Sigh




Sigh foi fundado em meados de 1990 por três estudantes universitários, em Tokyo, Japão, que compartilhavam a mesma admiração por bandas como Venom, Celtic Frost, Mercyful Fate e outros que construíram os alicerces do que viria a ser a cena do metal extremo ao longo dos anos 90 e dos dias atuais. Desde então, começaram a compor e gravar suas demos e EPs de forma independente ou através de pequenos selos, e divulgá-los para alguns nomes da crescente cena Black Metal norueguesa da época (como um tal de Euronymous, por exemplo), e assim ganharam certo reconhecimento na cena mais underground.

Nos seus primeiros trabalhos, o Sigh apresentava um Black/Thrash Metal mais cru e direto, bem ao estilo das bandas supracitadas, mas com direito a alguns experimentalismos ainda que tímidos, e a temática das letras exploravam um certo ocultismo, literatura de terror e artes obscuras de um modo geral, criando uma atmosfera meio teatral em suas músicas.

Com o tempo, eles passaram a explorar cada vez mais esses experimentalismos, com o uso mais constante de sintetizadores e teclados, vinhetas que poderiam (ou foram tiradas) de filmes de terror e elementos assim. Até culminar no álbum que vos posto aqui, Imaginary Sonicscape, em que apresentava até então seu traalho musical mais maduro e ambicioso: Incorporar influências de Rock Progressivo/Psicodélico, Jazz e música erudita do começo do século XX a base sonora do Black Metal que a banda praticava há anos. E conseguem isso com muita proeza, diga-se de passagem.

Mesmo com toda essa ecleticidade musical, algo notável é a naturalidade e o aparente despojo como eles conduzem suas músicas. A produção é até simples e seca, mas permite ouvir cada instrumento perfeitamente, e as músicas em si, apesar de todas essas influências tão distantes entre si, tem um apelo "rock n' roll" muito aprazível e "bangueável", tornando a audição fácil e mais assimilável do que seria potencialmente.

Penso que muitos fãs puristas de Black Metal (ou Metal em geral) podem torcer o nariz para este álbum, ou alguns acharem tudo estranho demais. Mas, ainda assim, digo que ele merece pelo menos uma ouvida atenta, por sua criatividade e qualidade incomuns, fazendo realmente jus ao rótulo vanguardista que recebem. ;)

//Vos posto, agora, o novo álbum do Sigh, intitulado belamente de "Scenes from Hell". Nele, a banda parece ter retomado a postura dos álbuns antigos, apresentando uma sonoridade e produção mais cruas e com aquela aura rock n' roll mas, ainda assim, regadas a experimentalismos e passagens clássicas, criando toda aquela atmosfera teatral e nefasta que fazem com tanta graça (sic) e qualidade há 20 anos, praticamente.
Espero que gostem!


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[2010] Scenes From Hell

01 - Prelude To TheOracle
02 - L'art De Mourir
03 - The Soul Grave
04 - The Red Funeral
05 - The Summer Funeral
06 - Musica In Tempora Belii
07 - Venitas
08 - Scenes From Hell


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[2001] Imaginary Sonicscape

01 - Corspecry - Angelfall
02 - Scarlet Dream
03 - Nietzschean Conspirancy
04 - A Sunset Song
05 - Impromptu (Allegro Maestoso)
06 - Dreamsphere (Return To Chaos)
07 - Ecstatic Transformation
08 - Slaughtergarden Suite
09 - Bring Back To Dead
10 - Requiem - Nostalgia


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Um comentário:

R. Borges disse...

Eu tenho alguma coisa desses malucos aqui. Ouvi uma ou duas vezes e não gostei muito :/