Consciousness Removal Project



Tampere, Finlândia. Ano de 2004. Antti Loponen decide dar vida ao seu projeto musical intitulado de Consciousness Removal Project, ou CRP, cujo trabalho consistia em peças instrumentais que flertavam com o Post Rock e Ambient. Com o passar do tempo, seu projeto foi se metamorfoseando em algo que tange o chamado Post Metal, e assim vieram seus primeiros álbuns: self-titled (2008), 852 (2009) e o novíssimo Do You Ever Think It's The End Of The World? (2010), sendo este último a figurar nessa página.

Trabalhando sempre sozinho, tanto na concepção artística quanto na produção, mixagem e divulgação, Antti nos entrega uma "bela" pintura sonora de paisagens pós-apocalípticas, todas recheadas de desolação, miséria, insanidade e negritude em sua nova empreitada. As faixas são longas, como de costume no seu gênero, mas de modo algum cansativas, possuindo todas um foco bem definido em meio as monólitos abandonados apontando para nuvens negras em fúria.

CRP pode muito bem ser comparado a gente do quilate de um Year Of No Light, A Storm Of Light e até mesmo Cult Of Luna, sem medo de ser feliz (sic). E mais, todos os seus trabalhos podem também ser encontrados gratuitamente em sua página virtual em ótima qualidade, uma atitude que acho louvável da parte do seu mentor, haja visto a dificuldade natural que enfrentaria em sua divulgação em meios mais, digamos, mainstream. Bem, acho que já disse tudo. Fico por aqui. E aproveitem.


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[2010] Do You Ever Think It's The End Of The World?


01 - The End Of The World
02 - The Reclusive Road
03 - The Ship
04 - Hibernate
05 - Permanently


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Lights Out Asia




Lights Out Asia teve sua origem no ano de 2003, pelas mãos de Chris Schafer e Mike Ystad, naturais da cidade de Milwaukee, WI, USA. Começaram a compor musica de maneira quase artesanal, onde predominava aquele espírito básico de do-it-yourself. Assim, nasceu seu debut, intitulado Garmonia. Tendo chamado atenção de pessoas como Michael Rush e da gravadora Sun Sea Sky, o então trio teve mais condições de explorar novos e diferentes horizontes sônicos por entre as multi-dimensões da variedade cósmica. E assim, veio a luz álbuns maravilhosos como Eyes Like Brontide (2006), Tanks and Recognizers (2007) e o atual In The Days Of Jupiter (2010), sendo este último a figurar nestas páginas daqui.

Sua música explora com precisão e uma incrível naturalidade os reinos etéreos onde se interceptam o Ambient, Post-Rock, Shoegaze, Downtempo, Electronica, IDM, Dream Pop, etc, etc e mais etc. que não se preocupa em se definir exatamente a que mundo pertence, mas sim a otimizar cada elemento constituinte destes subgêneros de modo a utilizá-los estrategicamente para criar novos sabores em suas peças musicais. Peças que contem uma espécie de tom cinematográfico, sideral, não por raro nostálgico, contemplativo e melancólico, regidas sempre com brilhantismo fluente que não faz você perceber que muitas delas duram mais de 10 minutos.

Bem, acho que é isso. Recomendável, altamente recomendável, para fãs de Hammock, Eluvium, The American Dollar, God Is An Astronaut, Sigur Rós, Brian Eno, dentre outros que minha mente não consegue lembrar agora. Enjoy!


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[2010] In The Days Of Jupiter

01 - All These Worlds Are Yours
02 - Except Europa
03 - Attempt No Landings There
04 - All Is Quiet In The Valley
05 - 13AM
06 - Arbres Paisible
07 - Great Men From Unhealthy Ground
08 - Currents Meet The Tide
09 - Then I Hope You Like The Desert
10 - Shifting Sands Wreck Ships
11 - Bye Bye November


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Neurosis





Não saberia o que escrever sobre esse cd, e principalmente sobre essa banda, esse quinteto de Oakland sabe como pouquíssimos a fazer da musica uma verdadeira obra de arte. Então dessa vez deixo a resenha a cargo de alguém que entende do assunto.

"Times Of Grace é a obra que melhor consegue captar a essência do que é o colectivo de músicos e artistas em torno dos Neurosis. Sofrendo apenas ligeiras alterações de formação, o esqueleto da banda manteve-se durante anos o que permitiu um crescimento visível de álbum para álbum. Times Of Grace é o estado da maturidade adulta por excelência. É nesta qualidade que os seguidores da carreira da banda poderão encontrar os prós e os contras de Times Of Grace. No seu interior está a rebelde vontade de liberação violenta que acompanhou os primeiros discos e um iluminado desejo de flutuar e deixar render o espírito, de sossego envelhecido. São o reflexo de um equilíbrio que demoverá os adeptos da agressividade ruidosa, tão patente no metal, e que não terá a capacidade de atrair mentes adversas a essa mesma agressividade, a esse mesmo género. Permanecerão aqueles que se renderam à banda, que se cobrem com os seus ramos e bebem da sua seiva. Para estes (nós), Times Of Grace será um álbum cujas raízes penetrarão no futuro, relembrando-lhes com uma pulsante vida de onde vieram e a onde poderão regressar.

Paralelamente à edição de Times Of Grace foi lançado pelo alter-ego dos Neurosis, o projecto de experimentação sónica e ambiental Tribes Of Neurot, um disco intitulado Grace. O objectivo proposto está em ouvir-se em simultâneo as duas obras. O resultado, depois da conjugação em estéreo (ao quadrado) dos dois discos, é uma intensificação sónica que foge à descrição literária e que provoca uma longa efusão lírica. Mais que uma ideia original, é um desafio sensorial de profundidade abismal." by: Gonçalo Sítima

/Registro ao vivo de uma das melhores bandas de sempre no melhor festival do mundo.
Altamente recomendado.

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[2010] Live at Roadburn 2007

01 - Given To The Rising
02 - Burn
03 - A Season In The Sky
04 - At The End Of The Road
05 - Crawl Back In
06 - Distill
07 - Water Is Not Enough
08 - Left To Wander
09 - The Doorway


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[1999] Times of Grace + Grace (Combined)

01 - Suspended in Light
02 - The Doorway
03 - Under the Surface
04 - The Last You'll Know
05 - Belief
06 - Exist
07 - End of the Harvest
08 - Descent
09 - Away
10 - Times of Grace
11 - The Road to Sovereignty

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Autolux




Autolux trata-se de um trio estadunidense formado no ano de 2000, cujos integrantes atendem por Eugene Goresther, Carla Azar (belo nome o da mocinha, não?), além de Greg Edwards. Seu debut álbum saiu em 2004, batizado de "Future Perfect", o que chamou a atenção do Mr. Trent Raznor e renderam-lhes uma turnê com o todo-poderoso NIN no ano de 2005. Isso não é para qualquer um, ainda mais para uma banda debutante! Mas então, depois de mudanças de gravadoras, meditações espirituais e uma espera que roçava os corredores da eternidade, eis que, no dia 3 de agosto de 2010, saía oficialmente o sucessor do Futuro Perfeito: Transit Transit.

Quem teve a chance de conhecer o debut, não encontrará muitas surpresas por aqui. A banda continua a se enveredar por um Indie Rock entrelaçado com muitas camadas Shoegaze, adoçado por vocais serenos e por vezes sussurrantes e regidos por uma percussão, digamos, inusitada (cortesia da nossa amiga Azar), fazendo lembrar gente do quilate do My Bloody Valentine (Loveless), Swervedriver, Radiohead (The Bends) e Jesus And Mary Chain dos early 90's. No entanto, nota-se que a galerë parece mais calma, arrefecendo um pouco a fúria sônica do primeiro álbum e explorando texturas sonoras mais cadenciadas, apresentando também uma riqueza maior nos seus arranjos e valendo-se de sintetizadores retrô e atmosferas que não raro me lembraram atmosferas geradas por um Pink Floyd da vida. Divertido, não?

Não diria que este álbum aqui vai salvar o mundo do Rock, nem por sua inovação ou mesmo uma qualidade sublime e transcendental. E eu mesmo achei o debut superior a ele, se querem uma opinião sincera. Mas ainda assim, temos aqui um fácil de ouvir e de se degustar, sabendo entreter mesmo sendo introspectivo em vários momentos. E isso, para mim, já vale mais do que 1000 Franz Ferdinands e The Strokes' da vida (corro perigo de ser apedrejado com essa última frase, mas enfim, aceito o risco, haha!)

Bom, agora só me resta emanar as famosas palavras que sempre marcam o final de um post aqui: enjoy it!


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[2010] Transit Transit

01 - Transit Transit
02 - Census
03 - High Chair
04 - Supertoys
05 - Spots
06 - The Bouncing Wall
07 - Audience No. 2
08 - Kissproof
09 - Headless Sky
10 - The Science Of Imaginary Solutions


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Rökkurró



A preguiça não vai me deixar fazer uma resenha agora, então deixo essa review em inglês por enquanto apenas para vocês terem uma noção do que se trata o som do Rökkurró.
Mas já adianto que a música encontrado aqui é de primeira qualidade.

A mixture of eerie rock sounds, bright indie pop melodies and classical strings, topped of with high pitched female voice singing in Icelandic – that’s the sound of Rökkurró.

Although these 5 youngsters come from the small town of Reykjavík, Iceland, they have big musical ideas that have brought them well deserved attention from the audience and press as recently they have been named one of the most promising bands from Iceland.

Rökkurró have been making music since 2006 and are now releasing they’re second LP Í annan heim (To another world) . Their first handmade and self titled EP was released in 2006 and is now unavailable. They released their first LP, Það kólnar í kvöld (It gets colder tonight) in Iceland 2007 and in Europe and Japan the year after. It got great reviews and after the release Rökkurró got offered to support Ólafur Arnalds and múm on tours abroad.

On the new album Rökkurró´s sound and songwriting has come quite a long way. A lot of which is thanks to Í annan heim´s producer, Alex Somers (Riceboy Sleeps), which helped the band come into their own and shape their new sound.

A lot of new instruments were added and song arrangements became more complex. This resulted in a nine song album: darker, more fragile and more complex than their first LP. It´s an album that both fascinates and haunts you.


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[2010] Í Annan Heim

01 - Í Annan Heim
02 - Sólin Mun Skína
03 - Skuggamyndir
04 - Við Fjarlægjumst
05 - Augun Opnast
06 - Sjónarspil
07 - Fjall
08 - Hugurinn Flögrar
09 - Svanur
10 Undir Sama Himni


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Cold Body Radiation



A primeira vez que inseri meus olhos no nome desta banda (ou projeto, ou whatever-you-wanna-name-it), logo pensei: eu, como bom estudante de Física, tenho que ouvi-lo! Pois então, eis que ouvi, apesar de te-lo deixado algumas semanas esquecido no limbo do disco rígido.

Sinceramente, nada encontrei acerca do background do CBR, somente o fato de ser oriundo de terras holandesas, e nada mais. O que eu posso definir, então, é o que ele[s] fazem: uma bela alquimia de Black Metal com Post-Rock encobertos numa névoa Shoegaze em vários momentos, valendo-se de uma temática astral, com sabor surrealista, que sabe como envolver o ouvinte em sua nebulosa sônica e elevá-lo às dimensões siderais onde vive o grande vazio lácteo de que se fala no título do álbum.

Portanto, temos aqui mais um nome que faz proveito, e muito bem, do legado deixado pelo Neige e seu Alcest/Amesoeurs. É óbvio que o CBR não consegue se equiparar a sua qualidade, mas é certo que existe um espaço muito grande para crescer e expandir o seu nome e sua radiância. Potencial e magnitude, certamente não lhe faltam. Então, deixemos que o curso do espaço-tempo lhe mostre a geodésica.

Enquanto isso, aproveitem bem a viagem!


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[2010] The Great White Emptiness

01 - Emission
02 - Loss
03 - White Light
04 - Radiation
05 - Nothing
06 - The Great White Emptiness


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Samsara Blues Experiment




Sob o nome criativo e interessantíssimo de Samsara Blues Experiment, eis que surge à vida uma igualmente interessante banda germânica, designada e desenvolvida pelas mãos de Christian Peters, isso no verão de 2007. Tendo uma formação fixa já há quase 2 anos, os rapazes acreditam ter atingido um grau de maturidade suficiente para oferecer ao mundo uma boa dose de seu trabalho, encapsulada sob o nome de Long Distance Trip, lançada há não muito tempo. E eles não podiam estar mais certos enquanto a isso! Já explico o por quê.

Como o nome já aponta, eles são devidamente inspirados pelos pilares setentistas do Rock e adjacentes, com direito a influências orientais tanto em sua temática quanto em sua sonoridade em si, pegando emprestado tonalidades de música hindu e injetando-a em seu caldeirão sônico. No mais, o que vemos (ou melhor, ouvimos) por aqui é um álbum que faz jus ao nome que carrega , orbitando sem pudor pelas esferas do Stoner, Psychedelic e Krautrock, no qual cada uma das seis peças que o compõe formam diferentes segmentos de uma viagem aural pelos domínios ocultos da consciência.

Se eles são originais, não, não o são. Apenas fazem, e com muita competência e naturalidade, aquilo que grandes mestres do passado e gente do presente faz, gente da estirpe do Dead Meadows, My Sleeping Karma, e os conterrâneos do Colour Haze. Mas só isso já é o bastante para ganhar minha simpatia e admiração, e, creio eu, de todos que curtem o estilo que os cidadãos trabalham. Sem inovações vanguardistas, sem pseudo-filosofias salvadoras da música e da humanidade, somente diversão e delírio mental na forma de ondas sonoras. Não é isso que toda música deveria buscar por aí? :)

Por fim, temos um link logo abaixo. Espero que gostem!


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[2010] Long Distance Trip


01 - Singata Mystic Queen
02 - Army Of Ignorance
03 - For The Lost Souls
04 - Center Of Sun
05 - Wheels Of Life
06 - Double Freedom


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Kammerflimmer Kollektief




Kammerflimmer Kollektief, nome trava-língua e aparentemente estranho aos nossos olhos acostumados a palavras latinas e uma menor presença de consoantes, teve seu nascimento na cidade de Karlsruhe, Alemanha, no ano de 1997. Assim que começaram a lançar material, chamaram logo a atenção da mídia local e ganharam descrições bem interessantes do naipe de: "A simulation of jazz with pop appeal (melodies!). “Instrumental drones & central European freakouts on violins and reeds. A kind of European down home NoWave” was what Matt ffytche in The Wire called it." Tendo já sete álbuns na bagagem e bons anos de estrada, chegam ao seu oitavo trabalho intitulado Wilding.

A música dos KK (não é uma risada e nem uma apologia a finada klu-klux-klan, fiquem calmos) é enigmática e noturna, orgânica e silente, ainda que pareça estar encoberta por uma espécie de névoa perfumada com neuroses. Suas top tags são Experimental e Jazz, mas não tenho medo de dizer que o Dark Ambient é o elemento mais presente, ao menos neste álbum. Ainda assim, é possível notar alguns ecos de Post-Rock soando desoladamente aqui e acolá, conferindo texturas sonoras ainda mais ricas no curso de suas 12 faixas.

Se isso não é uma descrição interessante, não sei mais o que pode ser. Kilimanjaro Darkjazz Ensemble é um bom análogo ao trabalho dos cidadãos germânicos, assim como penso que fãs de Bohren & Der Club Of Gore e até mesmo Ulver viriam a apreciá-los. Mas, tenham em mente, estes nomes são apenas referências, nada além disso. Não lembro de ter ouvido nada semelhante nesses 23 anos de vida e, se eles me surpreenderam na primeira audição a ponto de fazer-me escrever essa resenha na quarta audição, apenas, novamente, não sei mais que melhor indicativo poderia ter. Music for headphones and darkness. Enjoy it!


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[2010] Wilding

01 - Move Right In
02 - Silver Chords
03 - Aum A Go-Go
04 - In Transition (Version)
05 - Spookin' The Horse
06 - Blind
07 - Rotwelsch
08 - Time Is The Fire In Which We Burn
09 - Cry Tuff
10 - We Paint The Town Beige
11 - There's A Crack In Everything
12 - Milte Hi Ankhen (aka Bird In Hand)


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Smallman




Quando se trata de idiossincracia, eis uma banda que explora a essência da palavra. Os Smallman são um quarteto vindo das longíquas terras búlgaras, cujas origens e pormenores eu pouco encontrei pela world wide web. Só sei que seu novo trabalho, Labyrinth Of Present, é seu segundo álbum até o momento e parece ser o seu ápice criativo, rendendo-lhes atenção da crítica, público e etc etc etc.

Sua linha sonora orbita entre os horizontes arquitetados por gente como Tool, A Perfect Circle, Deftones e afins bem como o chamado Post-Metal projetado e evoluído por gente do calibre do Neurosis, Isis et al, temperado devidamente com elementos de música búlgara e armênia (?!). Isso mesmo que você ouviu, não foi um delírio do indivíduo que vos escreve. Ainda que estes elementos exóticos sejam mais um plano de fundo do que o desenho em si, suas músicas ganham um novo contorno quando estes são injetados nela. A temática lírica, pelo que percebi, parece também tomar rumos esotéricos e espirituais, invocando uma atmosfera obscura, profunda e transcendentalista.

Se não atingiu ainda um patamar mais elevado de reconhecimento e criatividade musical, creio que o evoluir do tempo se encarrega de fazê-los sem nenhum problema. Por fim, não me resta mais nada a dizer a não ser: deleitem-se!

"For a long time now he longed to stop and rest. We did not object and did not accuse him of idleness. Smallman has reached the end of this journey and has found an answer to his questions, asked once and somewhere, which have shaped the character we now know. We are left with the memory of the experience, the feeling of and expectation for new meetings with him. We felt this moment has come and we looked for him again..."


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[2010] Labyrinth Of Present


01 - Irreversible
02 - Ocean
03 - Ouroboros
04 - The Life of The Yellow Leaf
05 - 7
06 - The Cube
07 - Labyrinth of Present
08 - Odyssey


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Yawning Man




O percurso dos Yawning Man é no mínimo interessante. Sua origem vem dos tempos remotos de 1986, quando três amigos residentes da região desértica da California resolvem montar uma banda com puro intuito de diversão, tanto que suas músicas eram basicamente jams feitas nos seus shows e ensaios pelos integrantes. Apesar de tão pouco conhecida hoje em dia, a banda possui uma importância histórica gigantesca, sendo ela integrante daquela época áurea do Stoner Rock californiano da virada dos 80 para os 90, de onde revelaram-se nomes como Kyuss e Fu Manchu. Seus shows eram sempre assim, em formato de jams, no meio do deserto, acontecendo graças a um gerador de energia elétrica que as bandas sempre traziam consigo. Daí, vieram as tão famosas Generator Parties que o Kyuss revelou para o mundo através de seu respeitável sucesso durante a primeira metade dos 90's.

Apesar de tantos anos de estrada, importância histórica e um respeito gigantesco por parte de todos naquela cena, YM só veio a lançar seu primeiro material oficialmente em... 2004! Isso mesmo, 18 anos de espera para debutarem. Paciência é uma virtude muito latente no sangue dos rapazes, isso é certo. Desde então, a banda passou a lançar material numa base mais regular e de modo mais ortodoxo, digamos. Em 2007, veio a vida o Vista Point, que nada mais é do que o álbum de 2004 (Rock Formations) incorporado de um EP mais antigo da banda. Nesse Rock Formations, nota-se um Stoner Rock instrumental arquitetado com notas limpas e apimentado com psicodelia em conserva made in 72, de tal modo a evocar imagens noturnas de um deserto, recheadas de desolação e uma serenidade quase alienígena, banhadas por estrelas fumegantes, luas incandescentes e a companhia de coiotes, lagartos e outros animais que habitam aquelas terras insólitas, ao passo que o EP mostra um Stoner mais fuzzy e slow-paced, fazendo lembrar mais diretamente gente como Dead Meadow.

Então, acrescentando mais um item em seu catálogo, eis que vem o Nomadic Pursuits, recém-saído do forno. Nele, podemos ver basicamente a mesma linha seguida no Rock Formations, talvez um pouco mais elaborada e menos psicodélica neste aqui. Percebo até elementos de Post-Rock dando as caras aqui e acolá, o que me lembrou logo de cara o My Sleeping Karma, banda postada há alguns meses aqui neste mesmo espaço.

Com todos os atributos e histórias para contar dos homens bocejantes, acho que deixá-los de lado é nada menos do que insanidade ou puro mau gosto. Pois, se reclamam tanto da falta de música autêntica no mundo contemporâneo, feita com alma, veias e sinapses, criada com o simples intuito de divertir e levar o ouvinte a novos e incogniscíveis horizontes, eis aqui uma prova de que ainda existem aqueles que mantem a chama acesa, mesmo sob efeito de geradores.

Enfim, that's all folks. Enjoy it!


p.s.: Antes que me esqueça, parabéns ETS, pelos 2 anos de vida! :D


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[2010] Nomadic Pursuits

01 - Camel Tow
02 - Sand Whip
03 - Far-off Adventure
04 - Blue Foam
05 - Ground Swell
06 - Camel Tow Too
07 - Laster Arte


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[2007] Vista Point


01- Rock Formations
02 - Perpetual Oyster
03 - Stoney Lonesome
04 - Split Tooth Thunder
05 - Sonno Bono Memorial Freeway
06 - Airport Boulevard
07 - Advanced Darkness
08 - She Scares Me
09 - Crater Lake
10 - Buffalo Chips
11 - Manolete
12 - Digital Smoke Signal
13 - Encouters With An Angry God
14 - Samba De Primavera


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