Explosions in the Sky



Texas, USA. O ano é 1999. Nasce, assim, o motivo do post de hoje, Explosions in the Sky. Fundada por quatro rapazes recém-chegados à cidade de Austin, começaram cedo a se entrosarem e semear ideias musicais, colhendo o seu primeiro fruto ainda no mesmo ano, nomeado "How Strange, Innocence". Lançado como um modesto CD-R, a banda consegue chamar atenção de muita (muita é maneira de dizer, blz?) gente nos meios alternativos undergrounds daqueles aeons, atraindo logo de primeira aqueles admiradores de bandas como o Mogwai, Godspeed You! Black Emperor e Sigur Rós, 4 bandas em plena ascenção. Não demorou muito ao EITS (não confundir com a sigla deste belo blog aqui, pfv) juntar-se ao grupo e tornar-se o quarto alicerce do Post-Rock, gênero que a banda ajudou a desenvolver e difundir junto com os outros três supracitados.

Seu segundo trabalho, Those Who Tell The Truth Shall Die, Those Who Tell The Truth Shall Live (eita nome difícil) veio à luz em 2001, ampliando ainda mais o raio de atenção e ainda mais enriquecido de inspiração e criatividade. Todas as músicas ali eram de encher os olhos, melhor, ouvidos, e levar o ouvinte a uma dimensão insondável do cosmo interno - isso senão o externo também, ao menos sob as vias da imaginação - valendo destacar o trabalho de bateria, por ora fazendo uso - e muito bem - de ritmos militares, conferindo matizes antes inéditos no mundo post-rocker. Polemicamente, a banda envolveu-se em algumas rumores acerca dos atentados de 11/ 9 daquele ano, devido a uma frase infeliz contida na sua frase, onde aparecia um avião colidindo seguido de uma frase "This plane will crash tomorrow".
Mindfuck, não? Nada melhor que a seta do tempo para apagar tais rumores. Em 2004, a banda ressurge com o album que pode ser considerado sua obra-prima, The Earth Is Not A Dead Cold Place. Harmonias siderais eclodem a cada segundo de suas 5 músicas, embarcando o ouvinte numa nave espacial a traçar trajetórias espirais por galáxias, wormholes e quasares, fazendo escala em supernovas incandescentes de explosões melódicas (agri)doces...

Além deste, temos ainda o Friday Nights Live, soundtrack da série homônima na qual o EITS deu contribuição, 21: The Rescue, de 2006, onde a banda compôs 8 músicas, cada uma num dia diferente, seguidamente, e o All of a Sudden, I Miss Everyone, este de 2007. Todos tem seus momentos de brilho e transcendência, embora não superassem a sublimidade do "The Earth...".

Enfim, depois de quase 4 anos de silêncio, a banda retorna com o "Take Care, Take Care, Take Care, ", lançado em meados de Fevereiro mas que, por via do acaso, só descobri hoje de manhã. Só o escutei duas vezes, sendo uma delas a caminho do Observatório Nacional, onde me encontro agora, mas não há como não notar e admirar a belíssima peça sonora que os rapazes fizeram, mais uma vez. Em alguns momentos, ecos do "those who tell the truth..." emergem dos headphones, em outros, fantasmas do trabalho mais recente é que divagam pela nossa mente. Se é um novo "The Earth..."? Só o tempo dirá. A primeira impressão é que, infelizmente, aquele parece ter sido um momento de inspiração único, que raramente acontece e dificilmente voltará a acontecer. Mas e daí? É um álbum, de todo modo, incrível, mostrando a várias bandinhas meia-boca da "cena" como se faz Post-rock de verdade.

Depois de tudo isso, só resta-me repetir as mesmas palavras de sempre: enjoy it! ;)


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[2011] Take Care, Take Care, Take Care,

01 - Last Known Surroundings
02 - Human Qualities
03 - Trembling Hands
04 - Be Comfortable, Creature
05 - Postcard From 1952
06 - Let Me Back In


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