Mount Eerie




Mount Eerie é fruto da mente de Phil Elverum, oriundo de Anacortes, WA, USA, tendo sido criado como uma evolução de seu antigo projeto The Microphones (tendo, inclusive, levado o nome de seu último álbum) no final do ano de 2003, levando as trajetórias de seu universo musical a novos horizontes e contornos. Após a mudança de nome, Phil lançou vários EPs e três full-lengths até então, sendo o último deles o que darei mais destaque.

Wind's Poem é o nome do seu novo trabalho. Nele, o que se percebe é que sua música certamente vai muito além do comum e do esperado, mesmo para fãs habituados a esquisitices e experimentalismos sonoros. Sob uma superfície indie, existem camadas e mais camadas duma atmosfera drone (sem, no entanto, se aproximar exatamente do shoegaze), permeadas por fragrâncias folk em texturas melódicas doces e sussurradas, conduzida por um ritmo sereno e por vezes melancólico, onde as letras conferem ainda mais essência a essas fragrâncias e fazem jus ao nome que o álbum carrega.

É uma experiência musical deveras estranha, especialmente na primeira viagem. Mas, depois que conhecemos melhor suas paisagens e percalços, tudo nos parece mais tangível e palatável, e mesmo a densidade sônica que paira sob algumas músicas não parecem mais sufocar, mas sim envolver o ouvinte em seu mundo levemente surreal e exótico. Caso alguém queira alguma referência para esse CD, digo que o trabalho do Have A Nice Life se aproxima um pouco do que temos aqui, e até mesmo trabalhos de bandas americanas de Black Metal tipo WITTR e Velvet Cacoon vem a mente, mesmo que distantes, quando ele rola pelo media player. Mas essas são referências um tanto vagas demais, pois nada que eu conheci se assemelha de fato ao que ouvi. Em suma, é um álbum delicioso para se ouvir em dias frios, solitários e nublados. Enjoy it!


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[2009] Wind's Poem

01 - Wind’s Dark Poem
02 - Through The Trees
03 - My Heart Is Not At Peace
04 - the Hidden Stone
05 - Wind Speaks
06 - Summons
07 - Mouth of Sky
08 - Between Two Mysteries
09 - Ancient Questions
10 - (something)
11 - Lost Wisdom pt. 2
12 - Stone’s Ode


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Fall Of Efrafa



Fall Of Efrafa nasceu no an ode 2005 na cidade de Brighton, UK, com o intuito original de ser uma banda de Hardcore orientada por violoncelos (?!), mas que com o passar do tempo, foi incorporando diversas influências ao seu microcosmo sonoro e desenvolvendo um som bastante único e diferenciado, aliado ainda a letras contendo uma imagística anti-religiosa e libertária, algo já bem característico do meio HC, mas dessa vez bem mais elaborada do que a média do gênero, sem cair em gratuidades por vezes desnecessárias e ideologias vazias como acontece algumas vezes neste mesmo meio.

Sobre sua sonoridade, a banda conseguiu fundir influências diversas e longíquas de seu universo natural, como por ex. o Post-Metal à la Neurosis e Ambient Folk/Black Metal na linha do Agalloch e Wolves In The Throne Room. Tudo isso sob uma estrutura meio cinematográfica e progressiva nos moldes do GY! BE, criando assim músicas épicas e muito longas, muitas vezs ultrapassando 20 minutos de duração, mas que de modo algum soam cansativas ou excessivamente prolongadas, pois tudo decorre de forma bem espontânea em seu desenvolvimento. Aliás, as estruturas musicais do FOE são até bem simples, algo bastante incomum quando se trata de músicas tão longas e épicas, o que certamente contribui para a sua fácil audição e degustação.

Sobre o conceito lírico, seus três full-lengths são baseados no romance Watership Down do Richard Adams, publicado em 1972, sobre o qual transcorre a história de uma sociedade de coelhos antropomorfizados (?) fugindo de sua criação original que está a ser destruída pelo homem, e que possui seu próprio simbolismo religioso, regras sociais, linguagem, cultura, etc. (linguagem essa utilizada na construção dos títulos de algumas músicas e o nome dos álbuns) e como eles sobrevivem nessa nova sociedade, sendo esta submetida a uma ordem teocrática.

O CD que posto agora, sob a alcunha de Inlé, foi gravado há poucos dias pela banda e já está disponível para download em seu site (sim, eles disponibilizam todos os seus trabalhos para download gratuito) e resolvi publicá-lo aqui também. Apesar de não conhecer tão profundamente todos os seus álbuns, me pareceu de fato o trabalho mais maduro, conciso e bem elaborado da Queda De Elfrafa. Só como um adendo final, este álbum fecha a trilogia iniciada com Owsla e prosseguida por Elil e também fecha a carreira da banda, pois parece que, depois da turnê deste álbum, a banda vai encerrar suas atividades e cada membro seguirá seu caminho. Notícia triste? Talvez, pois a banda possui certamente um potencial criativo imenso, tanto musical quanto lírico. Mas se eles preferem terminar a banda a dar continuidade a outros trabalhos que talvez não tenham o mesmo brilho ou, então, acabem distorcendo sua proposta original, é melhor que seja assim. De todo modo, é um CD que me surpreendeu muito mais do que esperava. Raríssimas são as bandas de HC-related que eu curto e aprecio de fato seu trabalho, e esta certamente está no topo delas!


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[2009] Inlé

01 - Simulacrum
02 - Fu Inle
03 - Republic Of Heaven
04 - The Burial
05 - Woundwort
06 - The Sky Suspended
07 - The Warren Of Snares


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Fever Ray




Fever Ray, álbum de estreia do projeto homônimo de Karin Dreijer, é um quebra-cabeça de dez peças. E a charada que estimula o ouvinte a conectar cada um dos pedaços gira em torno da pergunta: quem é Fever Ray?

Somos apresentados a uma criatura sem gênero bem definido; um ser fantástico com vida e história próprias. Talvez seja uma sombra de Dreijer; espírito selvagem de cores folclóricas que vive em contos sussurrados no ouvido de uma criança assustada. Mas, a despeito de toda montagem cênica, Fever Ray também soa pessoal. Suas letras são declamadas em tom de confissão, como se este alter-ego exprimisse segredos compartilhados com a cantora. Declarações de amor e desilusão abafadas por fumaça eletrônica.

Este é um disco de estúdio e, por sua introspecção, precisa ser ouvido com cuidado. Não há melodias épicas ou rufares de tambores. A energia de instrumentos tocados por músicos de carne e osso também está ausente. Os arranjos emergem de intrincadas combinações de texturas, notas de teclados e efeitos de eco. Tudo se combina de maneira delicada, como num fractal sonoro de infinitas ramificações.

Mas, apesar do trabalho esmerado de composição, as bases servem apenas de moldura para o grande destaque do álbum: as confissões. Tome por exemplo a primeira faixa, "If I Had a Heart". Não há nada ali além de um ronco suspenso fazendo ziguezague infinitamente. Mas a pronúncia metalizada de cada um dos versos - cantados sob o peso do apocalipse - acende o desejo de voltar a ouvir a música outras vezes.

A todo o momento somos torturados pela dúvida: ter pena de uma criatura que não pode sequer amar (e em certa altura confessa desejar tocar o chão), ou suspeitar dela? Sem aviso, os versos infantis se tornam atos de uma missa macabra: "This will never end / Cause I want more / More, give me more / Give me more".

Conforme as músicas terminam, os pedaços do quebra-cabeça se conectam e tornam mais clara a dimensão psicológica de Fever Ray. Conhecemos os becos sentimentais de uma criatura desejosa pela vida adulta e que passa seus dias aprisionada entre paredes imaginárias. As letras revelam as múltiplas facetas da personagem confusa e fascinante criada por Karin. Desde a nostalgia pueril de "When I Grow Up", passando pela solene melancolia de "Concrete Walls" até a auto piedade da já citada "If I Had a Heart". Por fim, sobre os uivos de uma ave de rapina, a despedida vem com "Coconut" - talvez a menos emocional entre as faixas do álbum.

Apesar de toda a vontade de expiar seus segredos, este é também um disco de profunda introspecção, como já foi dito. O clima de isolamento contamina os arranjos instrumentais, que podem parecer repetitivos ou estéreis demais se não examinados de perto. A impressão é de que, apesar de ter concordado em exibir seu demônio particular, Karin Dreijer o fez da maneira mais hermética e discreta possível. Para que o ouvinte não note, talvez, que há o coração de uma mulher adulta batendo por trás do simulacro gelado que ela batizou de Fever Ray. [by: Marcus Vinicius]


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[2009] Fever Ray

1 - If I Had a Heart
2 - When I Grow Up
3 - Dry and Dusty
4 - Seven
5 - Triangle Walks
6 - Concrete Walls
7 - Now's the Only Time I Know
8 - I'm Not Done
9 - Keep the Streets Empty for Me
10 - Coconut


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Message To Bears




Message To Bears, fruto da mente de Jerome Alexander, oriundo de Oxford, UK, é a "banda" que posto aqui agora. Banda entre aspas porque cada pequena célula e engrenagem da música do MTB é feita pelo Jerome e ninguém mais, onde ele impressiona nossos ouvidos (e todos os sentidos) com sua técnica bastante apurada mas ainda assim recheada de um feeling incrível.

Aprofundando-me um pouco mais acerca de sua música, ela certamente se situa num universo de difícil definição. Difícil porque ele abrange várias fronteiras, vegetações e relevos numa única roupagem, e onde tudo flui harmonicamente, de forma mais serena possível. De um modo simplista, posso dizer que Ambient e Folk, aliado a algumas camadas eletrônicas, são os principais elementos constituintes deste universo, mas é possível ir mais a fundo e ver várias subcamadas de música erudita contemporânea e até de post-rock por lá.

A parte dessas definições que muitas vezes são vagas e intangíveis, sua música é permeada de um perfume bucólico impossível de não se sentir e deliciar-se com ele, nos remetendo a paisagens calmas e abandonadas onde a civilização moderna ainda não chegou, carregadas de um feeling selvagem, embora puro e terno em seu núcleo, trazendo-nos aquela sensação doce de nostalgia e melancolia que tanto são intrínsecas a essas imagens, porém, de modo algum prejudicial ou nocivo ao nosso bem-estar anímico. Reparo também que o álbum podia servir muito bem de uma trilha sonora, tanto por sua estrutura musical quanto pela aura que ele emite ao longo de sua duração. Nas mãos de um bom diretor e um enredo adequado, seria uma combinação mais que perfeita, imagino eu.

Enfim, poderia me delongar ainda mais para descrever a beleza e qualidade deste CD aqui, porém, não acho que isso se faça necessário. É um tipo de experiência que só se torna real e tangível quando colocamos o CD para rolar no media player, especialmente quando se está a sós munido apenas de seu headphone, sem nenhum sinal de civilização e barulhos urbanos por perto, num final de uma tarde meio nublada e desfeita de movimento. É música sobre o que há de mais simples, puro e sincero na vida. Por isso, impossível de não se identificar ou comover-se com ela.

Recomendável a todos, especialmente fãs de Eluvium, Hammock e Balmorhea. Enjoy it!


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[2007] EP 1

01 - Sparrow
02 - Good morning
03 - Found You And You're Safe
04 - Swim
05 - Green
06 - Plane Over Evening Sky
07 - To Make A Portrait
08 - Unfold


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ps: there is no link to purchase it because it's sold out.

Indukti



Indukti foi formado no ano de 2004 na cidade de Warsaw, Polônia. Tendo lançado seu debut album ainda no mesmo ano, chamado S.U.S.A.R. por um selo pequeno, a banda é mais uma das percursoras da boa safra do Prog Rock surgido da Polônia, encabeçada pelo Riverside e contendo ainda outras bandas interessantíssimas como o Quidam e Division By Zero.

Assim como as bandas citadas, o Indukti passeia livremente pelas esferas do Rock Progressivo contemporâneo, incorporando influências de Metal, Alternative Rock e um certo tempero oriental ao seu cosmos sonoro através dos ritmos quebradiços e muito bem tecidos já tão comum nos meandros progressivos. A maior diferença para os conterrâneos do Riverside, por exemplo, seria o fato de sua música soar mais técnica e fria do que a deles, não possuindo talvez a melancolia sutil e adocicada deles, mas sim uma certa ira e fúria que é difícil de ver no meio. Claro que ela é muito bem ponderada e canalizada, no entanto é difícil não destacar o quanto que o peso sonoro marca a sua identidade e dá-lhe um contorno diferenciado em relação as outras bandas.

Aqui, posto o novo álbum da banda, intitulado Idmen. Todos os elementos ditos acima se fazem bem presentes nesse álbum, soando bastante parecido com o seu antecessor. Talvez a ausência do Mariusz Duda (frontman do Riverside) e uma maior presença de sessões instrumentais sejam as diferenças mais destacáveis deste álbum em relação ao antigo, porém, digo que em qualidade sonora ambos se assemelham, se é que este novo não o supera. Eu o escutei somente duas vezes e acho difícil fornecer uma opinião mais concreta, no entanto, não me resta dúvidas que é um trabalho capaz de render admiração e deleite por parte dos admiradores do gênero. Aconselho, também, para fãs de Porcupine Tree, Anekdoten e até mesmo de Dream Theater/Pain of Salvation. Enjoy it!



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[2009] Idmen

01 - sansara
02 - tusan homichi tuvota
03 - sunken bell
04 - and who's the God now?!...
05 - indukted
06 - aemaet
07 - nemesis voices 6:19
08 - ninth wave




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Lis Er Stille



Lis Er Stille é o nome da banda. Fundada no ano de 2004 na Dinamarca pelo vocalista Martin Byrialsen, como um projeto cujo intuito é o de transformar as pinturas surrealistas de um artista chamado Vindril em música. Com o passar do tempo, esse projeto tornou grandioso e poderoso o suficiente para transformar-se numa banda de fato, e suas músicas ganharem novos, maiores contornos e essência.

Sua música em si transborda influências latentes de Post-Rock (especialmente Mogwai), porém flertando com o Shoegaze e Indie em alguns momentos, relembrando o trabalho dos conterrâneos do Mew. No entanto, seu trabalho não fica preso aos clichês e protocolos do gênero. Quase todas as músicas (se não todas elas) possuem vocal, algo não muito usual no post-rock, mas sem deixar de lado o poderio instrumental que as bandas post-roqueiras apresentam com muita competência, soando doce e sereno ao mesmo tempo que esfuziante, transbordando galões de energia por todos os póros sem que, para isso, soe desnecessariamente violento ou brutal. Suas músicas fluem com uma naturalidade incrível, a ponto de suas longas durações (em torno de 8-12 minutos) nem serem percebidas. Diria, inclusive, que este é o ponto mais forte da banda e que mais me chamou a atenção: ela é capaz de construir músicas épicas e muito bem trabalhadas e tecidas de modo a não soar, em nenhum momento, tedioso e maçante.

É isso, principalmente, que a torna especial em meio ao oceano infindável de bandas do estilo que vem surgindo nos últimos 5 anos. Existem sim, bandas excelentes em meio a esse oceano, mas poucas apresentam a fluência e feeling que a Lis quieta apresenta. Por causa disso, reservei um lugar especial para eles aqui, neste blog. Também tenho que agradecer ao Neviton Santana, que deixou um shout há algum tempo recomendando a banda e me fez voltar os olhos a ela.

Bom, acho que isso é tudo. Posto aqui o debut álbum, The Construction Of The Amp-Train, junto com seu sucessor Aphatobvious. Espero que gostem!


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[2007] Apathobvious

01 - Præludium
02 - Land Mítt
03 - Hvalfangeren
04 - Transition
05 - Lys Over Tid
06 - Spurven
07 - Fyri Framman


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[2006] The Construction Of The Amp-Train

01 - Styrke
02 - Forsyn
03 - Løbetid
04 - End Credits


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Shining



Formado em 1996 e tendo como mentor/fundador Niklas Kvarforth,o Shining é um dos maiores nomes da atualidade do meio black metal mundial, tendo alcançado um reconhecimento (merecido) a cada novo lançamento, e alcançado o topo com o perfeito V - Halmstad em 2007. E esse ano foi a vez de entrar no mercado mundial o excelente VI - Klagopsalmer , que só veio pra confirmar a capacidade de criação desses suecos.

A banda promove abertamente em suas letras e atitudes o suícidio e auto-mutilação em todas as suas formas. O polêmico Niklas é a alma criadora da banda, sem ele provavelmente os Shining não existiriam, deixando de lado, é claro, as bizarrices que o mesmo está sempre envolvido, seja em momentos homossexuais ou em auto-mutilação em seus shows.
Incorporando elementos do black metal, do doom e hoje em dia até mesmo do progressivo, o som da banda vai muito além do que se possa esperar de uma banda de black metal. A sonoridade é carregada de peso e melancolia com uma atmosfera permanente de angústia e desassossego, alternando de maneira magistral os momentos mais rapidos com os lentos, aderindo passagens semi-acústicas, com riffs e solos de guitarra de arrepiar.

VI - Klagopsalmer é o sexto trabalho da banda e segue basicamente a mesma linha de criação do album anterior. Sem sombra de dúvidas um dos grandes lançamentos do ano de 2009. Vale mencionar que a faixa 4, Fullständigt Jävla Död Inuti, é uma espécie de releitura da música Ohm da banda de rock alternativa norueguesa, Seigmen.

Ps. O Arquivo está um pouco bagunçado com relação a ordem das músicas/nomes. De acordo com uma imagem que vi o set-list correto é o que está ali embaixo, mas ainda não sei sobre a ordem delas no cd. Assim que tiver certeza repostarei de maneira correta.


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[2009] VI - Klagopsalmer

1 - Vilseledda Barnasjälars Hemvist
2 - Plågoande O'Helga Plågoande
3 - Fullständigt Jävla Död Inuti
4 - Ohm - Skoj Att Leva
5 - Krossade Drömmar Och Brutna Löften
6 - Total Utfrysning


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múm



múm (pronunciado "moom"), é um grupo oriundo da longíqua, gélida e espantosamente criativa Islândia. Tendo sido formado no ano de 1997 por Gunnar Örn Tynes e Örvar Þóreyjarson Smárason, pelo menos 10-15 pessoas, além desses dois, já passaram pela banda ao longo de seu percurso pela história, onde cada um acrescentava suas idéias e seu toque pessoal ao corpo sonoro da banda.

Falando mais sobre esse corpo, pode-se definir o múm como um grupo de experimental pop. Sim, é um rótulo bastante vago, mas é o mais geral que consigo pensar para a banda. Seu som incorpora inúmeras influências, onde as mais pronunciadas vem da música eletrônica, post-rock e ambient, lembrando bastante o trabalho dos conterrâneos do Sigur Rós. A parte dos rótulos e definições, sua música consegue transmitir um sentimento de pureza e uma atmosfera nostálgica e, de certo modo, pueril, com uma naturalidade e destreza incríveis, emotindo várias cores e fragrâncias de tempos que ficaram ocultos há muito tempo pelas terras da memória, trazendo uma sensação agradável (ainda que, por muitas vezes, repleta de melancolia) de tempos onde as coisas pareciam mais simples, mais saborosas e deleitosas do que os tempos atuais.

Este CD que vos posto, intitulado Sing along to songs you don't know, está programado para ser lançado em agosto de 2009. Mas como ele já está circulando em tudo quanto é meandro internético e se trata de um lançamento muitíssimo interessante, resolvi postá-lo aqui. Depois da saída das gêmeas Valtýsdóttir (sim, nomezinhos bem complicados de se escrever - sorte que existe o copy and paste!) da banda, sua sonoridade perdeu um pouco da atmosfera etérea e melancólica que permeava os primeiros álbuns, mas não perdeu em nada a criatividade e o faro experimental que sempre possuiu, agora mais apurado do que antes, pelo que percebo. É um álbum muito prazeroso de se ouvir, especialmente em momentos mais calmos ou momentos em que só precisamos esvaziar nossas mentes da fumaça e turbilhões de cansaço que permeiam nosso dia-a-dia.

And that's all, folks. ;)


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[2009] Sing Along To Songs You Don't Know

01. If I Were A Fish
02. Sing Along
03. Prophecies and Reversed Memories
04. A River Don't Stop To Breathe
05. The Smell Of Today Is Like Breast Milk In The Wind
06. Show Me
07. Hullabbalabbaluu
08. Blow Your Nose
09. Kay-Ray-Ku-Ku-Ko-Kex
10. The Last shapes Of Never
11. Illuminated
12. Ladies Of The New Century


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[purchase] (scheduled to August 24th)


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