Se alguém, hoje em dia, tem dúvidas sobre o fato dos artistas, de qualquer "ramo", terem esgotado todas as suas fontes criativas e perdido contato com as musas, o Bohren vai fazer com que revejam seus paradigmas. Sua origem remonta do já longínquo ano de 1992, sob o nome de Bohren, em terras alemãs, via três amigos de escola, Thorsten, Morten, Reiner. Todos já tinham background de bandas HC daqueles idos, e compartilhavam interesse também em Metal extremo e as tonalidades obscuras e tortuosas que o Black Sabbath ajudou a criar e espalhar por aí. Mas pensa que pararam por aí? Pois bem, eis que eles resolveram fazer algo um tantinho diferente: Fundir o universo do Doom Metal sabbathístico com Jazz! Quem lê, logo fica com um "WTF" estampado na cara. Coomfas/ É, eu também fiquei com essa interrogação nadando na mente assim que li a descrição de seu trabalho. Como podem conseguir tal feito? Aparentemente, é como fazer óleo interagir com água e, disto, sair algo plenamente viável e natural...
Seu primeiro trabalho foi um EP, datado de 1993. Já nesta época, seu nome tinha a cara que conhecemos hoje, Bohren Und Der Club Of Gore. Não muito depois, vieram dois full-lengths, Gore Motel e Midnight Radio, lançados nos anos subsequentes. Porém, não foi até o seu trabalho seminal, Sunset Mission, que o Bohren veio a assumir sua forma definitiva. Nos primeiros CDs, ainda encontram-se resquícios de Metal em sua música, cortesia das guitarras ainda presentes em suas músicas, e a estrutura delas ainda era mais simples. Porém, no SM, as faixas ganharam proporções épicas, verdadeiras viagens caleidoscópicas por paisagens decadentes e hediondas, envolvendo a quem ouve numa atmosfera enfumaçada de ansiedade, frustração, cigarro de má qualidade, gatos vadios e lowlifes sem esperança perambulando pelas ruas ermas e sujas de algum subúrbio abandonado às 4:12 AM. Claro, isso o ouvinte estando sob uma bad trip das brabas, assolado por vórtices espirais náusea, vertigem, e vendo duendes zombando e trollando sua cara a toda hora, enquanto tenta achar a chave de casa que caiu no chão, provavelmente num ralo do esgoto a céu aberto. O resultado disso é algo não mais do que genial, ganhando a tag de Doom Jazz por parte daqueles que adoram rotular tudo onde põem os ouvidos. Tag essa que não podia ser mais adequada, devo dizer-vos.
Depois do Black Earth (2002), Geisterfaust (2005) e Dolores (2008), temos em mãos o Beileid, EP a sair no próximo dia 22. São só 3 músicas, que, se não é nada brilhante em relação ao que já fizeram, tem muito a enriquecer sua já assombrosa discografia. A primeira música, Zombies Never Die, surpreende um tanto com uma aura meio bluesy. E essa aura não podia envolver melhor seu universo sonoro, soando como uma pitada de pimenta exótico em meio ao prato do dia-a-dia que você se acostumou a degustar. A última faixa, auto-intitulada, segue a linha do álbum antecessor. Nada de novo no fronte, mas nada de mau também. É tipo um filme que você já assistiu zilhões de vezes, mas ainda assim sente prazer em assistir cada pedacinho, cada fala, cada momento infinitesimal dele. Já o destaque mesmo vai para a segunda, Catch My Heart, tendoa participação de nada menos que o Lord Mike Patton, emprestando sua versatilidade para a banda. Provavelmente um cover, só não sei de quem, e a preguiça me impede de saber mais. Pois então, colaboração mais adequada, impossível, não acham? Deve-se ainda salientar que tal faixa me soou mais como um Jazz "tradicional", fugindo um pouco (pouco mesmo), do esquema tradicional do Bohren, mas ainda assim, se encaixando naturalmente com a proposta sônica que cultivam.
Em suma, um grande trabalho, que, ainda curto, não deve nada a seus antecessores. Faz-nos ver que músicos de qualidade ainda existem, e sempre prolíferos e buscando novas soluções e novos veios a seguir, tentando sair da caixa e trazer novas tonalidades a um horizonte já gasto e sem tanto brilho, como vem sendo a música, como um todo, nesses últimos aeons.
Só digo mais isso, aproveitem!
Depois do Black Earth (2002), Geisterfaust (2005) e Dolores (2008), temos em mãos o Beileid, EP a sair no próximo dia 22. São só 3 músicas, que, se não é nada brilhante em relação ao que já fizeram, tem muito a enriquecer sua já assombrosa discografia. A primeira música, Zombies Never Die, surpreende um tanto com uma aura meio bluesy. E essa aura não podia envolver melhor seu universo sonoro, soando como uma pitada de pimenta exótico em meio ao prato do dia-a-dia que você se acostumou a degustar. A última faixa, auto-intitulada, segue a linha do álbum antecessor. Nada de novo no fronte, mas nada de mau também. É tipo um filme que você já assistiu zilhões de vezes, mas ainda assim sente prazer em assistir cada pedacinho, cada fala, cada momento infinitesimal dele. Já o destaque mesmo vai para a segunda, Catch My Heart, tendoa participação de nada menos que o Lord Mike Patton, emprestando sua versatilidade para a banda. Provavelmente um cover, só não sei de quem, e a preguiça me impede de saber mais. Pois então, colaboração mais adequada, impossível, não acham? Deve-se ainda salientar que tal faixa me soou mais como um Jazz "tradicional", fugindo um pouco (pouco mesmo), do esquema tradicional do Bohren, mas ainda assim, se encaixando naturalmente com a proposta sônica que cultivam.
Em suma, um grande trabalho, que, ainda curto, não deve nada a seus antecessores. Faz-nos ver que músicos de qualidade ainda existem, e sempre prolíferos e buscando novas soluções e novos veios a seguir, tentando sair da caixa e trazer novas tonalidades a um horizonte já gasto e sem tanto brilho, como vem sendo a música, como um todo, nesses últimos aeons.
Só digo mais isso, aproveitem!
//Deixo-vos a discografia da banda. Como os posts aqui tem se tornado cada vez mais esparsos, nada mais ideal para um presente de páscoa (cof cof) para vocês como este. Sirvam-se de Scotch, Kafka, David Lynch e... aproveitem!
01 - Zombies Never Die (Blues)
02 - Catch My Heart
02 - Beileid
[2009] Mitleid Lady
01 - Mitleid Lady
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[2008] Dolores
01. Staub
02. Karin
03. Schwarze Biene (Black Maja)
04. Unkerich
05. Still am Tresen
06. Welk
07. Von Schaebeln
08. Orgelblut
09. Faul
10. Welten
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[2005] Geisterfaust
01. Zeigefinger
02. Daumen
03. Ringfinger
04. Mittelfinger
05. Kleiner Finger
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[2002] Black Earth
01. Midnight Black Earth
02. Crimson Ways
03. Maximum Black
04. Vigilante Crusade
05. Destroying Angels
06. Grave Wisdom
07. Constant Fear
08. Skeletal Remains
09. The Art of Coffins
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[2000] Sunset Mission
01. Prowler
02. On Demon Wings
03. Midnight Walker
04. Street Tattoo
05. Painless Steel
06. Darkstalker
07. Nightwolf
08. Black City Skyline
09. Dead End Angels
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[1996] Schwarzer sabbat fuer dean martin
a01 - Schwarzer sabbat fuer dean martin
b01 - Menschestaub
b02 - Dermfraeuser
b03 - Aeste
b04 - Madenmeer
b05 - Gemaltes Seegrab
b06 - Gefroren
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[1995] Midnight Radio
Disc 01:
01 - 1.
02 - 2.
03 - 3.
04 - 4.
05 - 5.
Disc 02:
01 - 6.
02 - 7.
03 - 8.
04 - 9.
05 - 10.
06 - 11.
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[1994] Gore Motel
01 - Die Nahtanznummer, Teil 2
02 - Sabbat Schwarzer Highway
03 - Gore Motel
04 -Dandys lungern durch die Nacht
05 -Dangerflirt mit der Schlägerbitch
06 - Conway Twitty zieh mit mir
07 - Die Fulci Nummer
08 - Der Maggot Tango
09 - Texas Keller
10- Trash Altenessen
11 - Cairo Keller
12 - Gore Musik
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p.s.: Peço desculpas, em nome de todo o staff do ETS, pela escassez sem precedentes de postagens. Duas semanas em meia sem postar nada foi algo inaceitável, porém, infelizmente o tempo me faz muito mais curto agora, como mestrando em outra instituição. Prometo tentar ser menos desleixado com esse espaço aqui, vocês merecem mais atenção.
2 comentários:
Muito bom esse som! Realmente é um "doom jazz" de muita qualidade. Valeu pela indicação!
Found this acapella, what do u think is it a good choice for producer?
https://www.lucidsamples.com/acapella-vocals-samples/220-k-motion-house-vocals.html
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