Abigail's Ghost




Abigail's Ghost é uma banda oriunda de New Orleans, EUA, fundada por Joshua Terior (vocal/guitarra) e Kenneth Wilson (baixo/backing vocals) no ano de 2003. Depois de terminarem a escola, começaram seus estudos universitários e ficaram praticamente a meio país de distância, trocando idéias musicais ou mesmo músicas completas via internet nesse tempo, tendo inclusive escrito linhas de bateria e teclado para membros duma banda que sequer existia! Depois de alguma busca por esses integrantes, recrutaram John Patrick para a bateria, Brett Guillory para os teclados e Randy LeBoeuf para a guitarra rítimica, criando assim o embrião do Abigail's Ghost, que veio a se juntar em meados de 2007 para gravar seu primeiro álbum, chamado Selling Insecirity, que alcançou uma notabilidade considerável para uma banda de seu porte.

Mas enfim, falando um pouco mais sobre o trabalho do fantasma da Abigail em si, podemos catalogar a banda como Art Rock, Nu Progressive, Alternative-Prog e mil e outros rótulos esdrúxulos que pipocam pela internet a fora. O fato é que a banda faz um Rock Progressivo com fortes influências metálicas e alternativas, lembrando bastante o Porcupine Tree na fase InAbsentia/Deadwing (principalmente este último) mas lembrando também o trabalho do conterrâneo Cire especialmente nas harmonias vocais e passagens musicais mais explosivas.
Sua música é inteligente e doce, sendo técnica sem exatamente ser virtuosa, apresentando uma melancolia contida que por vezes explode em momentos de ira e voracidade embora não chegue a machucar nem perfurar nossos sentidos nem uma vez, soando bem agradável em todo momento.

Apesar de alguns comentários que vi pelos meandros virtuais, nos quais a banda era criticada por lembrar em demasia o Porcupine Tree, soando quase como um plágio em alguns momentos, confesso não ter percebido isso em momento algum deste novo álbum, chamado D_Letion. Existe sim, a influência da banda do Mr. Wilson e comparsas de modo bem marcante, mas está ali mais como uma referência do que um guia para copy and paste. De todo modo, a banda ainda é consideravelmente nova e tem bastante tempo para encontrar seu caminho e os trilhos que a levará a novos horizontes e paisagens sonoras. Potencial para isso, tem de sobra.

Bom, isso é tudo que eu tenho a dizer. 'Til next time, folks!


Abigail's Ghost is an art rock band comprised of five people committed to a well-tempered musical aesthetic deeply rooted in groove, polyrhythms, lush harmonies, haunting ambience, and thinking man's lyrics. More fundamental is their commitment to creating multi-format material, resulting in a convergence of musical thought that extends beyond hybrid genres but maintains a certain distance from concepts of the avante-garde.


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[2009] D_Letion

01 - D_Letion
02 - lack Lace
03 - Romantique Life
04 - Plastik Soul
05 - Cinder Tin
06 - Gemini Man
07 - Sneak Peek
08 - Visceral
09 - Easy A
10 - Annie Enemy
11 - Grave Concerns



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Autumnblaze











Autumblaze é uma banda alemã formada por Alvar Eldron (vox, guitars) e Arisjel (backing vox, lyrics), por volta de 1994, e suas intenções eram unir a agressividade e força do Black/Death Metal com a melancolia e melodia do Katatonia (eles eram Doom na época, lembram-se?). Pois bem, depois de gravarem várias demos, conseguiram o primeiro contrato com uma gravadora e lançaram seu primeiro CD, e partir daí a estrutura da banda foi abalada por várias turbulências internas, discussões, e todo aquele blablabla que acontece ns melhores famílias, culminando em sua separação em 2005.

Mas agora, falemos do som deles, que merece um destaque especial, lógico. Muitos chamam de depressive rock, rock n' sad, e rótulos afins, que eu particularmente não abomino mas não descrevem a banda tão bem quanto poderiam. Diria que a sua sonoridade lembra bastante a do Anathema na fase pós-The Silent Enigma, mas sem a densidade melancólica da mesma, deixando que ela se apresente de forma mais suave e num tom mais dramático. Além de Anathema, percebe-se uma também grande influência de The Cure, especialmente na fase Pornography (tendo inclusive o cover de Cold nesse álbum), Disintegration e Bloodflowers. Bandas como Paradise Lost, Tiamat, Lacrimas Profundere e Antimatter são ótimas refêrencias também.

Uma observação importante: a banda parece ter decidido se reunir no começo desse ano e um novo álbum está marcado já para novembro-08. Disseram que vai ser o álbum mais intenso e diversificado que já fizeram até hoje. Bem, eu costumo ser cético quanto a esses reuniões e o que pode vir delas, mas é bom saber que estão de volta. Não colocaria eles no nível de Anathema, Katatonia, ou do Antimatter, mas eles são excelentes e merecem uma atenção especial daqueles que apreciam o gênero. Especialmente esse álbum, que considero o melhor deles pela qualidade de algumas músicas (The Nature Of Music, Shells And Butterflies e o cover de Cold) e pelo conjunto em si. Enjoy it!


*Pois bem, quase um ano depois dessa mesma postagem, eis que sai o novo álbum! Pelo jeito eles cumpriram mesmo a promessa e fizeram um álbum bem diversificado, abrangendo praticamente todas as "fases" da banda. Nele, percebe-se também uma veia metal mais 'sangrenta' , digamos, algo que só se fez presente em seu primeiro álbum. Talvez a maior perda nesse CD novo em relação aos demais é a ausência do lado mais atmosférico de sua sonoridade, se apresentando um pouco mais "direta e reta" do que antes, mas a melancolia e o surrealismo sutil que havia em todos os seus trabalhos continuam lá, irretocáveis. Não sei dizer, ainda, se é o melhor trabalho da banda (e parece não ser), mas é um CD excelente! É sempre ótimo ver mais uma ótima banda voltando à ativa, de todo modo. So, enjoy it!

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[2009] Perdition Diaries

01 - Wir Sind Was Wir Sind
02 - Who Are You?
03 - I Had To Burn This Fucking Kingdom
04 - Haughtiness and Puerile Dreams
05 - Brudermord
06 - Empty House
07 - Neugeburt
08 - Ways
09 - The Forge
10 - Saviour


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[2002] Mute Boy Sad Girl


01 - Mute Boy Sad Girl
02 - It Never Felt Like This Before
03 - The Nature Of Music
04 - Can't Save Anyone
05 - Kiss My Fear Away
06 - I Am Water
07 - Cold
08 - A Crow On My Shoulder
09 - Shells And Butterflies

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Mothlite




Daniel O’ Sullivan é um dos génios na música experimental e de vanguarda do novo século. Não há como negar a oposição do multi-instrumentalista de apenas 28 anos, que desde o fim do século XX segue anti-rotulando as criações que chocam do noise extremo de Boredoms ao art-rock profissional, da música ambiente, concrète ao RIO, do berço jazz ao zeuhl convencional de Magma ou ao prog krautrock de This Heat, sobretudo, depois de Carmaux em 2007.

Para lá de Guapo – e como qualquer grande mente que se preze – Mothlite já é o terceiro e mais recente projecto lateral de O’ Sullivan, depois de AEthenor (estreado em 06 e com segundo de longa-duração este ano) e, especialmente, um dos grupos pertencentes ao pós-modernismo que mais me agarram, Miasma & The Caroussel of Headless Horses (originalmente criado em 05). Algures entre música de câmara, exotismo de Secret Chiefs 3 ou o ADN original de Zorn, antiqúe prog, barroco [dançante?] de Dead Can Dance, zeuhl dilatado, groove instrumental, influência no RIO, noise experimental, policromia, assimetria de Guapo e erudição, sempre.

Mothlite é ambiental, o art-rock não se diversifica pelo erudito, o neo-clássico centra-se (por exemplo) na penumbra de Hans-Joacim Roedelius a solo e as imensas colaborações…, o co-fundador da comunidade alemã vanguardista de 60 dedicada ao free-jazz, rock psicadélico, improvisação, krautrock [de quem Hans Joacim foi também co-fundador de duas bandas alemãs: Cluster e Harmonia], Zodiak Free Arts Lab, de quem os Tangerine Dream portam a melhor bandeira, ainda hoje. Negro experimental, toca no post-rock livre quando deve, progride no pschy post-punk dissimulado por algum resquício de Univers Zero e jazz de 70. A conferir. [l-chaisethnicraft]


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[2008] The Flax of Reverie

01 - Riverside
02 - The One in Water
03 - The Untouched Dew
04 - Neverbegoodwood
05 - Cauldron
06 - Hypnogogue


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Anekdoten














Anekdoten é um quarteto sueco formado em 1990, por Nicklas Berg (guitar and Mellotron) e Jan Erik Liljestrom (bass and vocals), sendo uma de várias bandas suecas que emergiram do começo dos anos 90 resgatando, de certa forma, o legado sonoro deixado por grandes nomes do rock progressivo dos anos 70 como King Crimson, Van Der Graaf Generator e Magma.

Quando colocamos o CD para tocar, desde os primeiros acordes as influências dessas bandas acima se tornam latentes, fazendo o ouvinte mais saudosista ou conhecedor do gênero perguntar a si mesmo se realmente não está ouvindo um álbum perdido e não lançado do King Crimson, ou então algum cientista maluco resolveu cloná-los e dando origem assim ao Anekdoten. A semelhança é evidente em todos os aspectos de sua música, como o (muito bom) uso do mellotron, os timbres de guitarra cortantes e por muitas vezes 'fluidos', bem como um baixo pesado orientando a música junto com uma bateria que segue padrões fragmentados milimetricamente bem encaixados entre si, criando atmosferas por ora obscuras e melancólicas, mas sempre envolventes e confortáveis aos nossos ouvidos e os 5 sentidos restantes.

Desde o seu primeiro álbum, Vemod, de 1993, a banda vem lançando material de forma mais ou menos regular, tendo lançado o último álbum em 2007. Gravity então é o seu penúltimo trabalho, datado de 2003, e nele reside toda a essência pulsante que dá forma ao cosmo musical do Anekdoten. Alguns podem reclamar de sua falta de originalidade, e de fato não é seu forte, mas quem diz que a falta dela não permite fazer música boa certamente precisa checar este álbum aqui que vos descrevo. Enjoy it!

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[2003] Gravity


01 - Monolith
02 - Ricochet
03 - The War Is Over
04 - What Should But Did Not Die
05 - SW4
06 - Gravity
07 - The Games We Play
08 - Seljak

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*postando agora o álbum From Within de 1999. Depois de ouvi-lo por esses dias, percebi que ele merece um lugar especial aqui no blog. É tão ou mais encantador do que o Gravity, ao seu próprio modo. Enjoy it, too!



[1999] From Within

01 - From Within
02 - Kiss Of Life
03 - Groundbound
04 - Hole
05 - Slow Fire
06 - Firefly
07 - The Sun Absolute
08 - For Someone


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Drudkh




Drudkh (tradução de "Floresta", em sâncristo) é uma banda formada nas terras frias da Ucrânia por Roman Saenko (que também é o mentor da banda Hate Forest), Thurios (líder da banda Astrofaes) e Yuri Sinitski. Não muito diferente das bandas onde seus membros participam, o Drudkh se dedica ao Black Metal sob um molde mais atmosférico e ambiental, calcando suas composições não exatamente na rispidez e na velocidade mas sim na cadência e no ambiente que elas são capazes de formar e assim envolver o ouvinte.

Um pouco diferente também das bandas supra-citadas, o Drudkh possui uma veia Folk extremamente marcante em sua música, talvez sendo o elemento mais marcante que nela, há. Basicamente toda a sua fonte de inspiração é derivada de poetas eslavos do século XIX, e também da mitologia local e dos aspectos folclóricos e naturais da região. Tudo isso é feito com um esmero e uma expressividade ímpar, a ponto de fazer com que nos sintamos realmente no meio dos bosques e florestas do Leste europeu, envoltos sob uma densa névoa e o perfume das matas e do céu estrelado, mesmo que estejamos sob terras tropicais e ensolaradas como essa em que eu vivo.

Tendo lançado 6 álbuns e um EP desde a sua formação em 2002, o Drudkh chega agora ao seu sétimo full-length, intitulado Microcosmos. Para quem já conhece a banda de outras eras, não há muito o que acrescentar. Todos os elementos que tornaram a banda conhecida e aclamada nas várias latitudes e longitudes terrestres está lá, em todo o seu primor, mas é possível perceber novas características em seu som. As músicas estão um pouco (veja bem, pouco!) mais aceleradas e variadas, flertando um pouco mais com o Doom/Death em alguns momentos. E algumas possuem até solo de guitarra (!), algo absurdamente raro nos meandros do metal negro, mas que, nesse caso, ficou sensacional!

Eu, particularmente, aprecio demais essas bandas de BM que se dedicam a uma abordagem mais bucólica e menos extremista. Junto com o Wolves In The Throne Room, afirmo que o Drudkh é o maior (e melhor) expoente do gênero, e o Microcosmos prova isso com todas as letras.
And that's all, folks. ;)

"During all its history, the band followed a 'no photos, no interviews, no website, no gigs' policy, which was nobly accepted by DRUDKH's new label Season of Mist. The absence of any comments or information from DRUDKH's side gave an opening to a few ignorant internet warrior-fans to spread rumors, that the band embraces extreme political views. This is absolutely misleading and a total profanation, since there is nothing in DRUDKH's music or lyrics that would suggest any political outlook. DRUDKH praise individualism, self-improvement and estrangement from modern values." Roman Saenko (2008)


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[2009] Microcosmos

01 - Days That Passed
02 - Distant Cry Of Cranes
03 - Sun Of Great Nations Sits Down
04 - Ars Poetica
05 - Everything Unsaid Before
06 - Widow's Grief


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Kashiwa Daisuke




Kashiwa Daisuke, nascido na cidade de Hiroshima, Japão, começou a compor música como estudante, influenciado principalmente por artistas de Rock Progressivo. Isso até o ano de 2004, quando resovleu se lançar no seu projeto musical, que carrega seu próprio nome, pelo mundo a fora, e desde então decidiu seguir os trilhos deste caminho e evoluir cada vez mais sobre eles. E tem evoluído de tal forma que suas músicas (ou trechos delas) tem feito parte de vários comerciais e programas de TV, contribuindo ainda mais para ampliar sua fama junto com seu trabalho como músico, compositor, remixer e engenheiro de masterização.

Descrever sua música em si é uma tarefa extremamente árdua. Árdua porque seu trabalho não possui um único estilo ou conjunto de estilos a seguir, mas possui uma gama de influências tão vastas que se torna impossível escolher somente algumas delas para defini-lo! Basicamente, seu trabalho é calcado nos terrenos do Post-rock, Ambient, Eletronica, IDM, Neoclassical e Progressive, mas de tal forma que as músicas contem todos esses estilos contidos num só, e a forma como ele é construído nelas é de tal modo que acaba refletindo também as influências dos demais, o que consegue conferir uma unidade e identidade especial nos seus álbuns apesar de sua aparente heterogenidade.

O álbum postado aqui, chamado de Program Music I, representa em sua forma mais quintessente o que descrevi no parágrafo acima. Músicas que seguem estruturas não-lineares, como se tivessem sido feitas de colagens de várias outras composições (se é que não foram!) onde os universos do PostRock, Ambient, Eletronica e música erudita contemporânea se tornam um só e convivem em harmonia perfeita, mesmo em sua aparente disposição caótica. Sem dúvidas, um álbum de muitíssimo bom gosto e de criatividade em seu mais puro sumo. Recomendo a todos que gostem de explorar esses meandros mais experimentais e, por vezes, subvalorizado da música!


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[2007] Program Music I

01 - Stella
02 - Write Once, Run Melos



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