Assim que o nome do Neurosis passou a se espalhar pelos vários cantos do planetas e, assim, serviu de influência e combustível criativo para jovens músicos iniciantes, como eram os do Isis e Cult Of Luna nessa época, por exemplo, conseguindo também a sua consagração e consolidação de seus nomes em seus nichos musicais, parece que este próprio nicho, chamado por alguns de Atmospheric Sludge, Post/Progressive Metal/Core ou simplesmente Post-Metal ganhou vida e passou a se tornar um ponto de referência a várias e várias bandas que floresciam ao redor do globo terrestre, fato que tornou-se ainda mais amplificado com o advento da internet e o crescimento de sites de divulgação musical como o last.fm e o myspace. De uns 3-4 anos para cá, centenas de nome pipocam e borbulham no caldeirão de bandas que se enveredam por esses caminhos, sendo muitas delas meros exemplares copy-and-paste do Neurosis e as outras citadas acima e poucas, bem poucas, possuindo alguma identidade e potencial para alcançar vôos maiores. Dentre esse grupo seleto, vem a banda que vos posto agora, A Storm Of Light.
A tempestade da luz tem na sua liderança Josh Graham, encarregado da arte visual do Neurosis e ex-líder do Red Sparowes, trabalhando em conjunto Domenic Seita (Tombs), Vinny Signorelli (Swans, Unsane) e Pete Angevine (Santized). Com nomes como esses (e com tais backgrounds), não é de se esperar algo menos do que brilhante vindo da banda, de fato. Depois de lançarem seu primeiro full-length em 2008 sob o nome pomposo de And We Wept The Black Ocean Within, nada mais do que um cataclismo sonoro de proporções colossais, além de duas músicas num split com o duo canadense Nadja, sai agora o mais novo trabalho, Forgive Us Our Trespasses.
Assim como o seu antecessor, trata-se de um álbum conceitual, onde neste caso a banda narra a jornada da raça humana pelo esquecimento e desalento do planeta completamente levado à ruina devido a destruição desenfreada de seus recursos naturais, mostrando o momento em que a Terra começa, lentamente, a se curar e renascer de suas próprias cinzas e se tornar um local habitável e agradável de se viver novamente. E devo dizer que, de fato, a atmosfera sonora que emana de cada faixa deste CD não poderia ser menos adequada a narrativa que se propôs a desenvolver, fazendo-nos sentir em meio a Terra deserta e estéril, imersa em oblívio e submersa no caos de sua (e nossa) própria existência. São músicas colossais, profundamentes obscuras e desoladoras, de modo a conseguir pintar esses cenários descritos com suas próprias notas.
Por fim, é muito aprazível ver que existem ainda bandas neste subgênero extremamente segmentado mas já popularizado (nas devidas proporções) que, ainda que bebam diretamente na fonte de suas inspirações, conseguem criar alguma identidade e personalidade sem que, para isso, necessite distorcer e desfigurar a estética do próprio subgênero, e que ainda seja capaz de estender essa estética a níveis e limiares mais elevados (ou melhor, mais profundos) do que o padrão. Para nossa sorte, existe aí a Tempestade De Luz. Enjoy it.
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[2009] Forgive Us Our Trespasses
01 - Alpha (Law of Nature Pt. 1)
02 - Amber Waves of Gray
03 - Tempest
04 - The Light in Their Eyes
05 - Trouble is Near
06 - Arc of Failure (Law of Nature Pt. 2)
07 - Midnight
08 - Across the Wilderness
09 - Time Our Saviour (Law of Nature Pt. 3)
10 - Omega
2 comentários:
caraca, eu sempre tive curiosidade quanto ao som desses caras. vou baixar :]
mano, meu ipod não tá conseguindo ler esses arquivos :( shit!
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