Quando se toca no nome Paradise Lost, a primeira coisa que se vem a mente é Doom/Death Metal. Não é admirável que isso aconteça, pois a banda nascida em 1988 na cidade de Halifax, UK, é considerada uma das pioneiras desse gênero, sendo também um dos três membros do Peaceville Three, conhecida como a famosa tríade do Doom Metal britânico do início dos 90s onde os outros dois braços são o Anathema e o My Dying Bride. Então, nada mais natural que a história do (sub)gênero confunda-se com a da própria banda, como é o que acontece.
Nos seus dois primeiros álbuns, Lost Paradise (1990) e Gothic (1991), a banda se dedicada a um Doom/Death Metal cru, profundo e deliciosamente obscuro, tornando-se uma das maiores referências do gênero até o momento. Já a partir dos dois subseqüentes trabalhos, a banda já começa a mostrar um direcionamento um pouco diferente, abrandando um pouco sua fúria doomster abissal e desenvolvendo uma sonoridade um pouco mais sutil, ainda que totalmente calcada nas raízes do Doom Metal. Esses dois álbuns tornaram-se o embrião perfeito para o que muitos consideram sua obra-prima: o Draconian Times, saído em 1995. Muitos o consideram o percursor do Gothic Metal, no qual a essência do Doom alia-se a certos tons do Gothic oriundo da década anterior e forma, assim, um som pesado e soturno revestido por vários mantos e camadas de melancolia.
Depois dessa época, a banda começou a flertar com o synth-pop oitentista, carregando influências pesadas de Depeche Mode e afins nos seus trabalhos, fato que fez vários fãs antigos da banda torcerem o nariz para ela durante um bocado de tempo ao mesmo tempo que atraiu um outro tipo de público a ela. E foi assim até meados de 2007, quando a banda lança o In Requiem, um álbum que é praticamente um retorno as suas origens... ou melhor, a época do Draconian Times, melhor dizendo, onde suas músicas apresentam o peso, agressividade avassaladoras e a melancolia sutil, mas penetrante, daqueles idos tempos. Ok, eles não inventaram nada de mais com esse CD, mas mostraram um gás e um punch que há muito não se via na banda.
Tendo, então, recém-saído do forno seu mais novo trabalho, vindo sob a alcunha de Faith Divides Us - Death Unites Us, aproveito essa deixa para postá-lo aqui e divulgar um pouco mais a banda que, acredito eu, seja conhecida de boa parte do público que frequenta esse blog. Quanto ao álbum, todos os elementos que fizeram a banda conhecida, respeitada, amada e cultuada pelo mundo estão presentes em mais pleno ardor, sob um peso ainda maior do que no álbum anterior. Ele pode até não ser tão marcante quanto veio a ser o saudoso Draconian Times, mas ele é mais do que o suficiente para esmagar nosso crânio em mil pedacinhos e fazer-nos adentrar no lago de nosso próprio apocalipse pessoal, onde isso, claro, soa como um eloquente elogio ao álbum.
Então, aproveitem-o!
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[2009] Faith Divides Us - Death Unites Us
01. As Horizons End
02. I Remain
03. First Light
04. Frailty
05. Faith Divides Us - Death Unites Us
06. The Rise of Denial
07. Living with Scars
08. Last Regret
09. Universal Dream
10. In Truth
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