Especial de fim de ano - ETS

Bem, mais um ano chega ao fim. Então, sempre rola aquele clima de retrospectiva, nostalgia, e ponderamos nossos sucessos, fracassos, e assim retraçamos novas metas e nutrimos expectativas para o ano que está para vir.

Aproveitando o clima que paira nessa época do ano e pensando em retribuir a atenção e consideração de muitos que acompanham este blog, resolvemos criar uma coletânea de fim de ano, na qual cada um de nós quatro escolhemos três músicas que foram lançadas durante o ano de 2008 e nos marcaram de alguma forma, servindo assim não só como uma boa retrospectiva do que veio e ocorreu no ano de 2008, mas como um "presente" que oferecemos a todos que nos acompanharam desde nossa criação.

Sabíamos, desde o momento que tivemos a idéia da criação de um blog musical, que isso seria um grande desafio, desde escolher um nome, os participantes, o material que postaríamos, o layout e a parte estética, etc. a ter que "cuidar" dele todos os dias e arrumar tempo para subirmos e postarmos os álbuns que gostamos, no meio da correria do dia-a-dia e todo o stress que o trabalho, estudos e a vida pessoal de cada um de nós pode gerar. Mas ainda assim, acho que cumprimos nosso objetivo com folgas e ainda conseguimos ampliar bastante nossa divulgação e levar o nome do exhalethesound a vários cantos do planeta ao longo dos meses, talvez mais do que imaginávamos que conseguiríamos inicialmente. E, claro, sei que isso se deve, em grande parte, a vocês que estão lendo essa mensagem agora (ou simplesmente foram direto pro link de download ;P) e nos apoiaram.

Enfim, acho que é isso. Em breve, teremos algumas mudanças no blog a fim de melhorá-lo ainda mais, mantendo sempre nossa idéia de publicar música de boa qualidade e que merece chegar ao ouvido e discos rígidos de mais pessoas nesse universo.

Esperamos, sinceramente, que todos vocês que tenham um ótimo 2009!
- pela equipe do ets (Carlos, Castro, Void e Pedro)


ps: Agora, temos também um msn group para o blog, cujo endereço é: group339257@hotmail.com. Basta adicionar o endereço do mesmo jeito que se adiciona um novo contato, e mandar mensagem da mesma forma. Assim se torna mais fácil a interação entre os usuários e leitores do blog conosco, e sintam-se lives para sugerir e falar o que bem quiser. ;)


-------------------------------------------------------------------------------------------------


Well, one more year comes to the end. So, we always experience that ambient of retrospective and nostalgy, where we think about our successes, failures, our dreams accomplished and non-accomplished, and we build our new plans and nurture expectations for the year to come.

Taking provect of the ambient of this time of the year and thinking of retributing the attention and support of those who followed us during the year, we decided to create a musical collection, where each one of us chose three songs released during this year of 2008 that we really like, thus being not only a good retrospective of what came up and happened in this year, but a "gift" that we offer for all of those who have been following us.

We knew, since the moment we had the idea of creating a musical blog, that it would be a great challenge. From choosing a name for the blog, who would be in charge of it, the material we'd post, the layout and the general aesthetics and so on, to taking care of it every day after day and find some time to upload and to post those albums we enjoy and would like to share with everybody in the middle of the stressing day-after-day life caused by our jobs, studying and our personal lives. But, after all, we think we accomplished our goal succesfully, and we still were able to spread the exhalethesound name during the months even more that we imagine we could do it. And, of course, we know it's largely due to YOU, who are reading this message right now (or simply went straight to the download link ;P) and supported us along the way.

Anyway, I think this is it. Soon, we'll do some changes in the blog in order to improve it, but keeping our idea of publishing high quality music which is not accessible for anyone and deserves to get to the ears and hard drivers of more and more people in this universe.

We hopelly expect that all of you have a great 2009!
- by ets staff (Carlos, Castro, Void and Pedro)



ps: Now we also have a msn group, whose address is: group339257@hotmail.com. Just add it the same way you add a new contact in your msn, and send messages the same way, either. It makes the interction between the blog's readers and the staff easier. So, feel free to talk or suggest anything to us. ;)





VA - Coletânea 2008

TRACKLIST:
Pedro
01 - The Stations [The Gutter Twins]
02 - Crossing Over [Star Of Ash]
03 - Ghost Trail [Cult Of Luna]
C.
04 - The Lotus Eater [Opeth]
05 - Them Golds And Brass [Caïna]
06 - Underneath The Stars [The Cure]
Void
07 - Friday, Everybody Goodbye [iLiKETRAiNS]
08 - I'm Jim Morrison, I'm Dead [Mogwai]
09 - Bran [Parhelia]
Castro
10 - A Grave Is A Grim Horse [Steve Von Till]
11 - God Is A Beast [Unearthly Trance]
12 - Ammonia [Ufomammut]


[download]



Natural Snow Buildings




Natural Snow Buildings é um duo francês, formado por Mehdi Ameziane e Solange Gularte. Não sei ao certo quando eles se juntaram e começaram a compor suas primeiras notas, mas sei que seu primeiro trabalho oficial data de 2000, chamado de Two Sides Of A Horse e fizeram desde então 10 álbuns (!), podendo haver ainda mais álbuns não lançados ou distante de nosso conhecimento. Pois bem, dá para perceber realmente não há muita informação desse duo circulando por aí, nem mesmo é muito conhecido até agora, mas sem dúvida chama a atenção a sua produtividade em nível industrial, além da qualidade e criatividade que expressam em sua música, sobre a qual falarei agora:

Pelo que pude ouvir de suas músicas, elas realmente fazem jus ao nome do duo. Todas elas criam uma atmosfera bastante envolvente e nebulosa, transmitindo uma sensação de frieza ao ouvinte a ponto de nos fazer sentir perdido em meio a uma paisagem nevada e deserta, soando estranhamente desconcertante e reconfortante ao mesmo tempo. Às vezes, essa atmosfera sonora nos transmite uma nostalgia estranha e familiar ao mesmo tempo, também, aliada a uma melancolia sutil que nos fazer "olhar" para dentro de si e relembrarmos de vários fragmentos de lembranças que um dia deixamos perder na poeira de nossa mente.

Sendo um pouco mais objetivo, digo que a música do duo é calcada no Ambient com toques bem delineados de post-rock e de um folk com ares psicodélicos, cortesia de instrumentos 'inusitados' como violoncelo, banjo e outros que não sei identificar devido a minha ignorância, mas que acabam conferindo um sabor diferente as suas arquiteturas sonoras de uma forma inteligente e muito agradável.

Sei bem que a "cena" post-rock mundial anda saturada com a enxurrada de bandas novas que vem borbulhando em cada canto do planeta, muitas delas acrescentando pouco ou quase nada ao gênero e contribuindo ainda mais para sua massificação e generalização, mas achei que uma pérola obscura como esta não merecia passar em branco por aqui, sendo então o motivo pelo qual postei. I hope you enjoy it. ;]


[myspace]





[2003] Ghost Folks


01 - Nuclear Winter (dispatches)
02 - If I Can Find Mt Way Through The Darkness...
03 - ... I Came Down Here
04 - Sun
05 - The Haunted Falls (Let Us Now Praise Harry Powell)
06 - Fallen Lords We Rising Half Horses
07 - With A Stolen Red Lipstick Bible On Her Side
08 - They Are Still Hanging Around
09 - (...)
10 - Guns And Rifles
11 - Nuclear Winter


[download]


ps: I'm sorry for the lack of links and further information, but that was all I could find at the moment. If I find more info in the future, it wil be posted here. ;]

The Cure




Como disse no tópico do Líam, é sempre interessante observar o curso da história a fim de compreender melhor o que acontece no presente, bem como observar a evolução das coisas como um todo. Observar a criação e desenvolvimento de vários universos musicais, quais bandas e pessoas fizeram parte desse universo e como fizeram é sempre um exercício muito instigante. Nesses universos, sempre há alguma banda ou pessoa que se destaque ou chame a atenção por algum motivo, e acabam deixando marcas tão profundas na sua evolução que elas não podem ser negadas ou ignoradas, e assim deixam seu legado para a geração posteriores. A banda que posto agora, The Cure, sob a batuta do Robert Smith, com certeza se encaixa nessa descrição.

Tendo sido formada no longíquo ano de 1976 e lançado seu primeiro trabalho em 1979, a história da banda praticamente se confunde com a da própria música, moda e ideologia dos anos 80. Iniciaram sua carreira ainda influenciados pelo punk rock que estava em pleno borbulhamento na Inglaterra naquela época, mas já apresentando características diferentes. Sua música era muito mais "doce" e soturna do que a desses grupos, e suas letras mais introspectivas e apolíticas, muitas vezes mergulhando em marés da melancolia e angústia num nível muito profundo, marcando o que seria o post-punk. Depois de três álbuns nessa linha, a banda produz um álbum bem pop e radiofônico, The Head On The Door, contendo o seu primeiro hit "In Between Days", fato que deve ter deixado os fãs antigos da bandas surpresos (num mau sentido). A partir daí, o Cure traçou uma estrada bipolar, compondo álbuns que continham músicas sorumbáticas e melancólicas à moda antiga junto com músicas mais alegres e acessíveis, sendo a maioria delas marcantes e muito expressivas em sua mensagem, harmonia, e na poeticidade das letras do Robert. A partir de 1992 o ritmo de produção da banda começou a desacelerar, tendo produzido desde aquela época apenas 4 álbuns (de estúdio, não considerando coletâneas, Lives e afins), onde o último foi lançado no último trimestre do já finando 2008, e tem mais um previsto para o início de 2009.

Os álbuns que vos posto, agora, são os pertencentes a uma chamada trilogia do Cure: Pornograhy, Disintegration e Bloodflowers. Todos eles compartilham uma mesma proposta sonora e lírica, permeada por uma atmosfera fria e tenebrosa, coberta por uma névoa de melancolia e desalento profundos e reverberantes por cada átomo que a constitui, tragando o ouvinte em seus vórtices e levando-os em viagens catárticas pelos recantos e escombros mais sombrios da alma humana, mas ainda assim soando passional, deleitosa e até sensual em alguns momentos.

No entanto, dá pra notar algumas peculariedades em cada peça da trilogia. Enquanto Pornography soa mais seco, terrível e assombroso, Disintegration soa mais etéreo e sereno, como um corpo prestes a se entregar as correntes do sono (entenda sono como bm quiserem) , anestesiado por seus sonhos quebrados e sentimentos negativos. Já o Bloodflowers... é mais difícil de definir, mas ele me parece mais romântico e sereno do que os outros dois, como uma pessoa já mais madura e conformada com seus desejos perdidos divagando sobre a poeira das memórias que foram deixadas para trás. Diria, então, que ele é um amálgama das duas peças anteriores, e funciona muito bem como tal.

Enfim, acho até redundante elogiar ou comentar os trabalhos do Cure bem como o quanto que influenciaram toda uma geração de pessoas e de estilos musicais, dos mais variados interesses, ideologias e personalidades. Várias e várias bandas de indie rock, post-rock, shoegaze, metal, etc. citam Cure como uma de suas influências, senão a maior delas, e pessoas das mais variadas "tribos" também o citam como inspiração e banda (mais) admirada, sejam góticos old school, nu-góticos (trocadilhos infames rules the divine), indies, headbangers, ecléticos (?), admiradores dos 80's, saudosistas, etc. e, se isso não é uma amostra da gigante marca que a banda deixou no universo musical, realmente não sei mais o que poderia ser. Sei, inclusive, que os álbuns que posto agora já são manjados de muita gente, mas para aqueles seres vivos, procariontes ou eucariontes, que ainda não dispõem deles em mãos, digo que deveriam pegá-los neste exato momento e apreciar cada nota que ecoa pelos auto-falantes ou headphones! Enjoy 'em all. ;)


[last.fm] | [myspace] | [official website]






[2000] Bloodflowers

01 - Out Of This World
02 - Watching Me Fall
03 - Where The Birds Always Sing
04 - Maybe Someday
05 - Last Day Of Summer
06 - There Is No If
07 - The Loudest Song
08 - 39
09 - Bloodflowers


[english review]


[purchase]


[download]





[1989] Disintegration

01 - Plainsong
02 - Pictures Of You
03 - Closedown
04 - Lovesong
05 - Last Dance
06 - Lullaby
07 - Fascination Street
08- Prayers For Rain
09 - The Same Deep Water As You
10 - Disintegration
11 - Homesick
12 - Untitled


[english review]


[purchase]


[download]





[1982] Pornography


01 - One Hundred Years
02 - A Short Term Effect
03 - Hanging Garden
04 - Siamese Twins
05 - Figurehead
06 - A Strange Day
07 - Cold
08 - Pornography


[english review]


[purchase]



[download]

Clutch











Antes de mais nada, não teria outra forma de começar esse post sem antes agradecer aos membros do blog, especialmente o Carlos, mas sem esquecer dos outros, por mantê-lo tão vivo enquanto eu me descabelava, com os poucos fios que ainda me restam, nesse turbulento fim de semestre, mas para felicidade do povo e alegria geral da nação (ou não) eu estou de volta, e agora, parcialmente de férias vou me dedicar mais ao blog. Não poderia passar sem deixar de agradecer a galera que tem visitado o blog e fazendo a máquina funcionar também do outro lado, tem sido massa chegar em alguns rolês e ouvir que estamos fazendo um bom trabalho, é verdade que quase nunca falam bem dos meus posts especificamente, mas tudo bem, ainda amo vocês, um pouco menos, é verdade.

Clutch é mais uma daquelas bandas que eu conheci por acidente, nas andanças em busca de uma banda que fizesse Stoner Rock sem repetir a tão saturada forma que a maioria insiste em seguir deliberadamente. Encontrei-os internet afora, encarnando mecânicos em uma foto nesses sites gringos e a partir daí, a tal banda chamada 'embreagem' passou a chamar minha atenção (por favor, não achem que eu tenho tara por mecânicos, vocês entenderam). Seu som traz uma química interessante entre o Stoner Rock, Blues e uma pitada de Southern Rock, de modo que, com a evolução da banda ao longo do tempo, o Punk Rock e o Hardcore que marcaram seu início deram lugar a poderesosas cargas de groove e feeling maiores a cada álbum lançado, aproximando a sonoridade da banda ao Blues. Segundo alguns sites, inclusive a wikipedia (ainda que seja vergonhoso assumi-lá publicamente como uma referência), a banda nunca estourou realmente, apesar de ter assinado com a Columbia Records para lançar o grande Elephant Riders, em 1999, seu público continuou restrito a sua base de fãs, que se ampliou um pouco com o lançamento de Pure Rock Fury em 2001, mas nada como as grandes e nem sempre tão boas, bandas americanas de hoje em dia.

From Beale Street To Oblivion foi lançado em 2007 e me coloca num dilema entre elegê-lo como o melhor álbum deles ou cometer o crime de ter que dá-lo o segundo lugar frente ao não menos grandioso Robot Hive/Exodus de 2005. O álbum foi produzido por Joe Barresi (Kyuss, Tool) e é marcado pela total imersão da banda no Blues, segundo Fallon, "Não se trata de um revivalismo ou uma cena retro, trata-se sim de despir a música até aos seus elementos mais básicos, eliminando tudo o que esteja a mais". Sua primeira música de trabalho Electric Worry figura entre as melhores músicas que a banda fez, guiado por um riff que deixa as influências de blues mais claras do que nunca e acompanhado por uma gaita que traz pra si toda a atenção no ponto alto da música, é um bom resumo do que podemos encontrar de melhor neste CD. When Vegans Attack é a melhor representante do conteúdo humorístico e bizarro marcante nas letras da banda, um apontamento crítico do vocalista Neil Fallon acerca do fenômeno vegan-way-of-life que toma cada vez mais espaço na cena em geral. Enfim, o que temos aqui se trata de um grande disco de mais puro rock, calcado em clássicos como Deep Purple e ZZ Top mas sem soar como mais uma banda oportunista que apenas fica ruminando aquilo que já foi feito em outro momento da história da música. Altamente recomendado.


[official website] | [last.fm] | [myspace]












[2007] From Beale Street To Oblivion

01 - You Can't Stop Progress
02 - Power Player
03 - The Devil & Me
04 - White's Ferry
05 - Child Of The City
06 - Electric Worry
07 - One Eye Dollar
08 - Rapture Of Riddley Walker
09 - When Vegans Attack
10 - Opossum Minister
11 - Black Umbrella
12 - Mr. Shiny Cadillackness

[english review]



[purchase]


[download]

Shora




Pode-se considerar que o pós-rock instrumental e de composições que se estendem pelo ambiental e o emocional, está em voga neste novo milénio. De três ou quatro nomes que habitavam o inconsciente colectivo de alguns anos atrás, passaram a existir dezenas de bandas a povoar novos territórios, a trazer algo de novo ao género dito progressivo e fresco.
Neste contexto, Malval, dos suíços Shora, é mais um trabalho que traz valor acrescentado ao mundo do pós-rock actual desprovido da clássica estrutura assente em previsíveis estruturas musicais. O que interessa neste novo paradigma é a fluidez da música, o crescendo ou o simples desenvolvimento gradual de diversas camadas sónicas em que o ouvinte consiga mergulhar de cabeça nos sete ou oito minutos, em média, que correspondem à duração das músicas. Mais do que ficar no ouvido durante umas horas, interessa permanecer na mente durante dias.

Biograficamente, os Shora já existem há algum tempo, tendo lançado Shaping The Room em 2000 e em 2001, numa colaboração com Merzbow, Switching Rethorics. Estes dois trabalhos parecem à luz de Malval como sendo de uma outra banda, de um outro universo. A verdade é que após a incursão pelo noisecore e pelo mathcore, onde as dinâmicas violentas, complexas e caóticas pareciam trilhar a música dos Shora, a banda surge em 2005 com uma nova atitude e uma nova sonoridade. Muitos poderão estranhar esta alteração brusca, mas basta olhar para outros exemplos como os Examination Of The... e até os próprios Neurosis, cujas origens se encontram no punk, para concluir que o salto evolutivo não é fruto de qualquer alteração incontrolada ou de qualquer abrupta mudança.

Habitualmente, a fórmula que parece resultar em muitas das bandas de pós-rock actuais resulta num diminuir de intensidade e de volumes em determinadas partes de uma música para intensificar o momento seguinte. Isto é, se se fizer um crescendo gradual relativamente simples a coisa até é capaz de conseguir penetrar no ouvido. O que os Shora fazem de notável é conseguir esse mesmo efeito sem nunca terem de reduzir drasticamente de intensidade ou de alterar propositadamente o desenvolvimento das suas composições. Aqui, os piques de intensidade atingem-se durante vários momentos na mesma música, sem estarem exclusivamente reservados para um final catártico mas previsível – e sendo previsível deixa de produzir o efeito desejado.

Quatro músicas maioritariamente instrumentais compõem Malval, somadas, resultam em pouco mais de meia hora de música. Devido a esta composição, talvez este devesse ser considerado um EP, mas a verdade é que apesar da sua curta duração, Malval tem dentro de si a maturidade e a coesão de um álbum. A sua pequena duração poderá estar associada à alteração que a banda implementou no seu som, como que a desbravar cuidadosamente novos terrenos e novas paisagens. Seja por que razão for, estas quatro músicas assumem uma dimensão épica e conseguem modular por completo o envolvente do ouvinte. Preparem-se para meia hora de evasão completa, de transporte sideral para um qualquer recanto protegido e belo da via láctea. by: Gonçalo Sítima


[official website] | [last.fm] | [myspace]





[2005] Malval

01 - Parhelion
02 - Arch & Hum
03 - Siphrodias
04 - Klarheit


[english review]

[purchase]

[download]

Líam



Pré-post: Não, não se trata de nenhum material do Liam Gallagher e seu oásis, então podem ficar tranquilos. ;)

Líam foi fundado na Alemanha em 2007 por M. Bochnig, inicialmente como um projeto solo, tendo gravado dois EPs e depois ter se transformado numa banda, pelo menos para apresentações ao vivo. Tudo isso no ano de 2007, ainda! Já durante o ano de 2008, o nome Líam começou a ser espalhado pelo mundo a fora, ajudado pela divulgação via myspace e last.fm, e tem surpreendido a muitos - eu mesmo, inclusive - com a tamanha habilidade e a essência que emana de suas músicas. Falarei mais sobre ela a seguir.

Seu primeiro trabalho, o EP Two Years and a Fragment reflete uma quimera de Black Metal com Post-Rock e Shoegaze envolvente e catártica, em muitos momentos soando melancólico e em outros soando mais reflexivo e contemplativo. Mesmo a música Etienne e seus 15 minutos de duração não cansa nem um pouco os ouvidos e nem permite vermos o tempo passar, tamanha a naturalidade e leveza que o Líam conduz suas atmosferas um tanto densas e nebulosas.

Já o trabalho seguinte, My Journey To The Sky, demonstra uma outra "face" do Líam. As músicas são mais curtas, em geral, e se encaminham pelo lado Post-rock/Shoegaze que já se fazia presente no outro trabalho, mas que nesse ganhou uma nova vivacidade e uma ênfase maior. Apesar disso, a essência de sua arte permanece a mesma, nos levando sempre a lugares vazios, nebulosos e calmos da nossa própria alma e nos fazendo respirar sua atmosfera e sentir cada molécula de nossa própria existência.

Ultimamente vem surgindo um bom número de bandas de Black Metal que se enveredam pelas atmosferas siderais e reverberantes do Post-Rock, Ambient e afins, e particularmente aprecio muito essa proposta, tanto quanto arte em si como quanto fã de música. O Líam é mais uma banda que veio para somar, ou melhor, multiplicar e potencializar o tal gênero, com muita competência, habilidade e criatividade. Espero, sinceramente, que gostem! ;)


[last.fm] | [myspace]


[2008] Two Years And A Fragment (EP)

01 - Debris
02 - Etienne
03 - Particles

[download]


[2007] My Journey To The Sky (EP)

01 - Born
02 - Wide
03 - A Decision
04 - Air
05 - Out

[download]


ps: you can purchase Líam eps in the myspace site.

Bitter:Sweet



Bitter:Sweet foi formado em Los Angeles no ano de 2006 por Kiran Shahani (que já trabalhou como Supreme Beings of Leisure) e pela vocalista Shana Halligan. O duo faz uma mistura de trip-hop, chill-out, lo-fi, música eletrônica e jazz. Além disso, algumas músicas são influenciadas pela bossa nova, mas não chega a ser a característica predominante. Durante todas as faixas a voz de Shana soa melancólica e sedutora, em algumas até mesmo um pouco "trippy".

Na verdade essa descrição poderia se encaixar em qualquer um dos milhares de projetinhos de trip-hop existentes por aí, mas posso dizer com certeza que o Bitter:Sweet não soa como nada antes já visto. Foi knock-out em ondas sonoras, quando peguei o cd não consegui ouvir outra coisa pelas semanas seguintes. Até mesmo as letras das músicas fogem do que geralmente ouvimos por aí e são muito bem trabalhadas. A banda conta com apenas dois álbuns de estúdio e mais um remixado. Não acho que nada fica de escanteio em todo o trabalho do Bitter:Sweet, mas se há faixas a serem destacadas são elas Moving Forward, Dirty Laundry e Overdue no primeiro álbum e Get What I Want, Drama, Drink You Sober e Everything no segundo.

Eu indicaria Bitter:Sweet para quem gosta de Zero 7, Morcheeba, Everything But the Girl ou Goldfrapp mas acho que prefiro indicar pra quem já está cansado dessas bandas. Aqui estão prévias do que se pode encontrar no álbum The Mating Game e no Drama.

"The album "Drama" (along with the first release by Bitter:Sweet "The Mating Game") make me want to host a dinner party complete with candles & martinis! I cannot get enough of this album -- it has been in non-stop play since we purchased it! If you liked the first album, you will enjoy this one, too. It's the perfect mix of lounge meets electronica with the track "Trouble" being a James Bond-esque favorite!" S. Buenfil "Mike & Sue" (amazon.com)

If heaven is sexy this will be the house band.


[official website] | [last.fm] | [myspace]




[2008] Drama

01 - Intro Dramatico
02 - Get What I Want
03 - Come Along With Me
04 - The Bomb
05 - Drama
06 - Waking Up
07 - A Moment
08 - Sugar Mama
09 - Trouble
10 - Love Revolution
11 - Neurosis
12 - Drink You Sober
13 - Everything

[purchase]

[download]




[2007] The Remix Game

01 - Heaven (Nicola Conte "West Coast Vibes" Remix)
02 - Bittersweet Faith (Thievery Corporation Remix)
03 - Overdue (Blackbeard Remix)
04 - Our Remains (Jab Featuring Menez One Remix)
05 - Take 2 Blue (Roy Dubb Remix)
06 - Mating Game (Yes King Remix)
07 - Salty Air (Fort Knox Five Remix)
08 - Dirty Laundry (Skeewiff Remix)
09 - Moving Forward (Atjazz Remix)
10 - Moody (Marsmobil Remix)
11 - Don't Forget to Breathe (Solid Doctor "Don't Forget the Beat" Remix)

[purchase]

[download]




[2006] The Mating Game

01 - Don't Forget to Breathe
02 - The Mating Game
03 - Overdue
04 - Heaven
05 - Bittersweet Faith
06 - Moving Foward
07 - Moody
08 - Dirty Laundry
09 - Our Remais
10 - Salty Air
11 - Take 2 Blue

[purchase]

[download]

Genghis Tron




Genghis Tron é um trio de experimental grindcore formado em Poughkeepsie, e atualmente estão na Relapse Records. A banda ficou conhecida por fazer combinações muito criativas entre o metal e diferentes tipos de música eletrônica, o que fez com que fossem rotulados como Cybergrind.
Sem a presença de um Bateirista e um Baixista a banda utiliza sintetizadores para fazer seu som único.

Mas o assunto desse post se diferencia um pouco, pois o que está postado aqui é uma serie de 5 volumes de remixes feito por vários artistas com versões do último álbum do Genghis Tron, Board up the House. Serão lançados por diferentes gravadoras, e até o momento ja sairam 3 Volumes, mas assim que os outros forem lançados completarei o post.
O resultado final desses remixes pode parecer uma encheção de lingüiça, mas se engana quem pensa que o que se ouve aki é uma porcaria, a maioria dos artistas conseguiram fazer uma nova roupagem para as musicas tornado-as praticamente outra. Otimos exemplos disso são os Remixes feitos pelo Ulver e pelo Justin Broadrick (Jesu). Ainda sairão os Volumes 4 e 5, que promete serem ótimos também, afinal teremos ainda remixes do Tim Hecker e do Nadja.

Mesmo quem não conhece a banda, ou não gosta do estilo vale a pena dar uma conferida nesses remixes, porque grindcore provavelmente não ouvirão aqui, mas sim música experimental, minimalista, ambiente e principalmente IDM.


[last.fm] | [official website] | [myspace]





[2008] Remixes Volume 3

01 - Board up the House (Danny Lohner Remix)
02 - The Feast (Scott Hull Remix)
03 - City on a Hill/The Whips Blow Back (Phillip Cope Remix)
04 - I Won't Come Back Alive (Ulver Remix)
05 - Relief (Drumcorps Remix)

[purchase]

[download]





[2008] Remixes Volume 2

01 - Relief (Black Moth Super Rainbow Remix)
02 - Recursion (Circle Remix)
03 - Recursion (CFCF Remix)
04 - The Feast/Ergot (Dntel Remix)

[purchase]

[download]





[2008] Remixes Volume 1

01 - Board Up the House (Steve Moore Remix)
02 - Colony Collapse (Justin K. Broadrick Remix)
03 - Things Don't Look Good (Rob Crow Remix)
04 - Ergot (Eluvium Remix)

[purchase]

[download]

Nocte Obducta





Nocte Obducta foi formada em Mainz, Alemanha, no ano de 1995 por Marcel V.A. Traumschänder, sob o nome inicial de Desîhra, e desde então vem consolidando seu nome na cena (sic) Black Metal local e mundial ao lado dos conterrâneos Farsot, Lunar Aurora e o "vizinho" Dornenreich.

Até aí, nada de tão excepcional assim. Mas o que realmente chama a atenção a partir do momento que começamos a ouvir os primeiros acordes e primeiras melodias. A qualidade técnica de suas músicas realmente impressiona, sendo bem acima da média do gênero. Outro fator que chama a atenção é a veia progressiva de suas músicas, explorando uma larga dimensão de texturas, ambiências e sentimentos em cada passagem, como se construissem um pequeno labirinto de sensações e paisagens sonoras que vão se modificando e transformando ao longo da passagem do tempo, intercalando momentos mais calmos e introspectivos com aqueles mais ríspidos e nervosos de forma inteligente. Para completar, é interessante ver também suas letras em alemão, abordando de forma poética elementos da natureza e o lado mais sombrio da alma humana, numa qualidade bem acima da média do gênero, também.

Normalmente, suas músicas possuem mais de 10 minutos e às vezes até mais de 20, como é o caso das duas músicas que compõem este CD que vos posto. Confesso que no começo fiquei um pouco "assustado" e pensei que fosse ser difícil aguentar mais de 20 minutos de cada música, mas eis que me veio uma (outra) agradável surpresa. A banda trabalha tão bem suas passagens sonoras que praticamente não se sente os mais de 20 minutos se passarem para cada música, como se cada melodia se integrasse perfeitamente com a seguinte e assim por diante, soando tão natural como um rio seguindo seu curso ao longo de diferentes paisagens e tamanhos de margem, fazendo jus ao seu nome "Sequenzen Einer Wanderung" (traduzido literalmente como "Sequência de imigrações").

Enfim, foi uma agradável surpresa que tive nos últimos dias, e pensei que não haveria algo melhor, no momento, para deixar aqui no blog e compartilhar com aqueles que ainda não conhecem. Se existe uma banda que merece, mesmo, o rótulo "progressive black metal", essa é o Nocte Obducta.


Here are NOCTE OBDUCTA after a short initial phase back in their homeland, in their familiar surroundings. Accordingly, there is also fierce riffs and faster passages to be heard. Nevertheless, the musicians from Mainz never been so vehement, like in the old days, but slow and gloomy, but also epic and monumental, until his monolithic end. Can you exclusively with the album "Black Metal" something start to hear rather away. Are you open to all sorts of dark sonic experiments, rampant progressive sound landscapes, so atmospherically are like a stroll through the city during a snow storm, then this is your album.


[last.fm] | [myspace] | [official website]





[2008] Sequenzen Einer Wanderung


01 - Ende
02 - Nebel II



[purchase]


[download]