Como disse no tópico do Líam, é sempre interessante observar o curso da história a fim de compreender melhor o que acontece no presente, bem como observar a evolução das coisas como um todo. Observar a criação e desenvolvimento de vários universos musicais, quais bandas e pessoas fizeram parte desse universo e como fizeram é sempre um exercício muito instigante. Nesses universos, sempre há alguma banda ou pessoa que se destaque ou chame a atenção por algum motivo, e acabam deixando marcas tão profundas na sua evolução que elas não podem ser negadas ou ignoradas, e assim deixam seu legado para a geração posteriores. A banda que posto agora, The Cure, sob a batuta do Robert Smith, com certeza se encaixa nessa descrição.
Tendo sido formada no longíquo ano de 1976 e lançado seu primeiro trabalho em 1979, a história da banda praticamente se confunde com a da própria música, moda e ideologia dos anos 80. Iniciaram sua carreira ainda influenciados pelo punk rock que estava em pleno borbulhamento na Inglaterra naquela época, mas já apresentando características diferentes. Sua música era muito mais "doce" e soturna do que a desses grupos, e suas letras mais introspectivas e apolíticas, muitas vezes mergulhando em marés da melancolia e angústia num nível muito profundo, marcando o que seria o post-punk. Depois de três álbuns nessa linha, a banda produz um álbum bem pop e radiofônico, The Head On The Door, contendo o seu primeiro hit "In Between Days", fato que deve ter deixado os fãs antigos da bandas surpresos (num mau sentido). A partir daí, o Cure traçou uma estrada bipolar, compondo álbuns que continham músicas sorumbáticas e melancólicas à moda antiga junto com músicas mais alegres e acessíveis, sendo a maioria delas marcantes e muito expressivas em sua mensagem, harmonia, e na poeticidade das letras do Robert. A partir de 1992 o ritmo de produção da banda começou a desacelerar, tendo produzido desde aquela época apenas 4 álbuns (de estúdio, não considerando coletâneas, Lives e afins), onde o último foi lançado no último trimestre do já finando 2008, e tem mais um previsto para o início de 2009.
Os álbuns que vos posto, agora, são os pertencentes a uma chamada trilogia do Cure: Pornograhy, Disintegration e Bloodflowers. Todos eles compartilham uma mesma proposta sonora e lírica, permeada por uma atmosfera fria e tenebrosa, coberta por uma névoa de melancolia e desalento profundos e reverberantes por cada átomo que a constitui, tragando o ouvinte em seus vórtices e levando-os em viagens catárticas pelos recantos e escombros mais sombrios da alma humana, mas ainda assim soando passional, deleitosa e até sensual em alguns momentos.
No entanto, dá pra notar algumas peculariedades em cada peça da trilogia. Enquanto Pornography soa mais seco, terrível e assombroso, Disintegration soa mais etéreo e sereno, como um corpo prestes a se entregar as correntes do sono (entenda sono como bm quiserem) , anestesiado por seus sonhos quebrados e sentimentos negativos. Já o Bloodflowers... é mais difícil de definir, mas ele me parece mais romântico e sereno do que os outros dois, como uma pessoa já mais madura e conformada com seus desejos perdidos divagando sobre a poeira das memórias que foram deixadas para trás. Diria, então, que ele é um amálgama das duas peças anteriores, e funciona muito bem como tal.
Enfim, acho até redundante elogiar ou comentar os trabalhos do Cure bem como o quanto que influenciaram toda uma geração de pessoas e de estilos musicais, dos mais variados interesses, ideologias e personalidades. Várias e várias bandas de indie rock, post-rock, shoegaze, metal, etc. citam Cure como uma de suas influências, senão a maior delas, e pessoas das mais variadas "tribos" também o citam como inspiração e banda (mais) admirada, sejam góticos old school, nu-góticos (trocadilhos infames rules the divine), indies, headbangers, ecléticos (?), admiradores dos 80's, saudosistas, etc. e, se isso não é uma amostra da gigante marca que a banda deixou no universo musical, realmente não sei mais o que poderia ser. Sei, inclusive, que os álbuns que posto agora já são manjados de muita gente, mas para aqueles seres vivos, procariontes ou eucariontes, que ainda não dispõem deles em mãos, digo que deveriam pegá-los neste exato momento e apreciar cada nota que ecoa pelos auto-falantes ou headphones! Enjoy 'em all. ;)
Tendo sido formada no longíquo ano de 1976 e lançado seu primeiro trabalho em 1979, a história da banda praticamente se confunde com a da própria música, moda e ideologia dos anos 80. Iniciaram sua carreira ainda influenciados pelo punk rock que estava em pleno borbulhamento na Inglaterra naquela época, mas já apresentando características diferentes. Sua música era muito mais "doce" e soturna do que a desses grupos, e suas letras mais introspectivas e apolíticas, muitas vezes mergulhando em marés da melancolia e angústia num nível muito profundo, marcando o que seria o post-punk. Depois de três álbuns nessa linha, a banda produz um álbum bem pop e radiofônico, The Head On The Door, contendo o seu primeiro hit "In Between Days", fato que deve ter deixado os fãs antigos da bandas surpresos (num mau sentido). A partir daí, o Cure traçou uma estrada bipolar, compondo álbuns que continham músicas sorumbáticas e melancólicas à moda antiga junto com músicas mais alegres e acessíveis, sendo a maioria delas marcantes e muito expressivas em sua mensagem, harmonia, e na poeticidade das letras do Robert. A partir de 1992 o ritmo de produção da banda começou a desacelerar, tendo produzido desde aquela época apenas 4 álbuns (de estúdio, não considerando coletâneas, Lives e afins), onde o último foi lançado no último trimestre do já finando 2008, e tem mais um previsto para o início de 2009.
Os álbuns que vos posto, agora, são os pertencentes a uma chamada trilogia do Cure: Pornograhy, Disintegration e Bloodflowers. Todos eles compartilham uma mesma proposta sonora e lírica, permeada por uma atmosfera fria e tenebrosa, coberta por uma névoa de melancolia e desalento profundos e reverberantes por cada átomo que a constitui, tragando o ouvinte em seus vórtices e levando-os em viagens catárticas pelos recantos e escombros mais sombrios da alma humana, mas ainda assim soando passional, deleitosa e até sensual em alguns momentos.
No entanto, dá pra notar algumas peculariedades em cada peça da trilogia. Enquanto Pornography soa mais seco, terrível e assombroso, Disintegration soa mais etéreo e sereno, como um corpo prestes a se entregar as correntes do sono (entenda sono como bm quiserem) , anestesiado por seus sonhos quebrados e sentimentos negativos. Já o Bloodflowers... é mais difícil de definir, mas ele me parece mais romântico e sereno do que os outros dois, como uma pessoa já mais madura e conformada com seus desejos perdidos divagando sobre a poeira das memórias que foram deixadas para trás. Diria, então, que ele é um amálgama das duas peças anteriores, e funciona muito bem como tal.
Enfim, acho até redundante elogiar ou comentar os trabalhos do Cure bem como o quanto que influenciaram toda uma geração de pessoas e de estilos musicais, dos mais variados interesses, ideologias e personalidades. Várias e várias bandas de indie rock, post-rock, shoegaze, metal, etc. citam Cure como uma de suas influências, senão a maior delas, e pessoas das mais variadas "tribos" também o citam como inspiração e banda (mais) admirada, sejam góticos old school, nu-góticos (trocadilhos infames rules the divine), indies, headbangers, ecléticos (?), admiradores dos 80's, saudosistas, etc. e, se isso não é uma amostra da gigante marca que a banda deixou no universo musical, realmente não sei mais o que poderia ser. Sei, inclusive, que os álbuns que posto agora já são manjados de muita gente, mas para aqueles seres vivos, procariontes ou eucariontes, que ainda não dispõem deles em mãos, digo que deveriam pegá-los neste exato momento e apreciar cada nota que ecoa pelos auto-falantes ou headphones! Enjoy 'em all. ;)
[last.fm] | [myspace] | [official website]
[2000] Bloodflowers
01 - Out Of This World
02 - Watching Me Fall
03 - Where The Birds Always Sing
04 - Maybe Someday
05 - Last Day Of Summer
06 - There Is No If
07 - The Loudest Song
08 - 39
09 - Bloodflowers
[english review]
[purchase]
[download]
[1989] Disintegration
01 - Plainsong
02 - Pictures Of You
03 - Closedown
04 - Lovesong
05 - Last Dance
06 - Lullaby
07 - Fascination Street
08- Prayers For Rain
09 - The Same Deep Water As You
10 - Disintegration
11 - Homesick
12 - Untitled
[english review]
[purchase]
[download]
[1982] Pornography
01 - One Hundred Years
02 - A Short Term Effect
03 - Hanging Garden
04 - Siamese Twins
05 - Figurehead
06 - A Strange Day
07 - Cold
08 - Pornography
[english review]
[purchase]
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