wings
07 - In Spite Of Me
08 - Thursday
09 - Cure For Pain
10 - Mary Won't You Call My Name
11 - Let's Take A Trip Together
12 - Sheila
13 - Miles Davis' Funeral


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We Made God




O We Made God é uma banda da Islândia que toca um Post-Metal de altíssima qualidade e com altas doses de experimentalismos. Chego a dizer (e parafrasear outros) que eles possuem a atmosfera do Sigur Ros com pitadas do Deftones. Além de riffs fortes e marcantes a banda conta com um vocal com presença extremamente cativante e de se impressionar. Não tem muito o que se falar, é baixar e curtir :)

\Novo cd dos inslandeses do We Made God, It´s Getting Colder. [edit: pedro]

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[2011] It´s Getting Colder

01 - The Start Is A Finish Line
02 - Glossolalia
03 - Brennt Barn Fordast Eldinn
04 - Oh Dae-Su
05 - Interlude
06 - These Hours, Minutes And Seconds
07 - We Have Lost The Battle, We Have Lost The War
08 - As We Sleep
09 - II
10 - III


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[2008] As We Sleep

01 - Gizmo
02 - Bathwater
03 - Sub Rosa
04 - Deir Yassin
05 - Theory Of Progress
06 - The Color


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Doves



Manchester, UK, ano de 1988. Surge o Sub Sub, conjunto de Dance Music que alcançou um sucesso razoável por aquelas épocas, tendo inclusive um single atingindo o Top-5 dos charts msuicais britânicos. Porém, oito anos depois, sofrem um grande abalo: seu estúdio incendiou-se, havendo perda de todo equipamento e tudo mais que eles obtiveram e guardaram desde então... Aí vocês me perguntam, tá, o que isso tem a ver com o Doves? Pois é isso mesmo, deste incidente infeliz foi gerado o Doves, formado por membros remanescentes deste Sub Sub, que decidiram rebatizar a banda e tocar outro rumo, sem olhar pra trás e deixar vestígios dos eons passados.

Quatro anos depois, veio seu primeiro full-length: Lost Souls (que, não por acaso, é o álbum que figura no link de download logo abaixo). O que percebe-se por aqui é uma atmosfera nebulosa, e claustrofóbica, regada a teclados gélidos e ritmos soturnos e envolventes. Quem perceber alguma paisagem sônica evocada do OK Computer do Radiohead traçada com tintas sutis, mas não menos marcantes, do Ambient a la Brian Eno e Harold Budd, perfumados com essências psicodélicas extraídas do Pink Floyd da era Wish You Were Here. sim, acertou. Se encharcarmos este cenário com ecos daquele Shoegaze mais etéreo e cósmico outrora praticado magistralmente pelo Slowdive, vai ficar ainda mais próximo do que é o Lost Souls. E quem simplesmente disser que este CD soa como um Travis e Coldplay munidos de uma inspiração e ousadia nunca vistos ao longo de suas carreiras, bem, também está correto. Por serem bandas conterrâneas e contemporâneas, é difícil não se influenciarem entre si. Mas qualquer um com um par de ouvidos um pouquinho mais apurado consegue notar que este álbum aqui, pelo menos, encontram-se num nível acima no quesito "qualidade artística".

Bom, está dado o recado. Não iludem-se esperando algo mágico e revolucionário, pois não é o caso. Não são mais um daqueles pretensos salvadores do Rock que pipocavam a rodo na época que este CD saiu, felizmente. Porém, sim, é uma trilha sonora ideal para o cair da tarde daqueles dias amorfos, insípidos e onde tudo parece fora dos eixos e sem muito sentido. Nada mais digno para os dias derradeiros de 2010, não é? Por fim... enjoy it. ;)


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[2000] Lost Souls

01 - Firesuit
02 - Here It Comes
03 - Break Me Gently
04 - Sea Song
05 - Rise
06 - Lost Souls
07 - Melody Calls
08 - Catch The Sun
09 - The Man Who Told Everything
10 - The Cedar Room
11 - Reprise
12 - A House


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Failure




Pré-post: Peço desculpas a todos que passam o mouse por essas bandas pela escassez de posts durante o mês de novembro. Meu tempo comprimiu-se com o final do período (e o final da graduação), logo, sobrou pouco tempo e energia para caçar bandas e coisas interessantes por aí. Espero que todos compreendam, amém (?)

Voltemos ao post em si. Failure é uma banda estadunidense que esteve andarilhando por aí de 1990 a 1997. Então, acho que é desnecessário dizer que eles flertavam com o Grunge, que se encontrava em plena ascenção na época, não é? Exacto! Mesmo sendo originária de L.A., California, compartilham a mesma vibe daquela galera de Seattle. Seu primeiro álbum saiu no final de 1992, em meio a ebulição grunge, saindo em turnê com o Tool, outra banda que começava a dar o ar de sua graça na época. Depois do debut, vieram o Magnified em 1994 e o Fantastic Planet, este que vos deixarei, já em 1996. Pouco tempo depois, a banda dissolveu-se alegando aquelas famosas diferenças pessoais, criativas, ideológicas, e mimimi afins.

Apesar de não ter alcançado o mainstream absoluto e não ser um nome familiar aos ouvidos dos fãs mais casuais do gênero, parecem ter adquirido um status cult atualmente, provavelmente devido as facilidades da internet (pra variar, né). Seu grande diferencial em relação aos colegas flanelados é um maior cuidado em sua estruturação musical e um flerte muito interessante com temática espacial e sideral, injetando influências de Pink Floyd e Space Rock como um todo em suas peças, conferindo um sabor ainda mais alucinógeno a suas letras já regadas a heroína e congêneres.

Enfim, o saldo final é nada menos do que excelente. Penso que esses rapazes mereciam muito mais reconhecimento do que aquela galera aproveitadora do chamado post-grunge, tipo os Bushs, Nixons e outros muito inferiores ao Failure que só fizeram pegar carona na maré do Nirvana, Pearl Jam e resolveram ganhar uma bela grana em cima disso. Para efeito de curiosidade, Greg Edwards, guitarrista do Failure, é hoje vocal/guitarrista do Autolux, banda postada aqui a algum tempinho. E a 13ª faixa do CD, The Nursed Who Love Me, foi coverizada pelo A Perfect Circle no seu Thirteenth Step (2002), afinal, vale lembrar que eles eram buddies do pessoal do Tool, com quem saíram em turnê lá em 92. Pessoalmente, a versão original é bem melhor do que a do APC, cuja reestruturação ao meu ver não ficou legal como talvez pudesse ser.

Pois bem... já foi dado o recado (e a dose de indignação de sempre). Enjoy it!


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[1996] Fantastic Planet

01 - Saturday Saviour
02 - Sergeant Politeness
03 - Segue 1
04 - Smoking Umbrellas
05 - Pillowhead
06 - Blank
07 - Segue 2
08 - Dirty Blue Balloons
09 - Solaris
10 - Pitiful
11 - Leo
12 - Segue 3
13 - The Nurse Who Loved Me
14 - Another Space Song
15 - Stuck On You
16 - Heliotropic
17 - Daylight



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A Swarm of the Sun




O A Swarm of the Sun é um duo sueco de Estocolmo. O primeiro release da banda foi o aclamado EP The King of Everything lançado em 2007. E eis que então chega até nós ouvintes, o tão esperado full-lenght intitulado, Zenith.

A forte base do som do duo é o post-rock/metal, porém o diferencial é o uso de outras vertentes musicais como algumas paisagens eletrônicas e até mesmo elementos do indie rock. Outro ponto é o uso único e exclusivamente de vocais limpos, e diga-se de passagem, vocais belissimo. O som do duo se assemelha bastante ao praticado pelos seus conterrâneos do Aoria, Lingua, Kausal e Come Sleep.

Recomendado para fãs de Tool, Isis, Nine Inch Nails, Rosetta, Oceansize e das bandas citadas acima, o A Swarm of the Sun é uma ótima pedida para os apreciadores do post-rock/metal, indie, alternativo e todas as vertents da boa música.

"a bit like a heavier, swedish version of 65daysofstatic with vocals."

Highly Recommended


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[2010] Zenith

01 – Lifeline
02 – This One Has No Heart
03 – Refuge
04 – The Stand
05 – Zenith
06 – Repeater
07 – The Worms Are Out
08 – Lifeproof Houses
09 – I Fear The End
10 – Reaper

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The Pineapple Thief



The Pinapple Thief, banda inglesa oriunda de Somerset no já longíquo ano de 1999, inicialmente como um holograma do mundo musical interno de Bruce Soord. Após lançar seu debut Abducting The Unicorn, conseguindo uma base de fãs e críticas positivas, Mr. Soord resolve consolidar seu projeto como uma banda, de fato em forma, lançando assim seu segundo álbum intitulado 137 no ano de 2002 e projetando o nome da banda nos headphones, discos rígidos e CD players de uma quantidade razoável de pessoas pela Terra à fora. Lógico que não foi algo a ponto de pipocar nas FM's worldwide, mas conseguiram chamar a atenção dentro do seu nicho. Fato esse ampliado pelo álbum subsequente, o Variations Of A Dream (2003), considerado por muitos o melhor de sua carreira até o momento.

Tendo lançado ainda 10 Stories Down (2005), Little Man (2006), What We Have Sown (2007), Tightly Unwound (2008) e o recém-saído do forno Someone Here Is Missing (2010) - o álbum a figurar nesse post - a banda já tem posse de uma bela base de fãs em cada esquina do planeta e seguidores que, ainda que não muito numerosos, são fiéis e parecem ter um carinho muito especial por cada um de seus trabalhos.

Definir a linha sonora que os ladrões de abacaxi seguem não é uma tarefa lá muito simples, devo adiantar. Apesar da espinha dorsal se estruturar muito bem nos terrenos progressivos, a banda incorpora uma gama bem interessante de novos elementos, principalmente aqueles vindo do Rock Alternativo dos 90's (Radiohead, Smashing Pumpkins, Placebo, etc.) e alguma coisinha do Post-Rock da última década, mais precisamente do Sigur Rós, com músicas que sabem dosar muito bem a profundidade emocional com técnica instrumental e permeadas de atmosferas ricas e belas. Ou seja, seguindo muito bem a trilha traçada e seguida por nomes como Porcupine Tree, Tool, A Perfect Circle, Riverside, Gazpacho, Oceansize, além de outros mais que vem criando uma espécie de nova geração (sim, o termo é brega e talvez inapropriado, mas foi o que melhor pensei aqui) do Rock Progressivo, renovando e remodelando o legado que foi deixado há pelo menos 40 anos pelos grandes pilares do gênero.

Neste novo álbum, a banda afrouxa um pouco o lado Prog e faz algo um pouco mais relaxado e simples em sua estrutura técnica, porém, não menos excelente e cativante por isso. Quem conhece e curte o Deadwings do Porcupine Tree ou o D-Letion do Abigail's Ghost, lançado há quase um ano, não vai encontrar nenhuma dificuldade em apreciar desse cedê aqui. Ainda rpeciso ouvi-lo mais vezes, mas não hesitaria em colocá-lo no posto de top 20 ou top 10 de 2010, dependendo do andar da carruagem. Bem... acho que isso é tudo. Aproveitem!


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[2010] Someone Here Is Missing

01 - Nothing At Best
02 - Wake Up The Dead
03 - The State We're In
04 - Preparation For Meltdown
05 - Barely Breathing
06 - Show A little Love
07 - Someone Here Is Missing
08 - 3000 Days
09 - So We Row


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