Meat Puppets



Talvez a banda motivo desse post, de nome Meat Puppets, ressoe familiar na cabeça de alguns passantes. Não por menos, pois três músicas de um dos seus álbuns mais clássicos, Meat Puppets II (1983), foram coverizadas pelo Nirvana em seu show acústico no já longíquo ano de 1993, tendo participação dos próprios integrantes nos covers. Isso rendeu uma certa evidência a banda, algo nunca antes ocorrido, mesmo já tendo vários álbuns na bagagem e trabalhos inovadores, criativos e não por menos acessíveis. Mas ainda assim não foi o suficiente para alavancá-los ao status pelo menos de banda 'coadjuvante' no cenário Rocker mundial, tornando-se mais um nome obscuro e objeto de culto para uma meia dúzia de curiosos e desocupado pelos sete mares. Seria isso justo?

Bom, sua carreira iniciou-se a mais de 30 anos, mais precisamente em 1980 em Phoenix, pelos irmãos Kirkwood (Curt, vocal/guitarra e Cris, baixista) além de Derrick Bostrom, responsável pelas baquetas. Inicialmente, sua proposta era um Punk Rock feroz e selvagem, com vocais quase ininteligíveis, mas já pincelados com o humor refinado e um ar Folk, que veio a acompanhá-los ao longo de sua carreira. No já mencionado MP II, a banda bota o pé no freio e trabalha um pouco mais as suas músicas, trazendo a tona essa veia folk que vem a conferir um sabor totalmente único as suas músicas. A mescla da fúria punk com tais atmosferas folk de matiz psicodélico dava uma certa aura fantástica e assombrosa as suas músicas, capturando a essência desértica de sua cidade natal, reforçadas ainda mais pelas letras. Vejam a letra de Lake of Fire e Plateau para terem melhor ideia do que falo. Já nos álbuns subsequentes, durante asegunda metade dos anos 80, a banda continua a trabalhar mais o som e dar mais ênfasea psicodelia western, seu som convergindo mais para um 70's Hard Rock do que o Punk.

Depois de um hiato de 3 anos, a banda retorna com o Too High to Die, álbum de maior sucesso comercial da banda até hoje. Ajudado pela associação da banda com o Nirvana, claro, mas ainda assim com méritos. Infelizmente a banda passa por um período muito irregular de 96 até 06, devido ao vício do vocalista Curt (e também de seu irmão Cris) em heroína, no qual o último até passou um tempo no xadrez devido a uma tentativa de assalto. Esse limbo deve ter feito bem a eles, pois, recuperados, decidem retomar com os pups, embora sem o batera original. Resolvem também cair na estrada, e compuseram três álbuns desde então, sendo o mais recente, Lollipop, que será postado logo abaixo.

Certamente aquela energia e gana explosivas de quase 30 anos atrás não estão presentes mais nesse álbum, mas sim aquela fragrância folk psicodélica, que imerge o ouvinte na atmosfera de uma cidade abandonada no meio do deserto do Arizona. É um álbum simples, maduro e de fácil audição, bem grudento, feito por gente que realmente entende do riscado e que deveriam, sim, ser bem mais lembrados e valorizados do que são. Claro que nem sempre a sorte ou o público sorri para certas bandas, como aconteceu com a banda que os homenageou nos early 90s, então, cabe a gente como nozes aqui do blog postar essas obscuridades cults deliciosas que ficam perdidas pela poeira do tempo ou marés do oblívio.

Enjoy!


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[2011] Lollipop

01. Incomplete
02. Orange
03. Shave It
04. Baby Don’t
05. Hour of the Idiot
06. Lantern
07. Town
08. Damn Thing
09. Amazing
10. Way That It Are
11. Vile
12. The Spider and the Spaceship


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