Baroness










Formada nos Estados Unidos, Baroness se trata de mais uma grata surpresa que tive nos últimos anos no que diz respeito à música, os conheci nos idos de 2007, bem na época do lançamento do Red Album, quando assinaram com a Relapse Records, que os levava como o grande nome de seu catálogo na época, ao lado do não menos formidável Unearthly Trance. Confesso que em uma primeira audição a banda não me cativou muito, estava naquela fase de obsessão pelos mais variados derivados do sludge e achei que o que estava ali não se tratava de muito além do que apenas mais uma banda seguindo a tendência, com uma produção arrumadinha que fazia a coisa soar até meio mainstream demais (puro metaleirismo, eu sei).


Blue Record é seu mais recente lançamento e, apesar de já estar na internet há algum tempo, saiu oficialmente no mês de Outubro As doze músicas nesse registro mostram o avançado estágio de lapidação musical que a banda se encontra, apresentando uma roupagem bem refinada do sludge, com grandes toques de progressivo e guitarras donas de uma personalidade raramente encontrável, ditando sempre o ritmo da banda e produzindo uma série de riffs que grudam facilmente na cabeça, característica marcante também nos outros registros. Porém, vejo como o grande trunfo desse lançamento o trabalho executado com esses riffs e passagens, que ao longo das doze músicas vão se transformando, reestruturando e formando um grande quebra-cabeça, cumprindo diferentes funções dentro de cada uma delas, não se limitando a serem meras repetições, mas muitas vezes, dependendo da forma com que são tocados, nos colocando acerca dos diversos momentos do álbum. A utilização de tal recurso faz com que ele deva ser ouvido por inteiro e em ordem, proporcionando uma experiência ainda mais satisfatória, confesso que ao ouvi-lo de forma aleatória e separada percebi que a magia perde um pouco de seu encanto, o que não signifique que se analisarmos cada música separadamente não temos um bom material. Talvez o grande exemplo que possa citar disso é a Swollen and Halo, que sozinha já é ótima, mas quando ouvida logo após a Steel That Sleeps The Eye torna-se automaticamente épica, o contra-exemplo (se assim posso dizer) seria A Horsed Called Golgotha, que junta ou separada, por si só já é fantástica.


Como se trata de uma banda que estou há séculos para postar aqui, nada mais justo do que fazê-lo em grande estilo, portanto, para aqueles que se interessaram na tal lapidação musical da qual falei, vou disponibilizar todos os registros por eles lançados, desde os EPs First e Second até o Split com o Unpersons (que ficou popularmente conhecido como Third), e os dois LPs, Red Album e Blue Record (deu pra perceber que eles não são uma das três bandas mais criativas para nomes de CDs). Caso tenham tempo, paciência e curiosidade recomendo a audição de todos em ordem, para poder saborear cada momento de evolução da banda, afinal, ainda que tenha me referido ao Blue Record como o supra-sumo de tal evolução isso não exclui a qualidade dos seus antecessores, o próprio First é um EP que regularmente ouço, apresentando a banda de certa forma mais agressiva, mas já com os sublimes momentos que marcariam cada vez mais sua sonoridade. O que me faz lembrar que não poderia passar esse review inteiro sem uma menção honrosa ao Red Album, que após seu lançamento em 2007 foi considerado um dos melhores do ano por revistas especializadas no ramo, como a Revolver, colocando o Baroness de vez na cena gringa, levando-os a tocar em alguns dos principais festivais da Europa e Estados Unidos e consolidando sua proposta de construir um álbum pesado que não deixasse de ser intimista e límpido.


Por fim, se já não disse o suficiente sobre a banda, cabe mais um adendo a arte dos álbuns, que me chamou a atenção desde o início. Aqueles que acompanham bandas como Kylesa, Torche e Pig Destroyer certamente terão a impressão de já terem visto artes semelhantes em algum lugar, mas não se trata de mera coincidência, o guitarrista e vocalista do Baroness, John Baizley desenvolveu capas para essas e outras bandas, mostrando que seu dom para arte não se limita apenas a música.


Para aqueles que manjam inglês e curtem ler resenhas acompanhem as que postei junto com cada álbum (Red e Blue), procurei selecionar aquelas que tocam em pontos que não foram abordados nessa resenha, ou por incompetência minha ou mesmo por discordar de algumas coisas postas, confesso que prefiro não lê-las antes de escrever para não interferir em minhas impressões.


[myspace]









[2009] Blue Record

1 - Bullhead's Psalm
2 - The Sweetest Curse
3 - Jake Leg
4 - Steel That Sleeps The Eye
5 - Swollen And Halo
6 - Ogeechee Hymnal
7 - A Horse Called Golgotha
8 - O'er Hell And Hide
9 - War, Wisdom And Rhyme
10 - Blackpowder Orchard
11 - The Gnashing
12 - Bullhead's Lament


[review in english]


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[2007] Red Album

01 - Rays On Pinion
02 - The Birthing
03 - Isak
04 - Wailing Wintry Wind
05 - Cockroach En Fleur
06 - Wanderlust
07 - Aleph
08 - Teeth Of A Cogwheel
09 - O' Appalachia
10 - Grad
11 - [Hidden Track]


[review in english]


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[2007] A Grey Sigh In A Flower Husk - split with Unpersons


Baroness

01 - Teiresias
02 - Cavite


Unpersons

03 - Black Finnegan
04 - Number
05 - Dry Hand
06 - Small Gesture, A Thousand Small Happy Gestures


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[2005] Second

01 - Red Sky
02 - Son Of Sun
03 - Vision


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[2003] First

01 - Tower Falls
02 - Coeur
03 - Rise


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4 comentários:

R. Borges disse...

mandou muito bem, castrão! (L)

Echoes disse...

Muito bom!
Kylesa é maravilhoso, merecia um post aqui!

R. Borges disse...

pena que estão no rapidshit.

Anônimo disse...

poxa... vim, li o post (muito bom, deu mesmo vontade de ouvir a banda!) e o rapidshit não me deixa baixar... que chato!
daqui a 15min tento de novo!